Por Eleutério Gomes – de Marabá
Depois do Círio de Nazaré em Marabá, realizado desde 1980 e que hoje reúne mais de 100 mil devotos em procissão no terceiro domingo de outubro, outro evento religioso ao ar livre vem ganhando corpo entre a comunidade católica local, a Via Sacra. Encenada desde 1986, na tarde da Sexta-Feira da Paixão, após as Três Horas da Agonia, reúne aproximadamente 15 mil religiosos, num percurso de 6 quilômetros, é organizada atualmente pela Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, da Folha 28 – Nova Marabá, e envolve 200 pessoas na coordenação, entre atores, produtores, maquiadores, figurinistas, diretores, técnicos de som, iluminadores pessoal de apoio e outros colaboradores, todos da comunidade.
A Via Sacra começou a ser executada por fieis da Comunidade de São José Operário, do Bairro Quilômetro Sete – Nova Marabá –, com uma peregrinação pelas ruas da cidade, cujo objetivo era relembrar a morte e ressurreição de Cristo, porém consistia na exposição de grandes quadros que retratavam o sofrimento de Jesus. Entretanto, após a Comunidade São José Operário ter sido elevada ao nível de Paróquia, a Via Sacra desvinculou-se dela, passando a ser de responsabilidade da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, “porém aberta a quem queira dela fazer parte”, como afirma a organização.
Encenação e peregrinação
A encenação se inicia no pátio da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, por volta das 16 horas, atravessa a Folha 28 e segue pela VE-02 (Folha 29), passa pelo Cemitério da Saudade, alcança a Praça da Criança, em frente ao Hospital Municipal e continua até a Escola Maria Ilan Rodrigues Jadão, Campus II da Unifesspa e encerra na Folha 5, por volta das 19 horas, com a crucificação de Jesus Cristo. Tudo seguido de perto pelo público que se desloca acompanhando as encenações.
“As pessoas aproveitam o propício momento de fé para realizarem orações, cantos e penitências, como gestos de humildade e reconhecimento da grandeza do amor de Deus por cada um de nós”, descrevem os organizadores.
Para que todas as pessoas possam ver com clareza o espetáculo teatral, são utilizados dois palcos para as cenas iniciais, caminhões para as estações, um palco e uma réplica do monte Gólgota – feita com barro e pedras – para as cenas finais.