A greve dos servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), autarquia federal vinculada ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, pode gerar, mais uma vez, prejuízos milionários para a estatal brasileira de petróleo — a Petrobras. A empresa de economia mista poderá em breve retirar uma sonda de perfuração da Bacia Potiguar devido à falta de licenças para mais poços, disse, de Nova Iorque, onde participa de uma conferência, o diretor de Exploração e Produção, Joelson Mendes, na quarta-feira (20).
A Petrobras perfurou um poço em Potiguar e está em processo de perfuração de um segundo poço, mas carece de licenças ambientais para perfurar mais, disse Mendes, no intervalo da conferência de energia CERAWeek, nos Estados Unidos.
Em janeiro, a Petrobras confirmou que havia encontrado hidrocarbonetos em seu primeiro poço na Margem Equatorial, Pitu Oeste, mas disse que sua viabilidade econômica era inconclusiva.
O potencial do segundo poço ainda precisa ser avaliado, disse Mendes. “Vamos terminar esse poço e talvez levemos a sonda para o Sudeste do país, para Campos e para a Bacia de Santos”, informou, acrescentando que a sonda é cara e, portanto, não pode ficar ociosa enquanto espera por novas licenças de uma Ibama em greve há mais de três meses.
Potiguar está localizado na chamada Margem Equatorial, uma extensa área ao norte do Brasil que é vista como a fronteira mais promissora da Petrobras para a exploração de petróleo e gás.
A Petrobras planeja perfurar 16 poços na Margem Equatorial em cinco anos, disse Mendes, mas o órgão ambiental Ibama, cujos funcionários estão em greve, tem demorado a emitir novas licenças, atrasando os projetos de exploração.
O polêmico projeto da Foz do Amazonas, onde a Petrobras tenta obter licença no Ibama após uma negativa no ano passado, também integra a Margem Equatorial.
* Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.