O deputado João Salame Neto (PPS), líder da Frente Pró-Estado de Carajás, esperou 24 horas além do prazo que deu aos paramentares adversários à criação de duas unidades federativas a partir do atual território do Pará – Carajás e Tapajós -, para renovar o desafio que fizera no início da semana passada.
Salame, numa entrevista ao Jornal do SBT, ancorado por Nielson Martins e numa palestra a estudantes de Administração de uma Universidade de Belém, disse que se os adversários de Carajás conseguissem convencer o governador Simão Jatene a dar o aumento de R$ 66,00 aos professores da rede pública estadual, que estavam em greve há quase dois meses, para conseguir o piso nacional de salário (R$ 187,00) e contratasse 1,5 mil policiais para o sul e sudeste do Pará, para fazer frente à violência que campeia naquela região, renunciaria o seu mandato de deputado estadual e abandonaria a Frente Pro-Carajás, passando a lutar pela manutenção do Pará como se conhece hoje. O desafio foi endereçado ao presidente da Frente do Não, deputado federal Zenaldo Coutinho (Licenciado). Coutinho foi chefe da Casa Civil do governador e mantem estreitas ligações com Simão Jatene.
Salame havia estipulado até a sexta-feira passada para que os contrários a Carajás e Tapajós se manifestassem, mas já sabia antecipadamente que isso não aconteceria. “O governo não tem como dar esses míseros R$ 66,00 de aumento a cada professor porque não tem dinheiro, Se der, acaba de quebrar o Estado. Jatene não dá porque não pode. Ana Júlia não deu porque não pôde, e Almir Gabriel também não deu pela mesma razão. Por isso, não devemos continuar com essa demagogia de que tudo vai melhorar. Só vai melhorar quando vier mais recursos da União e isso só ocorrerá quando tivermos mais duas unidades federativas para trazer mais cotas do FPE (Fundo de Participação dos Estado) para a região. Só não vê quem não quer ver. O Pará atual recebe R$ 2,9 bilhões. Com a divisão, passará a receber R$ 5,9 bilhões. Só com o que economizará por não ter que investir nas áreas emancipadas representa 15 vezes a a sua capacidade de investimento com recursos próprios hoje, que é da ordem de R$ 187 milhões, segundo um secretário do próprio governo”.
Salame, sábado passado, renovou o desafio e preveniu os defensores de Carajás para que não espere resposta, porque a equação do desenvolvimento proposta pelos defensores do “Pará grande e pobre” não tem solução.
O deputado participou, domingo, de uma carreatas do SIM (77) pelas principais ruas de Belém e ficou satisfeito com a manifestação de apoio de boa parte da população. “É natural que, em Belém, as pessoas sejam contra. Muitas delas são sabem aonde fica a Serra do Cachimbo, Floresta do Araguaia, Gurupá ou Anajás, e, bem ou mal, tem atendimento médico mais perto, segurança pública mais visível. Agora, quem mora fora da Área Metropolitana de Belém não tem nada disso e sua esperança está na presença do governo mais perto, com mais saúde, mais educação, mais segurança pública.
O Pará, todo mundo sabe, é um estado continental mas pobre, por isso difícil de ser administrado. Não há dinheiro, por mais boa vontade que os governantes tenham. Nós não estamos apregoando que com a divisão o sul e sudeste do Pará vão se transformar numa Califórnia ( o estado americano mais rico) do dia para noite, mas que vai melhorar vai. Melhorou bem no Tocantins, no Mato Grosso e no Amapá. O que estamos propondo é que o povo em geral deixe de passionalismo e discuta a questão com a razão pois a divisão vai ser boa para todos. Haverá mais dinheiro, menor espaço territorial e mais presença de governo para combater violência, falta de médicos, de defensores públicos, delegados, policiais etc. Também, os órgãos federais vão ter que se adequar à nova realidade, criando delegacias, representações e reforçando a sua presença. Representa isso mais emprego, mas dinheiro injetado na região. Não razão para ninguém ser contra”.
