Por Paulo Costa – correspondente do Blog em Marabá
Anunciado inicialmente como projeto “Cota Gay”, a proposição do vereador Pedro Souza (Pros) continua gerando polêmica na Câmara Municipal de Marabá e ainda bate-boca com outros colegas. Na sessão desta quarta-feira (6), Pedro informou que agora não pretende mais a cota para gays no serviço público, mas apenas para transexuais, que são os mais discriminados na sigla GLBT.
Souza reconheceu que a proposta precisa ser melhor discutida com grupos sociais e pretende, até dezembro, travar novas discussões. Depois disso, fará leitura adequada e se os colegas vereadores entenderem que projeto deve ser aprovado, ele o apresentará formalmente na Casa.
Segundo Pedro, a grande maioria dos travestis termina trabalhando em cozinhas, como domésticos, salão de beleza ou prostituição.
A vereadora Vanda Américo (PSD) sugeriu que não seja o caso de garantir cota para travestis no serviço público municipal por causa da discriminação que essa classe sofre, porque carece de regulamentação federal. Para ele, a solução seria incentivar a capacitação técnica para esse grupo para que eles tenham qualificação profissional.
O caso ficou emblemático com os discursos dos vereadores Leodato Marques (Pros), Irismar Araújo (PR) e da presidente Júlia Rosa (PDT), que são evangélicos e têm posicionamento diferente de Pedro Souza.
Leodato disse acreditar que o projeto tinha interesse único de buscar mídia e foco. Irismar também falou em intenção de atrair a mídia e sustentou que o projeto é mais discriminatório do que agregador. “O tema é polêmico mesmo, o senhor já viu a inquietação que houve nessa Casa. Use o bom senso, mas não utilize esse espaço para ridicularizar os membros desse parlamento?”, alfinetou Irismar.
Júlia Rosa sugeriu a Pedro Souza buscar apoio da assessoria jurídica da Casa para analisar a constitucionalidade de seu projeto.
O vereador Guido Mutran (PMDB) considerou que o assunto estava sendo desvirtuado, caindo em chacota, e precisava ser discutido de forma séria. “Pelo que vejo em Marabá, opção sexual não tira nenhuma pessoa da vaga de emprego, independente de estar de saia ou calça”, opinou.
Miguel Gomes Filho, o Miguelito (PP), foi o único a apoiar Pedro Souza. Ele acredita que alguns negros só poderiam ir para universidades através das cotas e considera que a preocupação de Pedro é levar discussão para a Câmara de algo que é resistente, que não consegue trabalhar no poder público.
8 comentários em “Cota para travestis no serviço público causa polêmica em Marabá”
A Disparidade ou Discriminação Positiva é assegurada pela Constituição Brasileira. É por esse motivo que o sistema de cotas entre outros começaram a surgir por aqui. Nesta perspectiva qualquer grupo social que por ventura tenha sofrido preconceitos e outras atitudes discriminatórias que tenha lhe negado historicamente os mesmos direitos dos demais cidadãos, se faz obrigação do Estado criar medidas para reparar o crime cometido. Por mais que não concordem se faz preciso respeitar a nossa Constituição e as leis. Parabéns ao vereador, pois, historicamente travestis, transgêneros, negros, ciganos, indígenas, povo de santos entre tantos outros tem uma série de direitos negados e roupados por uma elite pretensiosamente branca, heterossexual e judaicocristã.
Travestis não são cidadãos, são uma escoria, uma aberração, um lixo da sociedade. Já não se aplica aos homossexuais. Vá procurar o que fazer vereador.
Exatamente por esses pensamentos, que travestis e transsexuais merecem cotas.
Acredito que o nobre vereador esteja muito equivocado.
O mesmo deve desconhecer que funcionários públicos são selecionados em concursos públicos, e para tal devem estar capacitados.
Investir em educação básica vai colocar os GLBTS, assim como os negros, assim como os beneficiários da infinidade de bolsas que há por aí em condições de concorrer.
Com todo respeito aos GLBTS, a própria categoria deveria ser contra tal projeto, um projeto desta magnitude nada mais faz que “assumir” uma pseuda incapacidade técnica.
O vereador, como professor que é, poderia trabalhar formas de melhorar a educação, e combater o preconceito.
Marabá vai muito bem obrigado. É verdade, sem nenhum problema. Por isso há tempo de sobra para o edil apresentar proposta para discutir o sexo dos anjos.
Só podiam ser evangélicos, mesmo, credo!
engraçado, quando uma pessoa tem entendimento e da uma posição sensata diante de uma aberração como esta medida tomada pelo nobre “politico” logo chegam a conclusão que a pessoa é evangélica!!! pois bem quero ser evangélico também….
Cotas para Negros. Cotas para deficientes.
Estas duas tudo bem, apesar de que cotas para negros fazem considerar
que são inferiores, menos capacitados e não o são.Pelo contrário.
Ninguém escolheu ser deficiente, assim como ninguém escolhe a cor que nasce.
Agora Cotas para Travestís!?
A pessoa escolhe ser travestí ou não ser. Conceder cotas é incentivo. O Brasil tem que parar de incentivar atitudes e atividades que não dignificam a pessoa, o ser humano.