DEPUTADO ACUSADO DE PEDOFILIA SE DIZ VÍTIMA DE EXTORSÃO

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O deputado estadual Luiz Afonso Seffer (DEM), que está sendo acusado de pedofilia, disse que tudo não passa de armação e acusou “setores da imprensa” por uma tentativa de extorsão, pedindo cerca de R$ 800 mil para que a denúncia não fosse publicada. É o que revela o deputado João Salame (PPS), numa carta a Juvêncio Arruda, do blog “5ª Emenda”. É que Salame é um dos líderes do grupo de parlamentares conhecido como G8, do qual Seffer também faz parte.

João Salame afirma que, esta semana, tão logo as informações de bastidores começaram a vazar, ele chamou o deputado Seffer para conversar, quando deu sua versão, com a grave acusação a “setores da imprensa”. Salame foi um dos primeiros a declarar publicamente que Seffer era o deputado acusado de pedofilia

“Qualquer caso confirmado de pedofilia deve ser condenado e repudiado. Qualquer denúncia nessa direção deve ser apurada. Contra qualquer cidadão, em especial quando se trata de uma autoridade. É uma prática abominável. Posto isso, como questão de princípio, não devemos, por outro lado, condenar sem julgamento. Afirmar sem apurar. Contra qualquer cidadão. Acusações que atingem a honra devem ser conduzidas com cautela, sob pena de macular a imagem de alguém que pode não ser culpado. E aí o dano será irreversível”, afirma Salame.

Ele ressalta que da mesma forma que ocorreram vários casos onde a impunidade prosperou devido a operações ‘abafa’, “conhecemos outros tantos onde o denuncismo manchou de forma irremediável reputações de cidadãos inocentes”. O deputado do PPS nega que se tenha tentado “jogar uma suposta sujeira para debaixo do tapete”.

Salame informa ainda que na primeira sessão da Assembléia Legislativa do Pará na próxima semana, o deputado Seffer vai se pronunciar da tribuna abordando o assunto. “E vai se oferecer para a CPI da pedofilia, instalada na Casa para apurar denúncias na Ilha do Marajó, para ser o primeiro a depor, ainda que a Comissão não tenha poderes para apurar denúncias que não envolvam os fatos amplamente noticiados na região do Marajó”, diz Salame.

“Creio que jogar luz sobre essa questão tornando-a transparente é a melhor saída para todos. Inclusive para impedir uma ‘carnificina’ e as insinuações que condenam antes de qualquer apuração caso o deputado tenha razão. Eu não tenho motivos para duvidar do que ele nos afirmou e torço sinceramente para que ele consiga provar isso a toda a sociedade paraense”, acrescenta João Salame.