Nesta segunda-feira, Salame visitou Anajás e Portel, no arquipélago de Marajó, levando a mensagem da frente que preside. Foi mostrar a prefeito e vereadores que todos os municípios vão ter aumentadas as suas cotas do Fundo de Participação dos Municípios. Nesta terça-feira, Salame retoma os trabalhos na Assembléia Legislativa do Pará.
Fonte: Assessoria do deputado João Salame
Nota do Blogger: o deputado João Salame, sem querer desmerecer nenhum outro, deve servir de exemplo a todos os políticos das regiões sul e sudeste do Pará. Tem sido um aplicado e veemente lutador pela criação de Carajás e Tapajós, visitando, em companhia do deputado federal Giovane Queiroz, vários municípios do nordeste do Pará, muitas vezes sendo hostilizado mas conseguindo passar a mensagem de que a divisão vai ser melhor pra todos. Muitos políticos locais, com ou sem mandato, usam a campanha apenas para aparecer para o eleitorado local, quando deveriam estar nos frontes onde realmente não temos os votos necessários. O eleitor não é bobo e saberá reconhecer essa estratégia no futuro.
44 comentários em “Deputado João Salame, líder da emancipação de Carajás, renova desafio aos contras”
An interesting discussion is worth note. I expect that you should compose much on this content, it strength not be a inhibition issue but generally grouping are not sufficiency to utter on such topics. To the next. Cheers like your Deputado João Salame, líder da emancipação de Carajás, renova desafio aos contras.
Boa noite!
Deputado João Salame, acabei de asistir sua entrevista e da Senadora na REDE TV. gostei muito de sua colocação a respeito da divisão do estado do Pará.
Eu tenho os mesmos pensamentos que o Sr: apezar de não ter muito conhecimento em politica. O Pará é um estado imenso…do jeito que esta não tem como fiscalizar, os problemas de grilagem,madereiros,pistoleiros, justiceiros,fazendeiros esploradores de gente umilde. “Deputado” os que não querem a criação dos novos estados é porque sabem que a farra vai acabar para eles, O Sr: tem razão o Estado do Tocantins, hoje é um exemplo que só pode dar serto esta divisão. Onde tem a presença do estado
tudo funciona melhor,a verdade é que depois que for criados os novos estados Carajás e Tapajós, muitos deses mercenarios vão ter que começar a pagar impostos, vão ser fiscalizados,terão a presença do estado, dai sim a moleza acabou para eles…Deputado João Salame, foi um prazer conhecelo estou com o Sr: meu voto é sim…
O DIVORCIO
UM SENHOR CHAMADO PARÁ, TEM UMA ESPOSA CHAMADA DONA BELEM E 142 AMANTES, ELE VISITAVA AS AMANTES DE QUATRO EM QUATRO ANOS, O TEMPO FOI PASSANDO E APARECEU NO SUL DO PARÁ, UM SENHOR CHAMADO CARAJAS, ELE ESTAVA ANADANDO PELAS CIDADES VIU TODAS ELAS MALTRATADAS, MARCOU UM ALMOÇO E ANTES DO ALMOÇO, E REUNIU VARIAS SENHORAS,DONA MARABA, DONA TUCURUI, DONA BREU BRANCO, DONA PARAUAPEBAS, E …Ver mais
Caro Zé Dudu,
Hoje tive uma grande decepção com nosso presidente João Salame.
O programa publicitário preparado por Duda, que daria a resposta ao nosso governador, colocando-o em seu devido lugar, estava PRONTO para ser veiculado.
Porém, 30 minutos antes de ser distribuído, João Salame o interceptou, deu xilique e proibiu que fosse ao ar. Alegou que é da base do governo e não quer se indispor com o governador.
Duda ficou irado, disse que esta luta é apartidária, que não podemos correr risco de perder este plebiscito por posicionamentos pessoais.
Porém, a contragosto, a vontade de João Salame foi atendida.
Na equipe de Duda, que ameaçou abandonar a campanha caso houvesse mais algum tipo de interferência deste calibre, pairou o ar de desânimo, de desistímulo. Todos, sem excessão, “jogaram a toalha”.
Perante a atitude de nosso presidente, fico me perguntando: Quando ele bateu no peito e desafiou o governo na entrevista do SBT era tudo TEATRO???? Quando chega o momento de honrar a causa que publicamente defende, e enfrentar o governador ele “dá pra trás” ??? Quais são as reais intenções de João Salame??? Apenas aparecer como um pavão, para se promover???
