Um levantamento inédito realizado pelo Blog do Zé Dudu com base em dados do mais recente Cadastro Central de Empresas (Cempre), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dimensiona o tamanho da força do comércio para os municípios paraenses, no que diz respeito à massa salarial. Com base no ano de 2017, cerca de R$ 3,8 bilhões circulam Pará adentro em salários e remunerações de empregados do comércio e do ramo de reparação de carros e motos. É a primeira vez que o potencial salarial do comércio paraense é medido e esmiuçado em nível de município.
Os números do Cempre revelam que as cinco praças comerciais mais dinâmicas e autônomas são Belém, Ananindeua, Marabá, Santarém e Castanhal. Juntos, esses cinco municípios arregimentam 63% das remunerações liberadas pelo comércio, o que perfaz R$ 2,406 bilhões, mais que a massa salarial do estado do Maranhão inteiro, estimada em R$ 2,291 bilhões. O Maranhão, não é demais lembrar, possui 217 municípios.
A capital paraense, por seu tamanho e por motivos óbvios, movimenta R$ 1,472 bilhão em massa salarial de comércio. No ranking dos municípios brasileiros, no entanto, Belém aparece na 16ª colocação, atrás de sua rival Manaus, capital amazonense, que opera R$ 1,778 bilhão. Belém também perde feio para municípios populacionalmente pequenos encravados na Grande São Paulo, como Barueri (R$ 3,87 bilhões) e São Caetano do Sul (R$ 2,195 bilhões), estes os quais altamente industriais e densamente comerciais.
Na sequência, aparecem Ananindeua (R$ 385,55 milhões), Marabá (R$ 197,1 milhões), Santarém (R$ 183,8 milhões) e Castanhal (R$ 166,68 milhões). Completam o “top 10” os municípios de Parauapebas (R$ 128,33 milhões), Marituba (R$ 86,36 milhões), Redenção (R$ 83,27 milhões), Altamira (R$ 79,62 milhões) e Paragominas (R$ 75,19 milhões).
Redenção é destaque
Entre os dez principais, Redenção, no sul do Pará, é quem mais se destaca, detendo o melhor volume proporcional de salários em relação ao tamanho de sua população. Vivendo na aba do agronegócio e de sua importância socioeconômica, que impulsiona o setor de serviços, Redenção se firma como praça comercial de primeira grandeza, não pelo seu tamanho, mas pelo retorno que seu comércio dá a si mesmo.
Por outro lado, municípios financeiramente ricos, como Parauapebas, mas com economia fortemente concentrada numa única atividade (a indústria extrativa de minério de ferro), tendem a apresentar comércio tacanho frente às reais potencialidades, já que os salários mais atraentes estão fora da área comercial.
Tanto é assim que Araguaína, no Tocantins, velho conhecido do sudeste do Pará, movimenta impressionantes R$ 206,85 milhões — uma vez e meia mais que Parauapebas e pouco mais até que Marabá. Quando a comparação toma Imperatriz, no Maranhão, como referência, a situação dos paraenses é ainda mais vexatória: o município maranhense movimenta R$ 323,89 milhões em massa salarial de seu comércio, uma vez e meia as operações de Marabá e quase o triplo das de Parauapebas.
Isso ocorre porque nesses lugares não há indústria extrativa para bancar os cofres públicos e, por isso, as cidades têm de se virar para sobreviver. A fusão de ideias e o consórcio de interesses favorecem a criação de ambientes de negócios prósperos, que fazem esses municípios caminharem sem necessariamente dependerem, em grau elevado, das ações do poder público. Diferentemente de Parauapebas, onde a maior folha salarial está na prefeitura local e na mineradora Vale, em Imperatriz e Araguaína as maiores folhas estão nos setores de comércio e serviçis,
Aqui no estado, os comércios mais tacanhos, do ponto de vista do pagamento de salários, são os de Faro (R$ 96 mil por ano), Chaves (R$ 92 mil), Aveiro (R$ 88 mil), Peixe-Boi (R$ 71 mil) e Santa Cruz do Arari (R$ 39 mil). Nenhum deles consegue tocar a casa dos R$ 100 mil por ano.
Confira o ranking dos municípios do Pará por movimentação de massa salarial no comércio!
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