Coluna do Frede

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Com Tapajós e Carajás o Pará fica mais rico
Por Frede Silveira

Quanto mais caminha a disputa pela criação ou não dos Estados do Tapajós e Carajás mais os ânimos vão se acirrando. De um lado, legitimamente, reconheçamos, os defensores do NÃO, povo que habita confortavelmente a capital do atual Estado do Pará e, de outro, os domiciliados ao longo da abandonada região do sul e sudeste paraense que luta por sua independência política e administrativa.

Até prova em contrário não ha a menor dúvida que a criação do Estado do Carajás, prá ficar só por aqui, é o único projeto de concretização de efetiva transformação e desenvolvimento deste pedaço de terra historicamente abandonado pelas autoridades responsáveis pela administração justa do Pará.

Dentre os principais fatores que fundamentam a criação dos dois novos Estados, destaca-se o relativo a coincidência entre o número de municípios e os estados mais ricos como Minas Gerais e São Paulo que juntos têm aproximadamente 1500 municípios, enquanto o Pará tem apenas 144.

No caso de infra-estrutura relativa a ferrovias vejamos a disparidade entre as regiões brasileiras. Enquanto o Sudeste sozinho detém 42,33% da rede ferroviária nacional o Norte todo dispõe de miseráveis 1,52%.

Com relação a Educação as coisas não diferem em nada, ao contrário, demonstram o quanto o Pará dividido em três Estados poderá ganhar na medida em que aumentando o número de parlamentares no Congresso Nacional aumenta, por extensão, nosso poder de barganha na obtenção de verbas para investimentos no  Ensino. Vejamos alguns exemplos comparativos em relação a outros Estados. Enquanto Minas Gerais possuía em 2008 onze Universidades Federais e seis Institutos Tecnológicos, a região Norte toda só possuía oito Universidades Federais e cinco Institutos Tecnológicos.

São Paulo, sempre ele, possui sozinho com seus mais de 1.400 milhões de funcionários públicos nas três esferas de poder o dobro de todos os funcionários da Região Norte inteira. E por falar em funcionários públicos, no Estado do Pará, pasmem, 105.164 estão lotados na capital, Belém. E, apenas 2.105 mil na sub-região do Carajás.

Na Saúde o quadro é deprimente. Enquanto Belém detém 83.5% dos médicos do estado, o sul e sudeste possuem apenas 10,5%. Poderíamos continuar expondo aos paraenses e principalmente aos belenenses, números que demonstram fartamente quem será na realidade o maior beneficiário com a divisão. Sem dúvida o grande beneficiário dos resultados positivos com a divisão do estado será o Pará remanescente.

Só Belém e Região Metropolitana herdarão mais da metade do Produto Interno Bruto enquanto os estados do Tapajós e Carajás com população equivalente a 3.000 milhões e um território equivalente a 2/3 ficariam com os restantes quarenta e poucos por cento. Com um agravante, teremos que começar do zero enquanto Belém e Região já têm de um tudo.

Assim, é tudo uma questão de melhor avaliação do povo  e honestidade de propósitos dos líderes do contra.

4 comentários em “Coluna do Frede

  1. Aline Alves Responder

    É muito fácil olhar só para o que tá bom, respirar e pensar, deixa estar como está. Estive em uma conferência e em um simpósio que contaram com pessoas de Belém, e como o assunto da divisão do estado está em foco, tocaram nesse assunto. Em um destes estava um promotor, e em outro um professor da UFPA, os dois se posicionaram decididamente contra a divisão, porém concordaram com as causas e motivos do desejo dessa região de dividir o estado, fiquei pensando, como eles poderiam consentir com nossas mazelas e não serem a favor da divisão do estado?
    Em fim, estes defendem a talvez boa vida que eles e a região que eles vivem teem.
    Só sei que se formos todos, pelo menos das regiões de integração dos futuros estados de Tapajós e CaraJÁs a favor do sim, uma certeza temos, pior do que tá não fica. Eu também, assim como muitos, queria o Pará grande, mas é o momento de agirmos pela razão e não pela emoção.
    Meu coração quer o Pará grande, quer que sejamos de uma única bandeira e etc e tal, mas as razões para essa divisão são mais fortes, a ferida está exposta, e sei que essa não é a hora de agir pela emoção, não podemos cobrir a ferida, temos de sará-la. Tem muitos por aí, que não conhece nada da região sul e sudeste, se sabe alguma coisa é superficialmente, e fazem campanha do não.
    Esse plebiscito é uma oportunidade única, e vamos de 77.

  2. Gleydson Responder

    Estive nesta terça-feira no auditório da Unama para assistir a um debate sobre o plebiscito de 11.12.2011 que vai decidir se o Pará permanecerá unido ou não. O auditório estava lotado e os três palestrantes se posicionaram contra a separação, apresentando seus argumentos técnicos. Duas coisas me impressionaram: 1) só 20% do território paraense pertencem ao Pará, o restante está federalizado, ou seja, pertence ao Incra, é reserva ambiental, área de segurança nacional etc.; o governador do Pará não pode nem mesmo se opor, por exemplo, à construção de Belo Monte, em Altamira, conforme foi lembrado pela Adelina Braglia, presidente do Idesp e uma das debatedoras (foram apresentados vários mapas para evidenciar a federalização do nosso território e isso significa que a União é responsável pelas levas migratórias que levaram aos movimentos de emancipação); e 2) na hora das perguntas, um jovem índio, que vestia uma camisa com a bandeira do Pará e oriundo do Sudeste do Estado, disse que naquela região é ameaçado quando declara que vai votar a favor do Não, o que o revolta, pois os paraenses receberam os forâneos de braços abertos e terminou dizendo: “Sou, sim, a favor da separação, mas das terras dos latifundiários que ali vivem!”.

    Só para que vocês tenham uma idéia do que acontece em nosso país: existem 23 propostas de separação ou criação de Estados tramitando no Congresso Nacional. Até Estados como Minas, Rio Grande do Sul e São Paulo são alvos de tais propostas. Até o Amapá, acreditem!!! É, tem uma proposta para criar o território federal do Oiapoque, dividindo o minúsculo Amapá. Foi exibido um mapa mostrando como ficaria o Brasil se todos os novos Estados fossem criados e o Brasil ficou parecendo uma sopa de quadrinhos…

    Em tempo: no domingo, vai haver uma passeata pelo NÃO que sairá da escadinha da avenida Presidente Vargas. Todos lá!!

  3. Marcos Responder

    Não precisa nem ler, o artigo acima para se ficar pensando, como o Pará ficará mais rico se querem tirar 83% do seu território, 50% de sua renda deixando-lhe apenas a parte mais degradada do Estado.
    Como os Estados ficarão ricos se a renda de um Estado pobre será divido por tres.
    Essa conversa de falta de educação, estradas, etc todos nós ja sabemos que é papo furado.
    Belém sozinha tem mais população que toda a região de Carajas e do Tapajós,
    Dos trinta e oito municipios do pretenso Carajás, apenas Marabá, Parauapebas e talvez Redenção sejam os unicos muncipios que talvez sejam auto suficientes o resto são todos insufucientes e dependem de repasses tanto do governo Estadual e Federal, e todos nós sabemos que esses repasses são proporcionais a população e como eles ficaram se a renda do estado irá diminiur pela.
    Eu acho que esses argumentos querem justifcar uma divisão que não se justifica a não ser para os bolsos dos politicos interessados nela.
    Nunca vi dividir pobreza para gerar riquezas.
    Nós temos é que somar e não dividir.

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