A mina N4E, da Vale, na serra norte de Carajás, entrará em uma nova etapa de expansão da lavra para áreas ainda intocadas. A Vale se prepara para, a partir do fim de 2015, operar em Carajás com capacidade de processar 154 milhões de toneladas de minério de ferro por ano em quatro sistemas de beneficiamento.
Na serra norte de Carajás, a Vale possui nove “corpos” de minério de ferro, do N1 até o N9, mas explora somente os corpos N4 e N5. Isso significa que a empresa tem potencial para explorar mais sete corpos minerais no local, considerado como uma das maiores províncias minerais de ferro do mundo.
“Considerando atividades de manutenção e ampliação, é importante avançar a lavra nos corpos N4 e N5”, diz Paulo Horta, diretor de ferrosos norte da Vale. O objetivo da mineradora é continuar a garantir o crescimento da produção de minério de ferro no norte do país.
A decisão de expandir a lavra depende de vários fatores, incluindo a decisão da companhia, as condições de mercado e a obtenção de licenças, entre as quais a mais importante é a licença ambiental, uma vez que Carajás encontra-se dentro da Floresta Nacional de Carajás (Flona), área de uso sustentável de 400 mil hectares.
Segundo Horta, a operação em Carajás está passando por um processo global de crescimento da produção. Do minério de ferro e do manganês, a mineradora passou a produzir também na região minérios metálicos, como níquel e cobre, produtos que terão produção expandida.
“Em 2014, produzimos [na serra norte de Carajás] mais do que em 2013 e, em 2015, vamos produzir mais do que em 2014, assim como em 2016 o volume será superior a 2015. É um movimento natural”, afirmou Horta.
O impulso para o crescimento será dado por novos projetos. Um deles é a mina na serra leste de Carajás, município de Curionópolis (PA), que entrou em fase de testes em 2014. Essa operação vai acrescentar, inicialmente, 2 milhões de toneladas de minério de ferro à produção anual de Carajás, mas a Vale planeja expandir esse volume para 6 milhões de toneladas por ano, podendo chegar a 10 milhões de toneladas anuais.
Os embarques de minério da serra leste, que está fora da Flona, dependem, porém, da obtenção de licença de operação emitida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Sem). A Sema informou que o projeto serra leste encontra-se na fase de licenciamento, incluindo operação de mina, beneficiamento e pera ferroviária. A licença de operação da mina foi aprovada e emitida.
Na serra norte de Carajás, a Vale está em fase de crescimento da produção da usina 2, com capacidade para beneficiar 40 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. O sistema para produção adicional, que é resultado de inovação tecnológica e utiliza peneiras vibratórias, foi adaptado pela Vale para as condições pluviométricas da região.,
Para atingir a capacidade nominal na usina 2, a Vale conta com o minério produzido na mina N4W, em operação desde 1994, mas também com o produto que sairá de uma nova frente de lavra que está sendo aberta ao sul da mina N4W, conhecida como N4WS. A empresa planeja ainda, avançar a lavra para o sul da cava N5, no corpo conhecido como N5S, em um trabalho que vem sendo analisado em partes pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A Vale tem projeções que mostram que o aumento da produção vai reduzir o custo operacional da empresa. De janeiro a setembro de 2014, o custo total de produção da Vale, incluindo mina, usina de beneficiamento, ferrovia e porto, após o pagamento de royalties, era de US$ 23,6 por tonelada. Há previsão de que esse custo caía para US$ 19,6 por tonelada em 2018. No sistema norte, o custo de produção em nove meses de 2014 ficou em US$ 21,2 por tonelada e a previsão é de que baixe para US$ 16,9 por tonelada em 2018.
O volume de ferro que saiu das jazidas de Carajás em 2014 representou 37,5% da produção total da commodity da Vale, que atingiu 319,2 milhões de toneladas, sem considerar compras de terceiros. As informações são do Valor Econômico. (NMB)