Com royalties “monstruosos”, Parauapebas e Canaã começam 2021 sorrindo às paredes

Capital do Minério vai pegar 71% a mais que em janeiro do ano passado, enquanto a notável Terra Prometida terá faturamento 153% maior. Curionópolis segue recebendo poucos tostões.

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Eles vêm aí na primeira caçamba do ano imensamente maiores que em janeiro de 2020. Os endeusados royalties de mineração, que sustentam as riquíssimas prefeituras de Parauapebas e Canaã dos Carajás, vão desembarcar no colo dos prefeitos Darci Lermen e Josemira Gadelha num montante de cédulas que, em notas de R$ 50, dariam para sufocar os dois gestores.

O Blog do Zé Dudu foi às contas para saber quanto a Agência Nacional de Mineração (ANM) vai mandar à conta corrente das prefeituras este mês e constatou valores surpreendentes. Ao todo, 48 prefeituras do estado vão ratear R$ 198,98 milhões, mas os maiores volumes desse Everest de dinheiro vai ficar com os prefeitos Darci, de Parauapebas (R$ 103,528 milhões), e Josemira, de Canaã (R$ 76,107 milhões).

Vale comparar que, no primeiro mês do ano passado, a Prefeitura de Parauapebas faturou “só” R$ 60,499 milhões (este ano cresceu 71,1%), enquanto a Prefeitura de Canaã dos Carajás ganhou em janeiro de 2020 “apenas” R$ 30,054 milhões (este ano cresceu 153,2%). Se mantiverem o galope deste início de ano durante todo 2021, o governo de Darci poderá ver nas contas R$ 1,24 bilhão apenas com a Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem), enquanto a administração de Josemira encerra o ano com “monstruosos” R$ 913 milhões em royalties.

Esses valores robustos de compensação se apoiam na esteira do preço da tonelada de minério de ferro, cuja commodity é o principal ganha-pão dos dois municípios, que são tanto os maiores produtores minerais do país quanto estão entre os cinco maiores exportadores da balança comercial. Em 2020, a cotação do minério dobrou de preço e encerrou o ano com um resultado tão bom que só fora visto em 2011, ano considerando o do “boom” das commodities.

A rápida valorização do minério de ferro, carro-chefe da economia dos dois municípios paraenses, refletiu nas contas das duas prefeituras, que apresentaram recorde de receita bruta, com Parauapebas superando os R$ 2 bilhões e Canaã chegando pela primeira vez — precoce e inesperadamente — à casa do R$ 1 bilhão.

Analistas preveem, entretanto, que a tonelada do minério de ferro — que começou na casa dos 80 dólares em janeiro do ano passado e pode chegar a 180 dólares em janeiro deste ano — deve se estabilizar em 2021 na casa de 120 dólares. Ainda assim, a depender do comportamento da produção física de minério de ferro na região de Carajás, os royalties das prefeituras de Canaã e Parauapebas devem se acomodar no patamar entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões, com Canaã tendendo a ultrapassar Parauapebas à medida que a produção física na mina de S11D siga avançando.

Outras prefeituras

Além das arquimilionárias Parauapebas e Canaã, outras quatro prefeituras também vão faturar mais de milhão este mês, correndo por fora. A administração de Marabá, por exemplo, vai embolsar R$ 9,641 milhões, seguida pela de Itaituba, em cuja conta vão desembarcar R$ 3,573 milhões. Oriximiná vai ganhar R$ 2,525 milhões e Juruti, R$ 1,538 milhão. Paragominas, tradicional arrecadador de cifra que supera o milhão, desta vez vai arrecadar apenas R$ 919.

A Prefeitura de Curionópolis, que enfrenta grave crise financeira em decorrência da suspensão das atividades da mina de ferro Serra Leste, vai receber somente R$ 828 e deve enfrentar meses duros ao longo de 2021, com Cfem tacanha. Confira com exclusividade a arrecadação de cada uma das prefeituras paraenses que terão direito a royalties este mês!

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