Coreto da Praça Duque de Caxias expõe ao País e ao mundo o artesanato e a cultura de Marabá

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Por Eleutério Gomes – de Marabá

Após a polêmica do PCCR da Educação, encerrada com a aprovação da proposta do Executivo, pela Câmara Municipal, em meio a debates, inúmeras audiências e muito gás pimenta; a briga pela UPA da Cidade Nova, com direito a abaixo-assinado e discursos inflamados, e que agora amorna em banho-maria; mais uma discussão toma conta da ordem do dia: a extinção ou não da Secretaria Municipal de Turismo.

Antes mesmo que o projeto seguisse para as comissões, oito dos vereadores da Câmara Municipal já disseram que não aprovam e o líder do Governo, vereador Márcio do São Félix (PSDB), rapidamente, pediu vistas da proposta e, pelo visto, continua estudando o projeto.

Indiferente à polêmica, um símbolo do artesanato e da cultura de Marabá segue cumprindo sua função no centro da Praça Duque de Caxias: o coreto. Desde 2006 sob a tutela da Associação Mãos e Artes, que reúne 10 artesãos de Marabá, o local, cedido à entidade pelo então prefeito Tião Miranda, que hoje governa o município novamente, expõe trabalhos manuais artesanais que também carregam traços dos costumes e tradições do município.

“Quando o coreto nos foi cedido, a proposta era de que aqui expuséssemos não só a nossa arte, mas também, inserida nela, a cultura local e assim fazemos há mais de 10 anos”, afirma Lena Márcia dos Santos, presidente da Mãos e Artes.

A associação existe há 17 anos, é documentada, tem CNPJ e razão social e, entre as regras que norteiam o trabalho dos artesãos filiados a ela, está a proibição de expor produtos industrializados, produzidos em série ou não. Tudo tem de ser feito artesanalmente para não fugir à proposta original.

Muito do artesanato ali encontrado é resultado do reaproveitamento de materiais naturais, como cascas de árvores, sementes, folhas de palmeiras e caroços de frutas, entre outros. Há também objetos confeccionados com produtos reciclados, cujo destino seria o lixo, como restos de madeira e tecido. É permitida a exposição de pintura em tecidos, quadros, pintura e pirogravura em madeira, mas desde que tenha algum elemento regional.

O coreto, segundo Lena Márcia, recebe, em média, 600 turistas por mês. “Por aqui passam não só visitantes de outros Estados, vêm também europeus, norte-americanos, asiáticos, africanos, enfim, pessoas de todas as nacionalidades. E o mais curioso é que eles procuram saber detalhes de como tudo é produzido. Dizem que vão tentar fazer em seus países”, comenta ela.
Segundo Lena, o coreto, por ter uma localização central, acaba servindo também de ponto de informação para quem não conhece a cidade. “Muitas pessoas vêm aqui também para perguntar onde fica esta ou aquela repartição pública, endereço de hotéis e outros locais e nós informamos com o maior prazer”, afirma.

Indagada se já tem alguma posição da Sicom (Secretaria Municipal Indústria, Comércio, Mineração, Ciência e Tecnologia), hoje responsável também pelo Turismo, sobre a permanência ou não da Mãos e Artes no coreto, com as reviravoltas no setor turístico, Lena Márcia diz que ainda não há uma definição da Sicom, mas já foi informada de que a praça vai entrar em obras de reforma.