O músico, compositor, multi-instrumentista, arranjador e produtor cultural Manoel Cordeiro, um dos mestres da guitarrada paraense, completa 69 anos na próxima sexta-feira, 8 de novembro. A data será celebrada pelo artista com a leitura do manifesto intitulado “Música Popular Brasileira Feita na Amazônia”, durante o “Baile do Papai”, na Casa de Francisca, em São Paulo. O show terá as participações de Felipe Cordeiro (PA), Patrícia Bastos (AP), Nayara Guedes (PA), Figueiroas (AL), Évila Moreira (PA) e Renan Sanches (PA).
O manifesto marcará a contagem de um ano até a COP 30, a convenção da ONU sobre o clima que vai reunir representantes de vários países em Belém, período que vai coincidir com os 70 anos de Manoel Cordeiro.
A “Música Popular Brasileira Feita na Amazônia” é um chamado, um grito de alerta, um desafio e um convite para o reconhecimento da potencialidade cultural popular da floresta e das cidades da região. “O Pará e a Amazônia possuem uma alta miscigenação que nos trouxe uma música misturada de clássicos europeus, suingue negro e batuque indígena, trouxe um mosaico imenso de ritmos. Não existe limites para nós. As vertentes da nossa música são como os rios… (extensos e múltiplos)”.
O manifesto nasce da inquietude de um veterano que já realizou muitos sonhos na música e planeja realizar muitos mais. Manoel Cordeiro busca lançar um movimento formado por artistas e apoiadores em prol da difusão, promoção e valorização da música amazônica em escala global, que dignifique a cultura e os artistas.
Rumo aos 70
Com cerca de 1 mil discos produzidos em 58 anos de carreira, Manoel Cordeiro grava o longa-metragem biográfico que tem o título provisório de “Luz do Mundo”. Na véspera do “Baile do Papai”, na quinta-feira, 7, a loja Pindorama Discos, em SP, será o cenário da gravação do mestre com o DJ Figueiroas, do Alagoas. O DJ vai apresentar 100 vinis de diferentes cantores que foram produzidos por Manoel Cordeiro, incluindo pérolas como Roberto Leal, Beto Barbosa, Warilou, Alípio Martins, Banana Split, Fafá de Belém, Pinduca, Patrícia Bastos, Maria Lídia, Mauro Cotta, Trio Los Angeles e outros.
O show na Casa de Francisca também vai entrar para o filme. As cenas vêm sendo gravadas em Belém, Macapá e São Paulo, capitais onde o músico realiza muitos trabalhos, inclusive, em parceria com outros artistas, além de Ponta de Pedras e Anajás, no Marajó, onde nasceu e passou parte da infância. A produção é da Sapucaia Filmes, com direção de San Marcelo, de Bragança (PA).
A Música Popular Brasileira Feita na Amazônia cria o ambiente para o lançamento de um pool de novos projetos de Manoel Cordeiro, como estúdio, gravadora e o selo “MC da Amazônia”, formado pelas iniciais do artista, que vai lançar EPs audiovisuais com diferentes artistas da música da Amazônia nesses 12 meses que se seguem. A ideia é oferecer uma amostra da música regional em toda a sua variedade e riqueza.
(Texto: Enize Vidigal)