O atual prefeito de Parauapebas, Darci Lermen, falando para os militantes do PT em comícios pelos bairros da cidade, anda se desculpando com os eleitores de Parauapebas e explicando os motivos pela não aplicação de mais de um bilhão de reais que já entraram nos cofres da PMP e em equivalência as obras não apareceram. A desculpa agora está na Câmara de Vereadores de Parauapebas, ou nos vereadores do PMDB, partido da adversária – Bel Mesquita. Segundo Darci, a bancada do PMDB é liderada por um vereador que nada fez na cidade.
Em primeiro lugar devemos salientar que o vereador não tem a obrigação de fazer obras. Essa obrigação é do executivo, do prefeito. Cabe ao vereador, solicitar, requerer, aprovar projetos do executivo e fiscalizar as ações deste. Dizer das obras prometidas que não vieram e por a culpa na atual Câmara é no mínimo uma insensatez. Não houve um único projeto enviado à Câmara Municipal durante esses três anos e meio que tivesse sido rejeitado ou questionado pelos atuais vereadores, tanto os de oposição quanto os da situação.
Segundo alguns vereadores, o que está havendo é uma falta de respeito com a atual Câmara Municipal. Até mesmo os vereadores Massud, Euzébio, João do Feijão, Adelson e Wanterlor Bandeira, estão indiretamente sendo atingidos com as palavras do prefeito. Agregados a estes ainda está o vereador Juca (PSDB) que não concorre à reeleição mais faz parte da base do grupo de vereadores que apóia Darci.
Ora, se esses cinco vereadores candidatos estão em um palanque, pedindo votos para si e para o atual prefeito, alegando terem sido eficazes e competentes no fiel cumprimento de seus mandatos, usando isso como base para suas reeleições, não cabe ao prefeito a deselegante função de desmenti-los. Esses cinco candidatos deveriam, ao usar a palavra, fazer a defesa não dos vereadores oposicionistas (se é que o são), mas deveriam defender à Câmara de Vereadores de Parauapebas, a Casa para qual foram eleitos e que está, com as palavras do prefeito, sendo agredida.
Darci ao se pronunciar, ofende a Câmara em um todo. Idiotas aqueles que acham que ele está se dirigindo somente aos vereadores do PMDB. Embutido na sua palestra está à mágoa com Wanterlor Bandeira pelo episódio do embate na escolha do candidato do partido; a desconfiança com Massud que não conseguiu trazer todo o PTB para a coligação apesar dos mais de 350 cargos que o vereador comanda na Prefeitura; a tristeza com o vereador Adelson, que não tem liderança com seu partido que só não está do outro lado porque não foi aceito; a insatisfação com Euzébio que apesar de líder, não lidera nada.
Apesar do prefeito não achar o mesmo, o cargo exercido por ele é maior que sua opinião e democraticamente essa premissa deve prevalecer. Aos políticos devem ser observadas algumas normas éticas que parecem não fazer parte do perfil do atual gestor. Coisinhas simples que são do conhecimento da maioria das pessoas. Regras básicas para o bom convívio:
– Não se deve falar, sem explicar em minúcias, aquilo que pode ter dois sentidos ou várias interpretações;
– Não se fala mal do chefe ou o companheiro de trabalho, a não ser que esteja sendo demitido;
– Não se conta as coisas erradas do vizinho, amanhã serão as nossas que estarão nas ruas;
– Posso achar e pensar tudo. Devo falar somente o necessário.
Busque outros fatos para se desculpar pela mudança que não veio, busque outros fatos para se desculpar pelos erros cometidos cuja responsabilidade é do executivo.
Culpar a população que gasta muita água não justifica a falta dela;
Culpar a população que produz muito lixo, não justifica uma cidade suja;
Culpar a população que adoece muito, não justifica uma saúde ineficaz;
Culpar a população que tem muitos carros, não justifica um trânsito ruim;
Culpar os empresários de Parauapebas que vendem caro, não justifica o atraso nos pagamentos;
Culpar os alunos que não se esforçam, não justifica que tenhamos um IDEB 0,80 pontos abaixo da média nacional.
Alegar que não fez por que não deixaram. Venhamos… Ávila, Creuza, Francis e Percília não podem ser culpados.
Deixar eles deixaram.