Tsunami I
O ano de 2020 mal começou e duas notícias de alto teor destrutivo chegam com efeito de um tsunami nos arraiais políticos do Pará, capaz de ouriçar as férias do titular do Poder Executivo paraense. Enquanto o governador Helder Barbalho está no exterior, no doce far niente de suas férias, o vice-governador em exercício, Lúcio Vale, foi denunciado pelo Ministério Público Federal, ao lado de outras 31 pessoas, por corrupção e lavagem de dinheiro no bojo das investigações da Operação Vissaium. Leia os detalhes aqui.
Tsunami II
A Operação Vissaium é o desdobramento da Operação Carta de Foral, que mira uma organização criminosa responsável por fraudar licitações e contratos públicos em 10 municípios do Pará. Os procuradores da República investigam o desvio de R$ 39 milhões nos anos de 2010 a 2017, em recursos públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), destinados, dentre outras obrigações legais, para a merenda escolar.
Tsunami III
É chocante para a opinião pública saber que políticos são suspeitos de desviar para seus bolsos o dinheiro público de seus impostos que seriam destinados à merenda de crianças que estudam para melhorar de vida nas escolas públicas. Essa é a suspeita que o MPF quer provar no andamento das investigações. A pretensão do governador em exercício em ser o indicado como candidato à Prefeitura de Belém já era.
Coletiva
A PF em Belém esclareceu, em coletiva de Iimprensa, o outro tsunami da manhã da quinta-feira (9). Trata-se da prisão do empresário e ex-senador Luiz Otávio Campos, durante nova fase da Operação Fora do Caixa, desdobramento da Operação Lava Jato. Seis mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão temporária foram cumpridos ao longo da manhã na capital paraense, em Palmas (TO) e em Brasília (DF). Mais detalhes no Blog do Zé Dudu.
Operador
Em decisão do Pleno do Supremo Tribunal Federal por declínio de competência em 2019, o inquérito da Operação Fora do Caixa foi enviado para o Tribunal Regional Eleitoral do Pará, daí seu atraso na apuração de novos fatos, algo que irrita sobremaneira a sociedade paraense, ressabiada de constatar patifarias dos políticos que surfam na certeza da impunidade.
Apelido
Luiz Otávio Campos é carinhosamente chamado de “Pepeca” pelos familiares e amigos. Oficial da reserva do Exército, ele é suspeito de ser o operador do MDB dos senadores Jader Barbalho (PA) e Renan Calheiros (AL), parlamentares que negam perentoriamente as acusações. O suspeito já está em casa após a audiência de custódia.
Com quem andas?
Nesse mesmo inquérito, o ex-prefeito de Marabá, João Salame Neto, e o senador Paulo Rocha (PT-PA) estão arrolados como suspeitos de abuso de poder econômico e corrupção passiva nas eleições majoritárias de 2014.
Belém
Partidos que cresceram substancialmente ao longo de 2019 em razão da nova política da relação do Executivo federal com o Legislativo federal , como o PSD, por exemplo, ainda não têm consenso sobre quem apoiar para a Prefeitura de Belém. Evidentemente, o leitor atento, já sabe, pelas notas acima, que a indecisão não está restrita ao PSD. Todos, anotem, todos os partidos, não têm segurança em quem lançar para a “rinha”.
Rinha, Colunista?
— Isso mesmo, o adjetivo “rinha” é o mais apropriado para definir como será a eleição nas cidades e Câmaras Municipais esse ano.
Lembrete
A Coluna não vai perder o seu precioso tempo, caro leitor, com enfadonhas notas sobre como é o calendário eleitoral de 2020, uma vez que é assunto para quem vive de política — e, naturalmente, não deve ser o seu caso. No geral, pelos menos os mais espertos já sabem e pagam a quem de direito para lhes informar sobre isso. Para saber sobre a resolução válida publicada pelo Tribunal Superior Eleitoral sobre o calendário eleitoral das eleições de 2020, confira as informações (clique aqui). Aliás! Muitos candidatos à prefeito e vereador, se perguntados, não sabem redigir uma redação de um livro que declararam ter lido.
— Não desperdice o seu voto.
