Chuva de pesquisas eleitorais inunda reta final da corrida à Prefeitura de Parauapebas

Nem mesmo fofocas que dão conta de que próximo gestor pode pegar um município falido são capazes de desanimar candidatos que sonham com a segunda cadeira mais valiosa do estado

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Com circulação de R$ 2,7 bilhões em seus cofres por ano, a Prefeitura de Parauapebas é, sem dúvidas, muito cobiçada. A disputa cada vez mais acirrada pela segunda cadeira municipal mais valiosa do Pará está deixando em polvorosa institutos de pesquisa que sondam a intenção de voto do eleitorado no próximo dia 6 de outubro. Mas em nenhum município de interior no Brasil há um apelo tão grande por esse tipo de levantamento quanto em Parauapebas. As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu.

Até esta quinta-feira (19), o Blog contabilizou 26 pesquisas eleitorais para intenção de voto ao cargo de prefeito em Parauapebas, uma média de uma nova pesquisa a cada dez dias este ano. Entretanto, apenas na primeira metade do mês de setembro, foram registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sete pesquisas, numa média extraordinária de uma nova sondagem a cada dois dias e meio praticamente.

As três mais recentes, registradas esta semana, são o levantamento encomendado pelo portal Pebinha de Açúcar ao instituto Intelidata para ouvir 803 eleitores; a sondagem que tem o CNPJ em nome de Janildo da Costa Silva como contratante e pagante para sondar 800 eleitores; e a pesquisa Data Populi encomendada pela Rádio Arara Azul para ouvir 1.019 eleitores.

A pesquisa da Intelidata está cadastrada no TSE sob número PA-02884/2024 e deve ter o resultado no próximo domingo (22), mesmo dia em que se prevê a divulgação da pesquisa de Janildo, registrada sob o número PA-05244/2024. Já a do Data Populi tem previsão de ser divulgada na próxima segunda-feira (23), ao longo da programação da Arara Azul.

Até o dia 6 de outubro, Parauapebas deve bater 30 pesquisas registradas, uma vez que as coligações estão se armando até os dentes de levantamentos que julgam ser confiáveis para traças estratégias de obtenção de voto e se aniquilação de adversários.

Prefeitura falida?

Apesar de sua robusta arrecadação, ventila-se que a Prefeitura de Parauapebas seria entregue ao próximo prefeito completamente falida em 1º de janeiro de 2025. Tendo movimentado R$ 23 bilhões nos últimos 20 anos, R$ 19 bilhões dos quais na última década, a prefeitura, mesmo com eventuais problemas, não deixa de ser um poço de encantos para quaisquer candidatos, sejam eles veteranos ou aventureiros.

As razões para que esteja considerada falida residem no fato de suas cada vez mais elevadas despesas, com destaque para os gastos com a folha de pagamento, que comprometem 35% da receita líquida. Mas, para além disso, há a despesa com pagamento de fornecedores por aquisição de materiais ou prestação de serviços. Essa é a parte que mais definha e que, com o passar dos anos, foi deixando a prefeitura sufocada em dívidas.

Se, por um lado, é verdade que a rica Prefeitura de Parauapebas ainda não faliu de um todo, por outro é igualmente verdade que ela está quebrada e visivelmente com dificuldades de pagar em dias suas obrigações contraídas na praça. Nem mesmo os royalties — que são uma receita robusta, embora menor que em anos anteriores — têm sido suficientes para amortecer a tragédia financeira em que o município se mergulhou.

Mas isso não é, nem de longe, motivo para esmorecer os candidatos locais que, pelo contrário, se enchem de esperanças a cada pesquisa que lhes favoreça e renovam as energias em pensar que podem vir a ser prefeitos da Capital do Minério. O resultado final de tanta especulação sai nas urnas, no dia 6.