Coronel e dois militares presos pela PF por suposto esquema de compra de votos no Pará

O deputado federal Antônio Doido (MDB) seria o cabeça do esquema
Os R$ 5 milhões em espécie apreendidos pela PF em Castanhal (PA) foram distribuídos em sacolas e pastas

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Escândalo de repercussão nacional na última sexta-feira (4), a prisão de um coronel e outros dois militares, após sacarem R$ 5 milhões em espécie de uma agência bancária em Castanhal, pode custar o mandato do deputado federal Antônio Doido (MDB). Candidato à prefeitura de Ananindeua, Região Metropolitana de Belém e segundo maior colégio eleitoral do Pará, o parlamentar é suspeito de comandar o esquema.

Deputado federal Antônio Doido (MDB-PA) não se manifestou sobre a suspeita de sua participação no esquema

De acordo com as informações divulgadas, o coronel Francisco de Assis Galhardo do Vale, lotado na Casa Militar da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), foi flagrado com cerca de R$ 300 mil, enquanto o restante da quantia estava com um praça da Polícia Militar que o acompanhava. Os valores foram sacados diretamente do caixa de uma agência bancária de Castanhal, a 76 quilômetros de Belém, e apreendidos pela Polícia Federal, juntamente com um veículo.

Presos em flagrante com R$ 5 milhões que supostamente seriam usados para compra de votos em favor do deputado federal emedebista, eles foram levados à Superintendência da Polícia Federal para serem ouvidos, mas o depoimento não foi divulgado.

Galhardo foi promovido ao cargo no último dia 23 e, segundo o portal da transparência da Alepa, sua remuneração líquida em setembro deste ano foi de R$ 12.804,13.

Não se sabe como a PF chegou à informação do delito que gerou o flagrante. A autoridade policial disse que não comentaria o assunto para não prejudicar as investigações, que continuam para determinar o destino dos valores apreendidos e confirmar o possível esquema de compra de votos.

Segundo a legislação eleitoral, quem for identificado realizando compra ou venda de votos pode cumprir até quatro anos de pena e pagar multa. Se confirmada sua participação, o deputado supostamente envolvido, além da prisão e multa, terá um processo de cassação de mandato aberto na Câmara dos Deputados por quebra de decoro parlamentar. Se confirmado em Plenário, o titular da cadeira perde o cargo e seus direitos políticos por oito anos.

Por Val-André Mutran – de Brasília