Uma nova ferramenta para o desenvolvimento racional de novos medicamentos, cientistas sintetizaram uma nova proteína que impede a entrada do vírus nas células. A informação é do site Diário da Saúde.
A vantagem é que a proteína sintética não causa inflamação e outros efeitos colaterais induzidos pelas altas dosagens de medicamentos necessárias para inibir a aids. A descoberta será publicada no exemplar de Abril do prestigiado The FASEB Journal sob o título: “Ficção científica que vira realidade”
“Isto é ficção científica se tornando realidade. Esses pesquisadores pegaram uma proteína e removeram sua parte que causa danos, então estabilizaram e modificaram a seção que tem um efeito terapêutico,”
afirma o editor da revista científica, Gerald Weissmann.
“Isto não é uma notícia boa apenas para as pessoas com aids, é uma notícia boa para todos nós, na medida que essa pesquisa abre caminho para trabalhos similares para muitas, muitas outras doenças,” escreve o editor.
O fragmento de proteína é baseado em uma proteína natural chamada RANTES, que é parte do sistema imunológico. A RANTES defende naturalmente o corpo contra o HIV/aids, mas não pode ser usada como droga porque ela tem vários outros efeitos biológicos, podendo causar inflamações sérias.
Projeto inteligente
Depois de examinar precisamente a estrutura molecular da RANTES, os cientistas descobriram que apenas um pequeno fragmento da proteína é realmente responsável por bloquear a entrada do HIV nas células. A partir daí, eles dissecaram a porção desejada da proteína e desenvolveram uma forma de estabilizá-la sem comprometer seus efeitos protetores.
Depois de vários passos de refinamento molecular e modelagem virtual, os pesquisadores criaram um peptídeo com altíssimo potencial contra o HIV e com possíveis benefícios para o tratamento de doenças
inflamatórias, como a artrite e o lúpus, assim como para a prevenção da rejeição de transplantes.
“Da mesma forma que os escultores da Renascença escavavam arte no mármore cru, os engenheiros moleculares de hoje estão usando o design inteligente para criar obras-primas químicas que salvam vidas,”
concluiu Weissmann.
Colaboração de Cleonice Ximendes vice-presidente do GAPP+
Fonte: Diário da Saúde