Chalanas povoam Rio Tocantins, em Marabá, com mais de 40 “residências”

De pequenas a sofisticadas e com ar-condicionado, elas oferecem lazer aos veranistas sem tocar na areia da Praia do Tucunaré

Continua depois da publicidade

Casas flutuantes estão na moda no Rio Tocantins, em Marabá, onde milhares de pessoas aproveitam diversas praias nesta época do ano. Em julho, a cada final de semana, o número de banhistas na Praia do Tucunaré passa de 20 mil pessoas, segundo o Corpo de Bombeiros.

Além dos visitantes diários à praia – durante a semana e aos finais de semana de julho –, centenas de pessoas acampam em barracas de palha numa faixa de mais de 1,5 quilômetro na beira do rio, muitas delas passando o mês inteiro no balneário.

Mas há um grupo seleto que desfruta o Rio Tocantins ancorado em chalanas (casas flutuantes), que crescem em número a cada ano. As mais baratas e simples custam em torno de R$ 90 mil, enquanto as mais sofisticadas, com até seis quartos, quatro banheiros, dois andares, ar-condicionado, área gourmet e varanda com vidro temperado chegam a R$ 800 mil.

Três dessas casas estão disponíveis para locação durante o ano inteiro ao custo de R$ 1,5 mil a R$ 3 mil a diária, mas não há mais agenda para o mês de julho e os 15 primeiros dias de agosto. As casas não estão disponíveis para locação no site Airbnb (serviço online comunitário), por exemplo. O aluguel é realizado diretamente com os proprietários, que oferecem toda a estrutura de uma residência equipada, cozinha a quartos, geradores de energia, churrasqueiras e até embarcação para levar e trazer da orla do Rio Tocantins.

Carlos Antônio Dias passou o último final de semana em uma dessas casas com 20 pessoas da família, inclusive uma irmã, que veio de São Paulo fugir do frio e aproveitar o verão amazônico. “Pagamos R$ 1.800 por 24 horas, mas valeu a pena pela experiência ímpar de desfrutar de lazer com segurança, ventilação por todos os lados e ao lado das pessoas que a gente tanto gosta,” relata.

Já o dono dessa mesma casa, Jonas Conceição Silva, empresário de Marabá, revela que a previsão é faturar R$ 54 mil com a locação apenas no mês de julho, mas observa que agosto sempre é um mês com excelentes ganhos. “Eu construí para minha família, mas depois percebi que poderia ganhar algum dinheiro com a locação. Foi dando certo e uma boa temporada dá para construir outra casa como essa, porque as pessoas pagam antecipado e não há inadimplência alguma,” comemora.

Por outro lado, as casas flutuantes já foram questionadas no passado recente pelas autoridades ambientais porque grande parte delas fica posicionada pouco acima da Praia do Tucunaré e lançam dejetos de seus banheiros diretamente no rio, com fezes passando entre os banhistas que ficam acampados ou os que simplesmente vão passar o dia no balneário mais badalado da cidade de Marabá.

FISCALIZAÇÃO

Neste veraneio, a Marinha do Brasil destacou uma equipe para acompanhar o movimento das embarcações nos rios de Marabá, principalmente o Tocantins, onde centenas de barcos, rabetas, voadeiras, moto náuticas e lanchas cruzam pra lá e pra cá, de dia e de noite, o que já ocasionou vários acidentes, inclusive com vítimas fatais. Para quem transporta passageiros, a Marinha tem sido radical e cobra a Arrais, carteira de condutor de embarcação. Quem não tem, não pode atravessar nenhuma pessoa como passageiro.