Coluna do Frede

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Marabá não merece isto

As mais importantes eleições do país são sem dúvida alguma as municipais, para prefeitos e vereadores. Primeiro, pelo fato de que o cidadão mora, reside, constrói, estuda, enfim, tudo que o cidadão faz é no âmbito do município onde pisa e deixa seu rastro. Dentre as três esferas político-administrativas que vigora no Brasil, União, Estados e Municípios, é exatamente esta última que se pode dizer que é real, que existe materialmente. As outras duas são uma ficção jurídica, administrativa e política.

Com cerca de 60 mil vereadores atualmente, número que irá aumentar por conta da chamada PEC (Proposta de Emenda Constitucional) dos Vereadores, e aproximadamente 5.560 prefeitos, vê-se pelo gigantismo dos números o por quê da relevância destas eleições.  Vereadores e prefeitos são os mais cobiçados e bem tratados cabos eleitorais para as outras eleições que elegem deputados estaduais, federais, senadores, governadores e presidente da República.

Com a aproximação das próximas eleições municipais no país inteiro já começou a frenética corrida pelos almejados cargos.  Dia 7 próximo encerram-se os prazos para a regularização eleitoral dos cidadãos como um todo, inclusive aos que já se predispõe a serem candidatos.

Marabá, como não poderia deixar de ser, já está nessa corrida com o lançamento formal e informal de pré-candidatos. Do ponto de vista do pleno exercício da cidadania é salutar o surgimento de mais pessoas dispostas a ingressarem na seara política. Principalmente sangue novo, que, ao menos na teoria, acena com a perspectiva de melhoria na qualidade da atual safra de edis. Embora na prática nem sempre isso se dê, como já tivemos oportunidade de ver por aqui.

Com o provável aumento do número de vereadores no nosso município e a grande expectativa de Marabá vir a se tornar Capital do estado do Carajás caso vença o 77 (SIM), no plebiscito de 11 de dezembro, aumentou consideravelmente o contingente de cidadãos interessados em ocupar uma das cadeiras de vereador e a de prefeito.

E o que cabe aos que continuarão sendo apenas eleitores? O que sempre lhes coube: exercer com sabedoria e compromisso público sua obrigação de votar. A despeito de sabermos que nossa Democracia ainda engatinha, forçoso é reconhecer que já evoluímos muito após a redemocratização.

A grande questão do voto no país ainda reside na qualidade em relação aos candidatos que se apresentam ao escrutínio popular. E o efeito, em muitos casos, é deveras deletério ao conceito ético do Brasil aqui dentro mesmo e no mundo desenvolvido. Não que acreditemos que por lá também não existam maus políticos. A diferença entre eles e nós é que lá a punição é uma realidade, enquanto por aqui, ainda campeia zombeteira no mundo da impunidade.

Vejamos o nosso caso como exemplo. Sem adentrar na área de juízo de valor, o que não é minha praia, o atual gestor, deste que assumiu seu mandato vive constantemente sob ameaça de cassação. O que, aliás, já ocorreu por duas vezes provisoriamente. E não sejamos ingênuos a ponto de acreditar que a aflição e a angústia que tal instabilidade causa se resuma apenas às pessoas do prefeito e seu vice. Esta situação deixa todo o município de mãos atadas. Primeiro, o alcaide, por não poder com a tranquilidade da certeza do tempo que tem de mandato, gestar planos e projetos de médio e, muito menos, de longo prazos.  Depois, a população que por conta das incertezas que advêm do caos político consequente, vê fugirem de suas mãos grandes empreendimentos agendados para cá por empresas de renome nacionais e internacionais, que trariam o desenvolvimento de que precisamos e tanto merecemos.

Por isso, temos daqui pra frente mais que nunca que nos esmerar na análise criteriosa de cada um dos que pretendemos desde já mirar como nosso dirigente, seja o edil ou seja o prefeito. Marabá não merece isso que está aí.

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