Brasília – Na sexta-feira (28), às 21h30 (de Brasília), ocorrerá o último ato oficial da corrida eleitoral ao cargo mais importante do Brasil. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) estarão cara a cara e já confirmaram presença nos estúdios da TV Globo, que promove o último debate entre os candidatos à presidência da República nas eleições 2022, antes do segundo turno, que acontece domingo (30).
Por cerca de duas horas, Lula e Bolsonaro vão debater propostas para o país. Entretanto, não espere o eleitor que propostas sejam efetivamente apresentadas, uma vez que o formato adotado pela emissora fluminense é considerado obsoleto, em comparação com o formato de debate exibido pela Band — emissora paulista que promoveu o primeiro debate do segundo turno, há duas semanas.
Serão quantos blocos?
Segundo a Globo, o debate terá cinco blocos. O primeiro e o terceiro serão de temas livres, com duração de 30 minutos. Cada candidato terá 15 minutos e deverá administrar seu tempo entre perguntas, respostas, réplicas e tréplicas. Bolsonaro abre o primeiro bloco e Lula, o terceiro, definido por sorteio já realizado com a. presença dos assessores das duas campanhas.
O segundo e o quarto blocos serão de temas determinados e terão duração total de 20 minutos, com dois debates de 10 minutos. Os temas serão escolhidos pelos candidatos entre os seis oferecidos pela TV Globo em um telão. A emissora não antecipou quais serão os temas oferecidos.
Quanto tempo cada candidato terá para responder?
No segundo e no quarto blocos, cada candidato terá cinco minutos para debater e deverá administrar seu tempo entre perguntas, respostas, réplicas e tréplicas. Cada tema só poderá ser escolhido uma única vez, sem repetição. No segundo bloco, Lula inicia as perguntas. No quarto bloco, quem começa é Bolsonaro.
No quinto bloco, cada candidato fará as suas considerações finais. Lula é o primeiro e Bolsonaro, o segundo. A ordem em que os candidatos farão as perguntas em cada bloco, assim como as considerações finais, foi definida por sorteio com a presença de representantes dos partidos.
Como assistir ao debate da Globo?
O debate será mediado pelo jornalista William Bonner e será realizado nos estúdios Globo, no Rio de Janeiro. Ele será transmitido ao vivo pela própria emissora, pela GloboNews e pelo portal G1.Também será possível acompanhar o evento ao vivo pelo aplicativo Globoplay, no Brasil e no exterior, caso o eleitor seja assinante do serviço.
Debates no segundo turno
Lula e Bolsonaro estiveram frente a frente para debater propostas para o país apenas uma vez durante a campanha de segundo turno, em 16 de outubro, na sede da TV Bandeirantes, em São Paulo.
Na ocasião, Lula buscou desgastar o adversário com questionamentos sobre políticas públicas na área da educação e sobretudo a postura adotada por Bolsonaro no combate à pandemia de Covid-19. Já o atual presidente concentrou esforços em atacar Lula pelos escândalos de corrupção de seu governo e de sua sucessora, a ex-presidente Dilma Rousseff, afastada do governo num processo de impeachment por prática de crimes de responsabilidade. Logo depois, Lula foi preso acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.
Lula negou os convites para participar de outros dois debates, um na sede do SBT e outro na sede da TV Record, ambas em São Paulo. Eles acabaram virando sabatinas com Bolsonaro, que aproveitou a ausência do adversário para ampliar os ataques relacionados a corrupção.
Com seis milhões de votos a mais que Bolsonaro no primeiro turno, Lula usa uma estratégia de evitar erros e desgastes, por isso a escolha por ir apenas a dois debates na reta final das eleições.
O mais recente levantamento do Ipec, divulgado no dia 24 de outubro, mostra Lula com 50% das intenções de votos totais. Já Bolsonaro aparece com 43%. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.
Considerando apenas os votos válidos (ou seja, excluindo votos em branco, nulos e eleitores indecisos), Lula teria 54%, e Bolsonaro, 46%. Este é o recorte utilizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para divulgar o resultado da eleição.
Agregadores de pesquisa, porém, apontam empate técnico entre os concorrentes.
O Ipec e outros seis institutos de pesquisa erraram grosseiramente os números de suas pesquisas após as urnas abertas no primeiro turno, ocorrido no dia 2 de outubro. Tais distorções resultaram em reações no Congresso Nacional. Há pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) protocolado, e na semana passada, foi aprovado na Câmara dos Deputados, um requerimento de urgência para votar projetos que regulamentam os institutos de pesquisa. Um dos projetos, prevê prisão de até dez anos e multa milionária para as empresas que divulgarem levantamentos acima da margem de erro após comparados com os números oficiais da apuração.
Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.