Nobel
Quando a morte se aproximou para um conversa de pé de ouvido com o brilhante cientista sueco Alfred Nobel, multimilionário, algo aconteceu. Sentindo que ia morrer, Nobel, em 1895, criou um fundo para destinar a sua colossal fortuna. Logo depois ele morreu e assim um conjunto de seis prêmios internacionais anuais concedidos em várias categorias por instituições suecas e norueguesas reconhecem, por decisão de um comitê, pessoas ou instituições que realizaram pesquisas, descobertas ou contribuições notáveis para a humanidade no ano imediatamente anterior ou no curso de suas atividades.
Criatividade
Em termo de criatividade e reconhecimento, poucas personalidades originados de respectivos países conseguiram a láurea de um Prêmio Nobel, concedido anualmente pelo fundo que o inventor da dinamite, ou seja, o inventor da norte, inventoo. O exlosivo foi criado com fins pacifistas, para os trabalhos de grandes construções tais como túneis e canais. Mas, para a decepção e Nobel, virou instrumento de destruição.
“Nunca na história…”
Enquanto a frase de efeito “Nunca na história desse país” ecoa alhures, a realidade é outra e muito distante de declarações do demagogo da hora. Jamais um brasileiro, muito menos o “homem mais honesto vivo entre nós”, sabe o que é ter o troféu e o cheque de mais de um milhão de dólares concedido pelo comitê do Prêmio Nobel. Quem chegou mais perto disso foi o escritor e comunista baiano Jorge Amado.
Precisa?
Qual a relevância de saber que o escritor Jorge Amado (baiano); o arquiteto Oscar Niemeyer e o ex-presidente Juscelino Kubitschek (ambos mineiros) eram comunistas e por isso não foram reconhecidos internacionalmente? Os três, na opinião da Coluna, são merecedores de reconhecimento e isso já existe no Brasil, embora o prêmio Nobel seja notável, relevante por seu valor didático, jamais pode ser encarado por nós brasileiros como um desfavor.
É vero
Em 2018, um sujeito famoso, casado com uma das integrantes com direito a voto no comitê do Nobel, foi pilhado fazendo, digamos, coisas indecentes. A dita cuja julgava o prêmio de Literatura do prêmio Nobel no quesito literatura. Um ano antes, quem escreve de verdade, foi a apanhado pelo anúncio do vencedor do quesito Literatura: prêmio destinado ao americano Bob Dylan. Um confuso músico que questiona porquê o mundo, onde ele vive: existe.Perturbar o sono profundo do inventor da dinamite me parece mais importante do que a ordem do morto.
Atlântida I
Para fechar a semana com chave de ouro, a jornalista Miriam Leitão nos brinda com um cardápio impressionante de desinformações. Afirma em rede nacional que o Brasil não é a Austrália: brilhantismo maior, nunca visto, nem na era Rousseff.
Atlântida II
Miriam Leitão sustenta que o bioma da Austrália é protegido por ares “secos” que ela afirma serem suscetíveis ao humor do tempo, cujo o bioma “pega” fogo espontaneamente, sem apontar a fonte dessa pérola do achismo de uma autêntica Fake News.
A jornalista não perde tempo e afirma que o Brasil não é a Austrália porque suas florestas são “úmidas” e os incêndios foram provocados por agentes do mal, apoiados por sabe-se lá quem.
Uma hora sai
Não é produtivo, na opinião do titular da Coluna, dividir os brasileiros. Goste-se ou não de personalidades polêmicas, a democracia nos apoia para apontar quem merece um Prêmio Nobel, ou seja, lá o que for, e uma hora dessas sai o prêmio para um de nós. Se não sair vamos comprovar o que sabemos.
Particularmente acredito que esse tipo de prêmio é apenas marketing de um grande acerto comercial.
Barato
Ao contrário do que se diz, entretanto, de tolo e besta, mesmo na extrema dificuldade, o brasileiro, especialmente o paraense, gente do temperamento do que existe de mais extraordinário no mundo, sabe de uma coisa: “Barato!? É só o marido da barata!”
Até a próxima
Estaremos atentos e enquanto isso, acompanhe ao longo da semana, as notícias exclusivas de Brasília sobre o trabalho da bancada paraense e as principais decisões do Congresso Nacional que afetam a vida de todos os brasileiros, com as reportagens exclusivas publicadas aqui no Blog do Zé Dudu.
Um ótimo final de semana a todos.
Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília