Por Ulisses Pompeu – de Marabá

Você votaria em uma candidata que elege o nome para ir às urnas este ano como “Claudete a Mulher Mundial”? Pois é, em Marabá, entre os mais de 380 candidatos divulgados até a noite do último domingo, 8, pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para o cargo de vereador existem mais de 30 deles que fogem ao comum.

Na lista de nomes bizarros o que não falta é variedade. Você já pensou em votar em um candidato com o nome “Beijoca” ou “Sal”, ou pior, você escolheria “Toba” como vereador? A maioria vale-se de apelidos para tentar fazer valer a estratégia testada com sucesso no mercado publicitário, a marca que gruda na cabeça do consumidor, com o objetivo de obter dividendos nas urnas.

Contudo, o balanço de pleitos passados comprova que não basta apenas uma alcunha inusitada e uma performance extravagante para convencer o eleitorado, pois a maioria desses aspirantes jamais se elegeu. O universo de concorrentes exóticos não é exclusividade apenas nas eleições em Marabá, mas existe em todos os cantos do Brasil.

Candidata pela primeira vez, a servidora pública Gonçalvina Silva de Oliveira, natural de Imperatriz-MA, foi uma das que adotaram o apelido nas urnas. Talvez para não parecer insossa, adotou o nome de “Sal”, mas também uma forma de abreviar seu longo e incomum prenome: “Gonçalvina”.

“Toba” é o nome que vai para as urnas para representar Dogival da Silva Oliveira. Excêntrico, o nome no dicionário informal significa ânus e é usado frequentemente em xingamentos e expressões de raiva.

José Pereira Rodrigues adotou para a campanha eleitoral o nome de “Beijoca”. Se depender dele, os eleitores vão ganhar muitos beijos e se sentirem afagados, estando, portanto, prontos para votar nele.

A dona de casa “Claudete a Mulher Mundial”, na verdade chama-se Claudete Maria Lima e declarou ter curso superior incompleto. Ela é natural de Floriano-PI, está solteira e disputa uma vaga na Câmara pela primeira vez.

Na tentativa de chamar a atenção dos eleitores, vale até mesmo apelar para o lendário “Lampião”, como fez Vicente de Paula Barbosa Santos. Ele quer mostrar ao eleitor que tem autoridade e por isso adotou o nome de “Vicente Lampião”. Aliás, ele anda pela cidade vestido com roupas do cangaceiro do Nordeste.

Embora seja parte do seu nome, Gercino terá associado à sua imagem, na urna, apenas seu sobrenome “Matei”. José Soares de Moura e Silva vai às urbanas com o apelido “Zé Soares do Carajás”. José de Ribamar da Silva (José do Povo); Lindomar Alves de Sousa (Lins Manst); Lucineide Pereira Alexandre (Lú do DPVAT); Amauri do Espírito Santo Almeida (Alex do Samu); Jaibeam Lopes da Silva (Joiby); Edmilson Matos da Silva (Pindor); e por último, o velho conhecido do eleitor de outras campanhas políticas: Adonias Pereira dos Santos, que usa o apelido de “Bom de Boia”. É esperar para ver se ele será este ano bom de voto.

Entre outros nomes exóticos estão ainda o de Félix Cardoso da Costa ou Felão da; Euclimar de Souza Antunes ou Amarelão; Evanildo Rodrigues de Souza ou Ivanildo Cadilac; e Marcelo Alves dos Santos ou Marcelo da Balaboa.

Alguns desses apelidos exóticos poderão ser indeferidos pela Justiça Eleitoral, pois utilizam nomes de empresas e órgãos públicos, o que não é permitido pela legislação.