Uma multidão de parauapebenses — cerca de 2 mil — foi bater ponto no último domingo (25) em Marabá para fazer a movimentadíssima prova do concurso público para o quadro do magistério municipal, que ofertou 566 vagas de provimento efetivo em cargos de professor de educação básica em diversas áreas. Foram 9.064 inscritos ao todo e menos de 12% não compareceram para fazer a prova, a menor abstenção de um concurso público municipal já registrada no Pará, o que demonstra o grande interesse pelo certame de Marabá. Ainda há 8.096 candidatos no páreo.
O grande destaque foi o posto de professor licenciado em pedagogia, que ofertou 491 oportunidades, 478 das quais em escolas da zona urbana, e arrastou 6.397 inscritos vindos de diversos lugares do Pará e do Brasil, como Maranhão, Tocantins, Goiás, Piauí, Bahia e Minas Gerais. Em jogo, um salário-base de R$ 2.381 — que vira cerca de R$ 4 mil com as vantagens — para 100 horas semanais e a estabilidade de simplesmente ser concursado. O gabarito preliminar das provas aplicadas ontem já está disponível aqui https://portalfadesp.org.br/?page_id=28971.
O Blog do Zé Dudu analisou os dados do quadro do magistério da Prefeitura de Marabá, e não há dúvidas de que o principal município do sudeste do Pará é o mais bem organizado no quesito despesa com pessoal. O Executivo municipal tem, hoje, 2.606 educadores — entre os concursados como professor e pedagogo — e 556 deles são contratados. O concurso vai fazer a substituição da mão de obra temporária, e Marabá deve se tornar o primeiro município do Pará com toda a força de trabalho da educação efetiva.
E os salários não ficam muito atrás dos da Prefeitura de Parauapebas, famosa por ser a rainha dos ganhos gorduchos. Em Marabá, professores concursados mais antigos ganham praticamente o mesmo ou mais que os professores concursados mais antigos de Parauapebas com carga horária equivalente. Na média, juntando todos os professores concursados, o contracheque marabaense vem em R$ 6.775 bruto, embora na folha de agosto 141 educadores tenham rompido a cifra de R$ 10 mil e 427 deles ficam na faixa entre R$ 8 mil e R$ 10 mil.
Evidentemente, quem entrar na locomotiva Marabá pelo concurso atual não vai “sentar na janela” de início, com salário dos medalhões da educação local. Porém, se a subsede marabaense do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp) conseguir o reajuste de 23,24% sobre o piso atual na mesa de negociação com o prefeito Tião Miranda, os novos professores de Marabá devem estrear no ano que vem com cerca de R$ 5 mil bruto para 100 horas.
Vantagem de ser concursado em Marabá
Apesar de o salário de professor ativo ser inferior ao de Parauapebas, a vantagem previdenciária de fazer carreira no quadro do magistério de Marabá deve ser reconhecida. Em Parauapebas, dez de cada dez professores que entraram no serviço público municipal no início dos anos de 1990 e que hoje estão com idade de se aposentar fogem da aposentadoria. E a razão é simples: nenhum deles quer deixar de ganhar R$ 10 mil ou mais na ativa hoje para passar a receber R$ 3 mil ou R$ 4 mil — conforme a carga horária — de aposentadoria pelo Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS). No final dos anos de 1990, Parauapebas abandonou o regime de previdência próprio e passou para o INSS, e hoje, mesmo quem ganhe R$ 20 mil ou R$ 30 mil de salário na Capital do Minério vai se aposentar com o teto do instituto, atualmente em R$ 7.087.
Em Marabá, a regra é diferente. Com previdência própria, o Instituto de Previdência Social dos Servidores Municipais de Marabá (Ipasemar) banca as aposentadorias. Assim, um professor concursado quando se aposenta, a depender do tempo de contribuição junto ao regime de previdência complementar municipal, passa a receber daí para frente benefício mensal correspondente ao último salário na carreira efetiva. É por isso que muitos professores aposentados pela Prefeitura de Marabá ganham mais de R$ 10 mil — e se fosse em Parauapebas, não se aposentaria nem com metade.
O Blog do Zé Dudu deu uma espiadinha na folha de agosto do Ipasemar e observou que 315 dos 909 aposentados ganham muito mais em Marabá que o teto do INSS. É praticamente um em cada três aposentados do município. Há quem receba, por exemplo, R$ 13 mil, R$ 14, mil, R$ 15 mil, R$ 16 mil, R$ 26 mil de aposentadoria, muitos deles professores. É por isso que enquanto um professor em Marabá se prepara e se tranquiliza para aposentar, o de Parauapebas corre do assunto.
Hoje, com a prefeitura totalmente equilibrada financeiramente e com perspectiva de ficar mais rica na esteira de grandes obras que estão despontando no município, Marabá aguenta bancar salários e, não por acaso, ostenta o maior número de concursados do interior do estado, o correspondente a 80% de todo o funcionalismo municipal. Os vencimentos sabidamente baixos no início de carreira parecem ter em vista evitar a quebra da previdência municipal, para que no futuro os servidores que vierem a se aposentar usufruam dela. A jogada tem dado certo.
3 comentários em “Concurso para professor agita fim de semana em Marabá; veja gabarito preliminar”
Zé Dudu cadê a matéria sobre o concurso de Canaã dos carajas???
Vamos falar desta prefeitura onde não há concurso desde 2014 !!
Cadê a seriedade do blog?
Qual o motivo de não falar em concurso em Canaã dos carajas?
Tem muito contratado lá?
Cadê a olhadinha?
Revoltante!!!! O desprefeito Tião Miranda tá mais preocupado com a eleição desse filho dele incompetente!!!! E pouco se lixando para o servidor público de Marabá!!!! Do que adianta ter aposentadoria de 10 mil se vai passar 30 anos morrendo de trabalhar com aumento miserável desse prefeito que quer o filho pra perpetuar o massacre ao servidor!!!!! Retrocesso total!!!!!
bora aposentar professores do pebas!!! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk