Tortura e violência sexual. Essa era rotina de um bebê de apenas oito meses de vida, que morreu na tarde de ontem (31) antes de dar entrada no Hospital Geral de Tailândia (HGT), no nordeste do Pará. A tortura e agressões eram praticadas pela própria mãe do bebê, Eliane Mendes de Sousa, de 21 anos de idade, que foi presa em flagrante pela Polícia Militar.
Os sinais de tortura e violência sexual foram detectados pela médica de que atendeu o bebê no HGT. A criança, um menino chamado João Victor, que ainda não tinha sido registrado, foi levada por Eliane ao hospital, com fratura em uma das pernas, ferimento na cabeça e nas costas.
Ela alegou que o bebê tinha sofrido os ferimentos ao cair de uma rede. No entanto, após a médica examinar a criança, que já chegou em óbito a casa de saúde, viu que os ferimentos e a fratura não eram característicos de queda. Além disso, a médica observou uma lesão no ânus do bebê, indicando violência sexual.
A equipe médica acionou a Polícia Militar, que deteve a mãe e o namorado dela, que foram conduzidos para a Delegacia de Tailândia. Segundo o capitão Heldebaran, subcomandante da 6ª Companhia Independente de Polícia Militar (6ªCIPM), sediada no município, que atendeu a ocorrência, a mulher contou que morava em uma quitinete com dois filhos: o bebê que morreu e uma menina de seis anos, e recebia frequentemente a visita do namorado.
Ainda de acordo com o militar, a situação chocou até os policiais, que estão acostumados com cenas de violência. “É realmente uma situação triste, que acabou mexendo com toda tropa, por se tratar de um bebê, que não teve as mínimas chances de defesa”, lamentou o oficial.
Em depoimento ainda na tarde de ontem a Polícia Civil, Eliane negou ter matado o filho e insistiu na versão que a criança teve os ferimentos ao cair da rede. No entanto, com base no laudo médico e também as acusações da própria mãe dela, que a acusou veementemente de ter matado a criança, ela mudou a versão e já assumiu ter mordido e apertado com força à criança, porque ela estava chorando muito.
A família dela acredita que outra pessoa a ajudou ou foi responsável pela morte do bebê e que ela, nesse momento, ainda está protegendo essa pessoa, assumindo o crime sozinha. O namorado dela foi ouvido e liberado, mas a polícia aguarda o resultado dos exames de necropsia, para saber se ele teve ou não participação no crime.
O bebê, segundo a mãe da acusada, nasceu prematuro e lutou pela vida, que agora foi tirada de forma cruel, tendo a mãe como a principal suspeita. O corpo do bebê foi removido para o Instituto Médico Legal (IML) em Tucuruí, no sudeste do estado, para passar por necropsia.
(Tina Santos)