A pandemia do novo coronavírus desencadeou uma miríade de contratações diretas e emergenciais, por dispensa de licitação, visando à garantia da vida e, também, a da morte “em homenagem ao princípio da dignidade da pessoa humana”. É assim que o governo de Paragominas justifica a contratação, em maio, de uma empresa para a prestação de serviços funerários no município, como medida antecipada aos óbitos decorrentes da Covid-19. As informações foram levantadas pelo Blog do Zé Dudu e podem ser conferidas aqui.
A prefeitura local contratou o fornecimento de 200 urnas mortuária de tamanhos variados, bem como a remoção e o translado, para atendimento às vítimas do coronavírus que pertençam a famílias em situação de vulnerabilidade social. Segundo a administração, muitas famílias não têm como arcar com esse tipo de despesa. Dados levantados pelo Blog no Cadastro Único do Governo Federal apontam que 7.280 famílias de Paragominas eram consideradas extremamente pobres até o mês de abril deste ano.
O município contratou a Clínica Paif Serviços por R$ 187 mil para realizar a empreitada. A empresa foi a que apresentou os preços mais em conta na cotação feita pela Prefeitura de Paragominas em três estabelecimentos. Os valores de caixão variaram entre R$ 586 e R$ 1.100. Já o custo do serviço de remoção partiu de R$ 349 até R$ 400. No final, o preço unitário do conjunto ficou em R$ 961,67. A ação será custeada com recursos do Fundo Municipal de Assistência Social.
Maior produtor paraense de soja e considerado um dos municípios de referência em sustentabilidade, o município de Paragominas contabilizava ao final da noite de ontem, terça-feira (2), 776 casos confirmados de Covid-19, entre os quais 54 que evoluíram a óbito. Cerca de 4.800 pessoas já foram atendidas com suspeita da doença no município, sendo quase 1.630 com síndrome gripal.