A multidão de pessoas que viaja para Belém na época do Círio levou a Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) a antecipar, no Pará, a campanha de vacinação contra o sarampo, que está marcada para começar somente dia 7 de outubro em todo o País.
Nos 144 municípios paraenses, a campanha já começará amanhã, dia 27, porque com a concentração de dois milhões de fieis em Belém aumenta-se o risco de propagação do vírus, que é transmitido pela tosse, fala, espirro ou até mesmo quando alguém respira muito perto de outras pessoas.
Em Parauapebas, amanhã será dia “D” de vacinação, mas campanha seguirá até o dia 25 de outubro. A vacina estará disponível em todas as unidades de saúde, conforme informado pelo secretário municipal de Saúde, Gilberto Laranjeiras. O funcionamento das unidades será de 8 as 11 horas e de 13 as 17 horas. O município espera vacinar 2.485 pessoas, que é o número de doses recebido do Ministério da Saúde.
Gilberto Laranjeiras diz que a população precisa ficar atenta porque a campanha não é para todas as idades, ou seja, há um público específico: as crianças menores de 5 anos de idade, as mais susceptíveis para contrair o sarampo, e os jovens com idade entre 20 e 29 anos. “Quem já tomou as duas doses da vacina não precisa mais vacinar”, avisa Gilberto Laranjeiras.
A vacina é contraindicada para mulheres gestantes porque que nesse período elas tendem a ter a imunidade diminuída, o que deixa o sistema imunológico mais vulnerável e, inclusive, susceptível a desenvolver a doença ou complicações.
Todo cuidado é pouco
Até 2015 o Brasil não registrava um único caso de sarampo, doença que pode ser fatal se não houver prevenção. Foram quatro mortes este ano, todas em São Paulo. Até este mês, o País já registra 4.507 casos de doença, conforme números divulgados nesta quarta-feira (25) pelo Ministério da Saúde.
Os números apontam para um crescimento de 13% do sarampo em 19 Estados brasileiros, sendo que São Paulo concentra 97% das incidências. No Pará, cerca de 60 pessoas contraíram sarampo.
Com a intensificação das campanhas, o governo espera diminuir ou ao menos estabilizar o número de casos. “Estamos há seis semanas observando uma tendência de estabilização, resultado da intensificação das campanhas de vacinação e das ações de mobilização de Estados e municípios. Não dá pra baixar a guarda, pois o vírus sarampo é extremamente transmissível”, disse o secretário de Vigilância em Saúde do MS, Wanderson Oliveira, na entrevista coletiva sobre os números da doença.
Atenção aos sintomas
É importante ficar atento aos sintomas do sarampo: febre acompanhada de tosse, irritação nos olhos, nariz escorrendo ou entupido e intenso mal-estar. De três a cinco dias, podem aparecer outros sinais da doença, como manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas, que não demoram a se espalhar pelo corpo.
Após o aparecimento das manchas, a persistência da febre é um sinal de alerta e pode indicar gravidade, principalmente em crianças menores de 5 anos de idade.