Durante a sessão ordinária desta terça-feira, dia 12, o presidente da Câmara Municipal de Marabá, Pedro Corrêa Lima, fez um discurso duro contra o governo do Estado por não dar celeridade ao projeto de implantação de um Centro de Oncologia no Sul e Sudeste do Pará.
Pedro Corrêa lembra que em 10 de abril deste ano, a secretária adjunta de Saúde do Estado, Heloisa Guimarães, prometeu que até meados de abril o serviço estaria em funcionamento, por meio de um convênio com o Centro Oncológico Oncoradium, que funciona no núcleo Cidade Nova para tratamento. “Por muitos anos há sofrimento de pacientes acometidos de câncer, de Marabá e região, que têm de se deslocar até Belém para tratamento de quimio e radioterapia, provocando desgaste tanto para os pacientes quanto para seus familiares”, avalia.
Atualmente, as únicas referências para esses pacientes, no Pará, são: o Hospital Ophir Loyola, em Belém; e o hospital de Santarém, município muito distante da nossa região e de difícil acesso.
Pedro Correa não entende por que um serviço tão importante ainda não está funcionando por meio do SUS, haja visto que a licitação para isso já foi realizada pela Sespa, restando apenas a liberação de recursos.
Como presidente da Câmara, Corrêa pretende formar uma comissão com representantes de vários setores e ir a Belém nos próximos dias para cobrar o fim do impasse ao secretário de Estado de Saúde, Victor Manuel Jesus Mateus. “Não podemos aceitar que a promessa seja feita e não haja cumprimento efetivo. Precisamos pressionar as autoridades para que o tratamento contra vários tipos de câncer seja feita aqui em Marabá, uma cidade com quase 300 mil habitantes.
Pelo projeto apresentado pela Oncoradium, o tratamento se iniciaria pela quimioterapia, cobrando pela tabela do SUS do Estado, que já é um valor bem baixo.
Atualmente, quando um paciente se desloca de Marabá para Belém para tratamento de câncer, por exemplo, ele recebe, via TFD (Tratamento Fora de Domicílio) uma diária no valor de R$ 24,75 sem acompanhante e R$ 49,50 se houver acompanhante. No máximo, durante o mês, pode receber 21 diárias, além de dinheiro para deslocamento.
Dados oficiais do Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde mostra que no ano passado, o câncer foi responsável por 131 mortes em Marabá. “Acredito que muitas delas poderiam ter sido evitadas se o diagnóstico e o tratamento tivessem começado mais cedo, ao lado da família”, avalia Pedrinho Corrêa.
Dados da própria Secretaria Municipal de Saúde de Marabá revelam números preocupantes em relação às pessoas que fazem tratamento contra o câncer. De cerca de mil pacientes que estão em tratamento fora de domicílio, 40% se deslocam em grandes distâncias para se tratar de algum tipo de câncer. “Se por si só não bastasse o abalo na estrutura familiar da pessoa que tem diagnóstico de uma doença que deixa o paciente física e psicologicamente frágil, quanto mais a dificuldade em ter acesso ao tratamento adequado”, pondera o vereador.
Os vereadores Irismar Melo, Cristina Mutran e Gilson Dias elogiaram o presidente da Câmara por seu posicionamento firme e disseram que estarão juntos para ir a Belém e cobrar o governo do Estado por essa demanda imprescindível para a comunidade regional.