Confraternização encerra o mês dos surdos em Parauapebas

A conquista do direito de usar uma linguagem própria é um marco para os surdos que a partir de então continuaram conquistando seu espaço e lutando por políticas públicas

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Vinte e seis de setembro é considerado o Dia Nacional do Surdo e o próprio mês,  como um todo, é para a comunidade, chamado de Setembro Azul. Este é um mês para celebrar a comunidade surda e pensar mais sobre a inclusão dos surdos na sociedade. Durante todo o Setembro Azul a comunidade surda se encontra em eventos e congressos, onde a principal pauta é a educação dos surdos e a criação de Escolas Bilíngues para o ensino da Libras.

Em Parauapebas, o encerramento foi feito no dia 29, com uma confraternização para os surdos e seus familiares que se encontraram para celebrar a data e também comemorar os 11 anos da Associação dos Surdos de Parauapebas (Assuro). De acordo com Luciana Duarte, membro da diretoria da Assurp, a entidade tem grande importância para os surdos, pois, trata dos direitos e de políticas públicas, tendo iniciado com a inserção da Libras – Língua Brasileira de Sinais – o que deu a eles a possibilidade de se comunicar melhor tanto entre si quanto com as demais pessoas. “A Libras era proibida, mas, com a promulgação da Lei 10.436 passamos a ter o direito assegurado”, conta Luciana Duarte.

A conquista do direito de usar uma linguagem própria é um marco para os surdos que, a partir de então, continuaram conquistando seu espaço e lutando por políticas públicas que possibilitam melhorias em suas vidas. Mas, ela admite que falta muito para ter as expectativas atendidas.

Entre os vários participantes do evento conversarmos com um casal de surdos, Anderson Matos e Lucilene, que em seu casamento tiveram duas filhas, a mais velha, Laila, com audição normal, porém a segunda filha também nasceu surda. Ela conta ter conhecido seu, hoje marido, no período escolar e por serem surdos conseguiam se comunicar bem e terminaram por se casar.

“A chegada de minha filha que é ouvinte foi importante para que no futuro seja nossa intérprete”, afirma Lucilene, dando conta de que a convivência com as filhas, apesar das diferenças, é tida como igual.

Kátia Cirlene também nos contou sua experiência de ter uma filha surda, Karine Sousa, criada entre os três irmãos ouvintes. Segundo ela, tem aprendido muito com a filha que tem boa convivência com os demais membros da família. “Ela não aceitou usar aparelho, pois, diz se incomodar com tanto barulho”, conta Kátia, qualificando o mundo da filha como ‘mais colorido’ que o nosso.

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