Coluna do Frede

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“Carajás”: A História
Em todo processo humano que envolve embate de opiniões sempre sobra espaço para desinteligências. Algumas diferenças são facilmente administráveis. Outras, medianas, perdem-se no esquecimento das conveniências. Porém, sempre restam alguns problemas oriundos dessas diversidades que perduram ao longo dos tempos e tendem a aflorar em ocasiões que permitem oportunidades de ascensão pessoal. Neste momento é que as pessoas tendem a se mostrar desnudadas em suas opiniões e pensamento, expondo suas mazelas, via de regra.

Sobre a origem das discussões que redundaram até agora na aprovação do plebiscito que irá criar ou não em 11 de dezembro próximo o estado do Carajás, há duas vertentes determinando o começo de tudo. Eu, particularmente, creio existir apenas uma origem que se desdobrou como relato a seguir.

Em 31 de março de 1986, reuniu-se na Casa da Cultura, um grupo de abnegados cidadãos, dentre os quais, o professor José Brandão, idealizador do movimento, Adão Lucas, Norma Suely, Onias Ferreira, Mascarenhas Carvalho, Antônio Sarmento e José Soares e Silva, quando o professor Brandão apresentou estudos feitos a partir de 10 de maio de 1981, denominados Estudos Preliminares propondo a criação de um novo Estado na região sul e sudeste paraense, tendo sido, posteriormente publicado no jornal Correio do Tocantins na edição de 22 de dezembro de 1988.

Ressalte-se ainda que aqueles estudos foram repassados no início de 1989 ao então Deputado Federal Asdrúbal Bentes que, após lê-los e prefaciá-los imprimiu-os em mil apostilas que foram distribuídas ao público. Com base nesses estudos o Deputado Asdrúbal elaborou um Projeto de Decreto Legislativo e o protocolou na Secretaria da Câmara dos Deputados Federais em 7 de março de 1989, Projeto este que recebeu o Nº 036 (PDLC Nº 036). Embora tendo tramitado em algumas Comissões Temáticas da Câmara dos Deputados, o Projeto do parlamentar marabaense não logrou êxito na aprovação final e com a ausência de Asdrúbal no Parlamento por não ter sido reeleito, o PDL perdeu-se nos desvãos das gavetas da Mesa da Câmara dos Deputados.

Ocorre que simultaneamente aos fatos narrados acima o então vereador Miguel Gomes Filho, o Miguelito, promovia um Seminário de Vereadores do Sul e Sudeste do Pará, em Marabá, entre 6 e 11 de março de 1889, ocasião que foi criada a UVESPA (União dos Vereadores do Sul e Sudeste do Pará). Nesse Seminário histórico também foram discutidos outros assuntos relacionados ao desenvolvimento da região, dentre os quais, também, a criação de um novo Estado na Região. Como fator enriquecedor da historia ressalto um fato que revela o ambiente de embate ideológico e político que sempre permeou o caminho percorrido até agora, consubstanciado na celeuma sobre o nome que dariam ao novo ente federativo. De um lado o professor Brandão propondo o nome Estado de Itacaiúnas, e do outro, Miguelito que propunha Estado do Carajás. O vencedor, se é que se pode dar essa designação ao autor do nome, foi Miguelito, claro, com seu Estado do Carajás.

Dando continuidade a luta emancipacionista, surge no horizonte da história o Deputado Federal Giovanni Queiroz que, em 25 de março de 1992, protocolou na Câmara Federal o Projeto de Decreto Legislativo Nº 159-B92, cujo relator foi o Deputado Gilson Gibson que teve seu voto favorável à criação do Estado do Carajás aprovado finalmente na Comissão de Constituição e Justiça e Redação em 4 de abril de 1995 com
42 votos favoráveis e apenas 8 contra.

Após esse ponto ficamos órfãos de nossos mais destacados militantes políticos no Congresso Nacional com a ausência do Deputado Giovanni Queiroz que tinha à época como certa sua eleição para o Senado Federal em função de sua luta pela criação do Estado do Carajás e resolveu aceitar um convite para ser vice-governador na chapa de Hildegardo Nunes que não logrou êxito, como sabemos.

