Em audiência pública, a convite da Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados, o diretor de esporte de alto rendimento do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Ney Wilson Pereira da Silva, relatou que, até o momento, a delegação brasileira conquistou 242 vagas nas Olimpíadas de Paris. Com isso, 220 atletas já carimbaram o passaporte para o evento, que ocorre entre 26 de julho e 11 de agosto.
De acordo com o dirigente do COB, até o início de julho, ao final da fase de classificação, o Brasil deve garantir cerca de 280 vagas para competir nas Olimpíadas. Em compensação, os brasileiros já estão fora de algumas modalidades. Entre elas, o esporte mais tradicional no país – o futebol.
Não haverá atletas brasileiros competindo também em modalidades como basquete feminino, nado artístico e polo aquático, tanto feminino quanto masculino.
Ney Wilson Pereira da Silva afirmou ainda que a primeira equipe do comitê olímpico chega a Paris em 11 dias para cuidar dos detalhes finais da recepção dos atletas. Segundo ele, essa etapa é crucial para o sucesso do grupo.
“Construir uma medalha olímpica às vezes leva dois ciclos, oito anos, mas a gente perde a medalha olímpica na véspera da competição. Então, a atenção agora precisa ser redobrada para que a gente não desperdice as possibilidades que a gente tem, que são grandes, de superar tudo aquilo que a gente fez em Tóquio,” resumiu.
Conforme explicou o diretor-geral do Comitê Olímpico do Brasil, Rogério Sampaio, em Tóquio, em 2021, o Brasil obteve seu melhor resultado em olimpíadas, com 21 medalhas. Foram 7 de ouro, 6 de prata e 8 de bronze. Ao longo da história de participações na competição, o país acumula 150 medalhas, 37 ouros, 42 pratas e 71 bronzes.
Autor do pedido para a realização do debate sobre a preparação do Brasil para as Olimpíadas de Paris, o deputado Delegado da Cunha (PP-SP) ressaltou a importância dos atletas de alto rendimento para aqueles que estão começando no esporte. O parlamentar foi campeão paulista de judô.
“O esporte é uma das maiores ferramentas para desenvolver a autoestima. E eu, como vim do esporte e fui para a segurança pública, tenho os meus projetos muito próximos de comunidades carentes, onde o crime está presente, para que as crianças vão para o esporte, e conquistem essa autoestima, e passem longe do errado. E a estrela, o brilho de todos nós, são os nossos atletas olímpicos,” relatou o deputado.
O deputado Luiz Lima (PL-RJ), que foi nadador olímpico, louvou a transferência de recursos das loterias para o comitê olímpico. Segundo ele, as verbas, de cerca de R$ 400 milhões de reais, são fundamentais para a autonomia do órgão.
De acordo com Sampaio, as loterias são a maior fonte de receitas da instituição. Sampaio explicou ainda que a lei permite a utilização de até 25% desses recursos para atividades administrativas. No entanto, sustentou que em 2023 o COB gastou somente 15% com custeio. Com isso, os 85% restantes, conforme disse, foram investidos na preparação de atletas.
Por Val-André Mutran – de Brasília