Por Eleutério Gomes – de Marabá
Aconteceu na tarde desta terça-feira (3), no Distrito Industrial de Marabá, a inauguração oficial da fábrica das Correias Mercúrio, privativa para os meios de comunicação locais, durante coletiva e visita à linha de produção. Amanhã, quarta-feira (4), a cerimônia se repete, mas somente para convidados. A indústria, que já funciona há um ano, é líder absoluta no mercado brasileiro, na fabricação de correias, tem 72 anos de fundação, nasceu em Jundiaí (SP) e, em Marabá, fez um investimento de R$ 100 milhões. Trata-se da primeira fábrica de correias transportadoras do Norte do Brasil, e, devido à alta demanda, funciona em três turnos para atender a mais de 40 segmentos da indústria nesta região e no Nordeste do País.
A formação de mão de obra é local, foi feita em parceria com o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), no curso de tecnologia de borracha e hoje gera 200 empregos diretos e indiretos. No momento, está em fase de implantação e testes uma unidade de preparo de compostos de borracha, que deve gerar mais 120 postos de trabalho.
Durante explanação aos jornalistas, o presidente da Mercúrio, Ivan Ciruellos, disse que o atrativo para que a indústria investisse no Pará foi o potencial de desenvolvimento desta região, sobretudo pelo ciclo ainda muito voltado para a extração mineral.
Sobre o composto de borracha, ele disse que não estava previsto na planta original, mas vai trazer ainda mais empregos, investimentos, qualificação e garantir aos clientes a entrega dos produtos no prazo acordado, porque a Mercúrio não vai ter de trazer esse composto preparado no Sul e no Sudeste do País.
A conselheira e acionista da Correias Mercúrio, Cristina Kawall, lembrou que a indústria nasceu pelas mãos dos pais dela e de outros três irmãos, em 1945, no pós-Segunda Grande Guerra, quando o mundo estava em crise, e mesmo assim deu certo. Em seguida, disse que agora, com o país em plena crise, a família resolveu repetir a façanha e decidiu construir uma indústria aqui, para atender à demanda local.
“O país está em crise e a gente resolve fazer um investimento dessa monta e numa região em que as pessoas perguntam sempre: ‘Por que no Pará?’ e eu gosto de responder ‘Por que não no Pará?’”. Ela ponderou que, pelo tamanho do Brasil, não se pode concentrar tudo no Sul e no Sudeste do país: “Então, só existe o caminho que já está pronto? Só existe a solução que alguém já acenou para você que seria a boa? Não é essa a tradição da nossa família. A
gente é movido a desafio e é um orgulho ver que esse desafio foi concluído com tamanho êxito com resultado tão bom”.
Ao responder as perguntas dos jornalistas, Ivan e Cristina afirmaram que 95% da mão de obra que trabalha na Correias Mercúrio é de Marabá e cidades vizinhas; disseram que o maior segmento que hoje compra deles é o mineral, sobretudo com a cadeia de minério de ferro, com uma demanda de 65%; afirmaram que o faturamento previsto é de R$ 80 milhões por ano e que isso representa um recolhimento de ICMS entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões anualmente.
Após a coletiva, os jornalistas visitaram as instalações da indústria, mas não puderam fazer imagens, por se tratar de
segredo industrial. Apenas as bobinas de correias já prontas foram liberadas para filmagem ou fotografia.