Finalmente, o Senador Leomar Quintanilha protocolou o PDLS Nº 052/07, que após aprovado foi para a Câmara como PDL 2.300 para ser referendado, ocasião em que o hábil Deputado Giovanni Queiroz incorporou o seu PDL 159-B/92, vislumbrando sagazmente que dessa forma o andamento do projeto ganharia em agilidade, tendo, finalmente sido aprovado e é o que nos possibilitou escolher pelo voto em 11 de dezembro se queremos ou não o Estado do Carajás.

6 comentários em “Coluna do Frede

  1. Gleydson Responder

    Giovanni Queroiz, estadista ou parlapatão

    Além de responder à ação penal por sonegação de impostos, o Deputado Giovanni Cuida Bem de Mim Queiroz demonstrou seu desrespeito à Belém quando, em sua associação para o mal com o prefeito Duciomar, indicou seu capataz Raimundo Pinheiro para a Presidência da FUNBEL (Fundação Cultural de Belém).
    Raimundo, membro do diretório estadual do PDT, ajuda Giovanni a cultivar suas fazendas eleitorais no sul do Pará e como dizem, também mexe com gado.
    Pois foi este homem, que entende mais de agricultura do que de cultura, o indigitado pelo estadista de Campina Verde, Minas Gerais, cuja família mora em Goiânia, onde os filhos estudaram e se formaram.
    Pobre Raimundo, doutor em valor da arroba de boi gordo, em arrumação de ata para eleição de diretório municipal do partido, candidato barrado na eleição de 2010 pela lei da Ficha Limpa por abuso de poder e captação ilícita de recursos, nada sabia – e nem estava lá para saber – do que rolava neste complexo e esquisito mundo de patrimônio cultural, artes, poesia, literatura.
    Belém fôra contemplada com um Diagnóstico do Centro Histórico, oferecido pelo Ministério das Cidades. Depois do tempo regulamentar esperando pelo diagnóstico, sem que nenhuma providência tivesse sido tomada pela FUNBEL, o Ministério consultou o escritório regional da Caixa Econômica de Belém, para saber se havia algum órgão com capacidade técnica de realizar o diagnóstico, a Caixa sugeriu o Fórum Landi e começamos a conversar com a FUNBEL, então dirigida pelo Heitor Pinheiro. Preparamos o projeto, habilitamos toda a documentação requerida pelo Ministério.
    Depois, mundança política, levaram o Raimundo à presidência da Fundação. (Conheço o Raimundo da campanha do Hildegardo pra governador, é uma pessoa cordata, mediano médio).
    Várias vezes o alertei para os prazos, e ele sempre me dizia, fique tranquilo o Giovanni esta tratando deste assunto, ele faz parte do colégio dos líderes (acho que era isso, ou coisa que o vale).
    Belém perdeu o dinheiro.
    Não temos o diagnóstico e com isto não podemos nos habilitar para captar recurso de uma série de programas do Governo Federal.
    O que pode explicar o interesse desta participação no governo do Município de Belém senão apenas o acesso às tetas do poder para praticar, fisiologismo, captação ilícita de recursos, e outra milonguitas mais.

    O infeliz Raimundo, Ficha Suja e seu padrinho que ama tanto o Pará, que quer explodi-lo em pedaços
    Foto tirada em frente à Funbel no período eleitoral.

    P.S: Parlapatão: Quem engana os outros com as suas conversas intrujonas e mentiras. = fanfarão, impostor, pantoMIMEIro, ou será pantoMINEIRO, paparrotão.

  2. Nome (obrigatório) Responder

    pode escuartejar até em 10 pior do que está não fica, nos somos esquecido em tudo aqui no fim do mundo ! eu voto sim e coclamo atodos moradores dessa região tao esquecida que não deixe de votar no sim.

  3. nz Responder

    Esquartejando ou não o estado do Pará, pela primeira vez os políticos do governo, estão lembrando que o Sul do Pará é habitado por eleitores.

  4. Toninho Responder

    O que se chega a conclusão, depois de ler esta história, é o que todo mundo já sabe, essa manobra de esquartejar o Estado do Pará, não passa de arranjos politicos para fins eleitoreios e financeiros.
    Ainda bem que o dia 11 de dezembro vai chegar e essa história toda vai pro lixo.

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