O Campus Conceição do Araguaia do Instituto Federal do Pará (IFPA) oferece, desde o ano passado, o curso de produção de cacau. Voltado para indígenas da etnia Kayapó que escolheram se aperfeiçoar na produção da amêndoa, assim como elegeram o IFPA para lhes oferecer a capacitação, trata-se de um reconhecimento da qualidade de ensino da instituição. Depois das escolhas, os indígenas entraram em contato com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) que, por sua vez, procurou o instituto e foi construído o curso demandado.
Após a decisão de participar do curso, os parceiros se mobilizaram para realizar. A Sete, que presta assistência aos indígenas, intermediou o contato entre o IFPA e a Funai para a elaboração de uma grade curricular que atendesse as especificidades do público, ficando também à frente de todo suporte logístico. A mineradora Vale participou da parceria garantindo os recursos necessários.
São indígenas de aproximadamente 40 aldeias dos municípios de Cumaru do Norte, Bannach, Ourilândia do Norte, Tucumã e São Félix do Xingu, que passam duas semanas alternadas no IFPA, permanecendo seis dias de cada semana e cumprindo a carga horária total de 160h.
A avaliação dos alunos é continuada, haja vista que o curso funciona em alternância pedagógica, entre o tempo no IFPA e o tempo na aldeia. No campus, eles foram avaliados especialmente durante as atividades práticas de campo, como na instalação de um sistema agroflorestal dentro da própria instituição, na realização de podas, na produção de mudas, entre várias outras atividades que realizaram. Já durante o tempo na aldeia, são avaliados quando retornam e socializam as atividades orientadas que realizaram na aldeia.

A Sete, empresa que presta serviços para a aldeia, aplica avaliações com os indígenas sobre o curso em vários quesitos, e em todos, o curso do IFPA foi avaliado com excelência. Isso despertou o interesse por mais cursos, fazendo com que os diretores da Funai – locais e de Brasília – visitassem o Campus Conceição do Araguaia para iniciar tratativas a fim de ofertar outros cursos.
Antes de iniciar o curso, os professores Ricardo Alexandre, Raul Teixeira e Zeca Sacramento visitaram algumas aldeias, onde puderam perceber as diversas privações de oportunidade educacionais dessas pessoas.
“Poder atender o pedido por formação deste público é muito gratificante e aprendemos muito com eles. Além disso, poder estreitar laços com esse público é fundamental, pois faz com realizemos o nosso papel institucional na região do Araguaia Paraense,” afirmou Sacramento.
E avaliou: “Foi um curso muito bem planejado e executado por todos os parceiros envolvidos e já mencionados, com intérpretes que simultaneamente traduziam todos os diálogos no curso, com produção de cartilhas, entrega de materiais didáticos, cuidado com a alimentação e tantas outras coisas. Tudo isso, só foi possível graças aos parceiros e a equipe envolvida. O mérito pela execução teve o envolvimento de muitas pessoas”.
Além dele, participaram diretamente os professores Raul Teixeira, Ricardo Alexandre, Giselle Batista e Betânia Glória, assim como o técnico de laboratório Ismael Silva, e tantos outros servidores no suporte, matrícula, na secretaria acadêmica.
(Texto: Viviane Fialho/Ascom IFPA Conceição do Araguaia)