Por Paulo Costa – de Marabá
Pelo menos 19 dos 20 vereadores de Marabá (são 21, mas Gerson do Badeco foi cassado e o suplente ainda não foi revelado pela Justiça para assumir) já assinaram um Requerimento do vereador José Sidney (PSDB), presidente da Comissão de Transporte da Câmara para instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no município.
Eram necessárias apenas sete assinaturas, mas apenas o líder do governo na Câmara, Pedro Souza, não assinou o pedido de abertura de CPI, que terá formação com cinco membros, com exceção do vereador Sidney, que apresentou o pedido de investigação.
Aliás, Sidney andou com o Requerimento por cerca de uma semana colhendo assinaturas entre seus colegas para sensibilizá-los sobre a necessidade de investigar, entre outras coisas, a recente licitação do transporte coletivo em Marabá, vencido por duas empresas que se suspeita pertencerem ao mesmo grupo (Transbrasiliana) de Goiás.
O vereador Sidney também alertou os colegas sobre a necessidade de ir a fundo sobre as concessões de vagas de mototaxistas e táxi-lotação na gestão anterior, que também estariam eivadas de irregularidades. Na avaliação de Sidney, Marabá precisaria de 100 ônibus coletivos, mas há menos de 40 circulando pela cidade.
O vereador Coronel Araújo (PR) disse que assinou o Requerimento da CPI porque reconhece que o tema é polêmico e merece ser investigado a fundo. Ele elogiou o colega José Sidney pela proposição da CPI do Transporte e disse que Marabá precisa conhecer os detalhes da última licitação do serviço de transporte coletivo urbano.
O vereador Pedro Correa Lima (PTB) lamentou a situação do transporte público em Marabá e revelou que havia acabado de receber ofício da Secretaria Municipal de Segurança Institucional informando que até este mês de setembro mais de R$ 7 milhões entraram nos cofres do município com arrecadação de infrações. Ele pediu ao DMTU para discutir como vai ser feito o investimento, sabendo que 40% devem ser aplicados na saúde e educação, mas precisa investir na sinalização de cruzamentos da morte na cidade e outros que congestionam muito nos horários de pico.
O vereador Adelmo Azevedo (PTB) foi mais contundente em seu discurso nesta terça-feira e avaliou que as duas empresas que operam o serviço de transporte de passageiros por ônibus em Marabá (TCA e Nasson) são de fachada e pertencem à Transbrasiliana, formando um monopólio. “Elas chegaram há nove meses e agora alegam que a tarifa no valor de R$ 2,00 é baixa e estaria sem reajuste há quatro anos. Precisamos abrir a caixa preta do transporte coletivo, assim como mototaxistas e táxi-lotação. Há vários condutores com mais de uma placa de táxi e de mototáxi, o que é ilegal”, denunciou.
A vereadora Irismar Ara Araújo (PR), partido do ex-prefeito Maurino Magalhães, disse que foi tomada uma série de medidas na gestão anterior para avançar no transporte alternativo. Todavia, muitas pessoas falam que houve erros em relação ao processo que permeou a concessão do transporte coletivo. “Sou do PR, que gerenciou esse município na gestão passada. Assinei essa CPI agora para buscar esclarecimentos, mas entendo que o Maurino deve ser chamado para falar sobre o assunto. Se há dúvidas, elas precisam ser esclarecidas”, ressalvou.