Um delegado da Polícia Federal que participou da operação conjunta que prendeu os dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, na semana passada, vai assumir outro cargo na corporação.
Ezequias Martins da Silva, chefe da Delegacia da PF em Marabá, onde os dois foragidos foram detidos por agentes federais após 50 dias de fuga, foi nomeado delegado regional executivo da Superintendência da PF no Piauí. É o segundo posto mais importante da Polícia Federal no estado.
A promoção, no entanto, não tem relação com o sucesso na recaptura de Rogério Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, ambos ligados ao Comando Vermelho. Segundo interlocutores da PF, Martins havia sido convidado ao novo posto em razão do seu trabalho durante três anos na delegacia de Marabá.
O processo de remoção dele se iniciou em 23 de fevereiro de 2024, e as primeiras tratativas para a mudança ocorreram ainda em 2023.
Mendonça e Cabral foram presos em Marabá, na quinta-feira da semana passada (4 de abril), 50 dias depois de executarem com sucesso a primeira fuga do sistema penitenciário federal, em 14 de fevereiro. Capturados por equipes da PF e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em carros diferentes, eles foram enviados de volta ao presídio de Mossoró.
O delegado Ezequias Martins também conduziu as investigações que desarticularam um esquema em que três estudantes são suspeitos de fraude no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), para ingressarem no curso de medicina da UEPA em Marabá.
O estudante André Ataide, de 23 anos, é o principal alvo da investigação. Ele foi quem teria realizado as provas no lugar dos outros dois suspeitos.
O jovem Eliésio Ataide, de 25 anos, é da mesma família de André e foi o beneficiado com a aprovação em 2022, segundo a investigação da Polícia Federal.
Moisés Assunção, também de 25 anos, era estudante de Psicologia na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), teria feito inscrição para o ENEM em 2023. Em todo Pará, foram 229.181 inscritos no Enem. Moisés escolheu medicina na UEPA após receber nota alta.
Os três investigados negam as acusações.