Com US$ 2 bilhões embarcados, Pará bate recorde de exportação em novembro

Em 2020, China tem no Pará seu maior parceiro comercial, com transações que já movimentaram cerca de 10,6 bilhões de dólares. Mas não é o Pará quem larga na frente para receber vacina chinesa

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Pela primeira vez, o Pará rompeu a barreira de 2 bilhões de dólares exportados em commodities no mês de novembro. O recorde anterior pertencia a novembro de 2011, auge do “boom” do minério de ferro, quando o estado embarcou 1,816 bilhão rumo ao mercado transoceânico. As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, que checou dados da balança comercial brasileira que saíram do forno nesta sexta-feira (4), liberados pelo Ministério da Economia.

No mês passado, o Pará, com seus 2,005 bilhões, empurrou o Rio de Janeiro (1,264 bilhão de dólares) e ficou atrás apenas de São Paulo (3,602 bilhões) e Minas Gerais (2,372 bilhões) no ranking. Foram quase 500 milhões de dólares a mais que em novembro do ano passado e que ajudaram a maior economia do Norte a seguir expandido seu Produto Interno Bruto (PIB), independentemente do desempenho do resto do país.

O ano de 2020 está sendo tão bom para o Pará que, em 11 meses fechados, o estado conseguiu exportar 18,436 bilhões, muito mais que os 17,841 bilhões de todos os 12 meses de 2019. O Pará deixou para trás fortes potências agroexportadoras, como Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul, e se consolida como 4º maior exportador do Brasil.

EM NOVEMBRO, PRINCIPAIS PRODUTOS PARAENSES NO EXTERIOR FORAM:

1º Minério de ferro: 1,512 bilhão de dólares

2º Cobre: 265,98 milhões de dólares

3º Carne bovina: 44,78 milhões de dólares

4º Ouro: 34,75 milhões de dólares

5º Alumínio bruto: 21,09 milhões de dólares

6º Ferro-liga: 16,52 milhões de dólares

7º Madeira: 15,72 milhões de dólares

8º Manganês: 12,98 milhões de dólares

9º Pimenta: 9,23 milhões de dólares

10º Minério de alumínio: 8,99 milhões de dólares

Ao todo, 90 países apreciaram iguarias paraenses no mês passado. Mas apenas cinco respondem por 86% das parcerias comerciais. A China é a rainha, tendo comprado 1,307 bilhão de commodities do Pará, com destaque para o minério de ferro. Uma curiosidade levantada pelo Blog é que, de janeiro a novembro, a China comprou do estado 10,592 bilhões de dólares, posicionando o Pará como o principal centro de aquisição de bens do país asiático. Rio de Janeiro (9,342 bilhões), Minas Gerais (9,282 bilhões) e São Paulo (5,69 bilhões) vêm na sequência.

Se esse aspecto fosse decisivo para garantia de doses de vacina contra o coronavírus, o Pará estaria na ponta do recebimento da CoronaVac, imunizante desenvolvido pela China e que vai chegar ao país primeiramente por São Paulo — e não há notícias de mobilização do Pará em prol de puxar brasa para sua sardinha.

Outros importantes parceiros comerciais são Malásia (141,03 milhões de dólares em novembro), Alemanha (135,35 milhões), Polônia (76,18 milhões) e Japão (61,63 milhões), grandes compradores de cobre, madeira e temperos paraenses.