Por Eleutério Gomes – de Marabá
Pais de estudantes da Zona Rural de Marabá estão preocupados com o destino dos filhos, no tocante ao início das aulas, que na área urbana começou na primeira semana de março último, mas, no campo, nem sinal. Eles questionam de que forma a Semed (Secretaria Municipal de Educação) vai conseguir ministrar as 200 horas/aula do ano letivo, conforme determina a LBD (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), dizem que está havendo aulas em poucas escolas – apenas naquelas em que há servidores concursados – e temem que, em razão disso, seus filhos sejam transferidos para estabelecimentos distantes de casa.
Os responsáveis pelos estudantes também questionam o motivo de o PSS (Processo Seletivo Simplificado), realizado pela Semed, recentemente, não ter, segundo eles, contemplado a Zona Rural, o que complica ainda mais a situação. “Estamos todos meio perdidos, sem saber o que fazer nem a quem reclamar”, desabafa Odete Diniz, que nesta segunda-feira (17) estava à procura de repostas na Semed.
“Moramos em um assentamento na Região do Rio Preto, lá está tudo parado, nossas crianças ainda sem estudar, muitas já estão perdendo até o gosto e dizem que não querem mais ir pra escola”, lamenta Odete.
A Semed, por meio da Ascom (Assessoria de Comunicação) da prefeitura, diz que não foi possível iniciar as aulas em 6 de março passado, como estava previsto, porque o levantamento das condições das escolas do campo demorou bastante, “dada a complexidade de acesso e à falta de pessoas responsáveis pelas mesmas para prestar informações”.
Explica, ainda, que o número de professores concursados para as cerca de 100 escolas da zona rural não atende nem 40% da demanda, mesmo o prefeito Tião Miranda tendo decretado que todos os concursados para o campo que estavam trabalhando na zona urbana se apresentassem à Semed para relotação.
A Semed também informou que a situação dos contratos estará resolvida ainda esta semana, a lotação concluída e as aulas iniciadas. “O ano de 2017 terá, sim, a garantia dos 200 dias letivos, com as escolas realizando atividades pedagógicas em alguns sábados, encerrando possivelmente em janeiro de 2018”, detalha a nota.
Quanto ao transporte escolar, a Secretaria de Educação diz que a gestão atual recebeu uma dívida de R$ 1.440.000,00 a ser paga para a cooperativa que detém a licitação do serviço.
Diante disso, uma auditoria foi feita e encontrada diferença de valores, o que resultou na rescisão de contrato com a antiga cooperativa e a contratação de uma empresa para transporte escolar, em regime de urgência, até que seja concluída nova licitação. “Enquanto isso, todos os ônibus da Semed foram deslocados para escolas do campo cujos alunos dependem 100% de transporte escolar”, reforça a nota, finalizando: “Em relação à merenda escolar, o fornecimento está atendendo integralmente a demanda das escolas da zona urbana e também do campo”.