No dia 26 de junho próximo, a Vale estará iniciando a duplicação da Estrada de Ferro Carajás. O projeto é pronto desde 2007, mas teve que esperar a retomada no mercado de minério em 2010 para ver programado, efetivamente, o seu início.
A campanha Justiça nos Trilhos, tendo documentado até agora o impacto da ferrovia para com as populações locais e o desnível entre lucros de poucos e consequências para muitos, manifesta mais uma vez sua preocupação a respeito desse grande empreendimento.
Em 2009, com a EF Carajás foram transportadas 96,3 milhões de toneladas, quase a capacidade máxima atual de 100 milhões. A duplicação aumenta a capacidade da ferrovia para escoar o minério de Carajás e a torna capaz de receber o minério ainda não explorado de Serra Sul, no município de Canaã dos Carajás, que contem uma reserva maior ainda do que a de Carajás.
A duplicação estava inicialmente prevista para 560 km dos 892 km da ferrovia, entre São Luís (MA) e Carajás (PA). Mas agora são previstos 604 km, suficientes para interligar os 56 pátios de cruzamento ao longo de toda a ferrovia, criando uma segunda linha em toda a extensão. Desta obra, a exceção são as infraestruturas, como a ponte sobre o Rio Tocantins (2.340 m de extensão) que conservarão via singela.
O equipamento para assentamento da grade já foi adquirido e está sendo finalizado na New Track Construction Machine (Máquina de Construção de Vias Novas), fábrica da Harsco, na Carolina do Sul (EUA).
A duplicação da ferrovia soma-se a uma série de melhorias que vem sendo realizadas nos últimos quatro anos, como o aumento do peso por eixo para 37,5 toneladas, o emprego de trens de 330 vagões e a utilização de locomotivas de 5.500 hp. Um investimento adicional e urgente, assim como explicou a empresa, deverá ser a substituição de toda a dormentação de madeira da linha original de Carajás – em uso há mais de 26 anos – com uma estrutura em concreto.
Fonte: Justiça nos Trilhos
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