Com a Prefeitura de Parauapebas visivelmente afundada em dívidas, e serviços públicos em vias de paralisação parcial ou completa, o temor entre os mais de 10,6 mil servidores do Poder Executivo municipal é um só: levar calote no 13º salário. As teorias entre o funcionalismo são as mais pessimistas possíveis, mesmo diante de uma arrecadação líquida que, neste momento, já rompeu a cifra de R$ 2,3 bilhões e se aproxima da meta prevista na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024.
Nesta quinta-feira (21), o Blog do Zé Dudu apurou que a Prefeitura de Parauapebas devia na praça R$ 137,48 milhões — mais que a arrecadação inteira da maioria das prefeituras do Brasil. No entanto, a situação já esteve pior: ano passado, a esta altura dos acontecimentos, a prefeitura devia R$ 222,67 milhões, quase R$ 100 milhões a mais que hoje.
O governo do prefeito Darci Lermen, cujo mandato se encerra em 31 de dezembro, está fazendo uma força-tarefa para cortar gastos e passar o bastão ao prefeito eleito Aurélio Goiano com zero dívida, embora com expectativa de zero recurso em caixa. E, infelizmente, para isso alguns serviços básicos estão sendo sacrificados. A situação mais crítica é na Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), onde a dívida na praça é de R$ 34,03 milhões.
E o décimo, vai ou racha?
Vai ter 13º salário na Prefeitura de Parauapebas, sim. Faça chuva, faça sol, a ordem do prefeito Darci Lermen — considerado o queridinho dos servidores — é não deixar o funcionalismo público na mão e honrar o compromisso de pagar os trabalhadores em dia.
Inclusive, nesta quinta, o Blog do Zé Dudu recebeu a informação de que o governo municipal quer antecipar 50% do valor do décimo já no próximo final de semana. Neste momento, a Secretaria Municipal de Fazenda (Sefaz) e a Secretaria Municipal de Administração (Semad) estão discutindo a possibilidade de quitar a primeira parcela do décimo nas próximas horas ou, por fim, em parcela única em dezembro.
O certo é que sim, haverá décimo. Juntando o 13º da prefeitura e da folha do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saaep), serão despejados no comércio local cerca de R$ 60 milhões, conforme cálculos do Blog do Zé Dudu. Para muitos servidores, inclusive, esse será o derradeiro pagamento de um ciclo de anos na gestão municipal, principalmente os servidores comissionados, cuja nomeação cai automaticamente em 31 de dezembro, em razão da mudança de gestor. Foi bom enquanto durou.
6 comentários em “Com prefeitura endividada, servidores temem calote no 13º”
Auxiliar Administrativo da Prefeitura de Parauapebas ganhando mais de 06 mil. Enquanto um CLT ganha R$ 1650,00 e trabalha mais. Viva o funcionalismo público!
Uma das mais ricas prefeituras do Brasil endividada, pra onde foi o dinheiro da cidade?
SEMED também sai??
Oba!!!!!!!
Só acredito quando estiver na conta… especulação doida!!!!
A falta de pagamento do auxílio-alimentação referente ao mês de outubro causou sérios transtornos para muitos trabalhadores do município, incluindo cidadãos que desempenham funções essenciais, como alguns jardineiros que conheço. Essa omissão compromete não apenas a dignidade dos profissionais, mas também a qualidade dos serviços prestados à população. Esses casos pontuais são omitidos do público em geral, e somente quem está lá “dentro” ou tem parentes que trabalham para o município sabem das agruras que passa um trabalhador contratado hoje. O auxílio-alimentação, apesar de parecer um benefício simples, é indispensável para que trabalhadores possam manter suas necessidades básicas atendidas e seguir contribuindo para o bem-estar da cidade.
É preocupante que a administração pública deixe de cumprir compromissos financeiros enquanto, aparentemente, dispõe de recursos em caixa para arcar com tais obrigações. O possível atraso no pagamento do décimo terceiro salário reforça a sensação de insegurança entre os servidores, muitos dos quais já lidam com jornadas intensas e condições de trabalho desafiadoras.
Mais alarmante é a situação relatada em alguns setores da Secretaria de Esportes, infamemente dirigida pelas mãos do vereador que se diz justo e esportista, que se sente filho dessa cidade, mas esteve somente interessado em sua reeleição, que ele conseguiu a muito custo e muita pressão sobre pessoas inocentes que nem queriam votar nele. Desde fevereiro de 2024, alguns trabalhadores vêm realizando esforços extraordinários para manter a entrega de serviços básicos nessa secretaria. Esse cenário reflete não apenas o descaso com os profissionais, mas também uma gestão desequilibrada que privilegia poucos destaques em detrimento do funcionamento pleno do setor. Os trabalhadores, transformando suas dificuldades em força de trabalho, acabam arcando com o peso de uma administração que não prioriza adequadamente as necessidades coletivas.
A administração pública tem a responsabilidade de zelar pelos direitos dos servidores e garantir que todos os recursos arrecadados sejam aplicados de forma justa e eficiente. Negligenciar benefícios como o auxílio-alimentação ou atrasar pagamentos essenciais fere não apenas os trabalhadores, mas também o princípio de que o serviço público deve servir como exemplo de organização e respeito ao trabalho humano.
Cabe à população, aos sindicatos e às lideranças comunitárias exigir explicações e pressionar por mudanças. Uma gestão que mantém recursos em caixa sem repassá-los adequadamente aos setores mais necessitados precisa ser cobrada para que a administração seja transparente e responsável. Afinal, quem trabalha para o município merece respeito, reconhecimento e o cumprimento de seus direitos básicos.
Mas a população é cega e enxerga somente os salários de quem é concursado há milhões de anos nessa cidade.
Infelizmente, o bom salário é um direito adquirido de quem passou num concurso público, e passado o estágio probatório, eles simplesmente se “deitam e rolam” em funções bem pagas e com pouco volume de serviço.
Enquanto os contratados sofrem com desmandos de secretários e seus “capatazes”.