Uma atitude como a que teve João Salame na tarde de hoje, me faz duvidar, inclusive, de seu carater.
Eu estive na praça da República no domingo, dia da carreata do sim, caraca…..tinha 15 carros!!!!
E mais, levaram tantas vaias que os deputados João Salame e Zequinha Marinho ficaram com medo de falar ao microfone, não tinham palavras, perderam a voz…… que vergonha pros que defendem o “sim”, estão mal representados….rsrsrsrs…..rsrsrss!!!!!
MEU VOTO É 55+55= NÃO E NÃO
kkkkkk
A DERROTA ANUNCIADA DO SEPARATISMO
Ronaldo Brasiliense
Como na Crônica de uma morte anunciada, do genial colombiano Gabriel Garcia Marquez, todos sabemos que os separatistas que defendem a criação dos estados de Carajás e Tapajós serão derrotados nas urnas por defenderem projetos inviáveis.
Os defensores do estado de Carajás só se preocuparam em desenhar no mapa o que lhes interessava: o filé dos minérios da Serra dos Carajás, a picanha da energia da usina hidrelétrica de Tucurui, a maminha da siderúrgica de Marabá, a alcatra do rebanho bovino da região.
O sul/sudeste do Pará tem municípios com os maiores índices de desenvolvimento humano (IDH) do estado: Parauapebas, por exemplo, é o segundo município do Pará em desenvolvimento e um dos dez maiores do Brasil em termos de exportação graças à exploração das jazidas de minério de fero e manganês , entre outros, da Serra dos Carajás. O mesmo ocorre com Canaã dos Carajás, que em 20 anos já é um dos municípios mais desenvolvidos do Pará.
Os “carajaenses” – seria esse o nome dos naturais do estado de Carajás – deixaram para o Pará que sobra a buchada, as vísceras e o pescoço…
Já disse e repito que tenho o maior respeito pelo pleito dos habitantes do Baixo-Amazonas por um estado separado do Pará. A região é historicamente abandonada pelo poder central em Belém, principalmente os municípios da Calha Norte.
Não há uma única rodovia estadual asfaltada ligando na Calha Norte os municípios de Faro, Terra Santa, Oriximiná, Óbidos, Curuá, Alenquer, Mopnte Alegre e Prainha,. Repetindo, para que não haja dúvida: não há uma única rodovia – federal, estadual ou municipal – asfaltada. Daí o sentimento separatista predominante.
O Baixo-Amazonas sempre teve uma relação muito forte com a capital, Belém. Os filhos das melhores famílias de toda a região sempre foram estudar na capital, principalmente cursos universitários, uma carência ainda existente no oeste do Pará.
No Baixo-Amazonas se come maniçoba, pato no tucupi, tacacá e se fala égua, como vírgula, assim como os paraenses de Belém. Os laços, fraternos, sempre existiram, mas o abandono do oeste sempre foi uma constante.
O grande erro do projeto que cria o estado do Tapajós foi ter aumentando o território de forma geométrica com a inclusão do Vale do Xingu. O Tapajós ficou com 58% do território paraense incorporando uma região, a do Xingu, sem qualquer laço histórico com Santarém.
Outro erro foi a vinculação do nome do estado – Tapajós – com a futura provável capital – Santarém – criando a sensação que os mocorongos só querem para eles.
Mas o pior erro – o Crasso – foi ter deixado para o estado que fica – o Parazinho, como denominaram os defensores do Não, com apenas 17% das terras e 4,8 milhões de paraenses confinados.
O “Novo Pará”, batismo da turma do marqueteiro baiano Duda Mendonça, não engoliu uma separação onde ele só perde.
O Pará sem Carajás e Tapajós fica sem a usina hidrelétrica de Tucurui, sem a siderúrgica de cinco bilhões de dólares de Marabá, sem as jazidas de ferro e manganês da serra dos Carajás, sem 80% do rebanho bovino do estado…
O Pará sem o Tapajós perde a maior parte de suas florestas ainda intactas e também o maior potencial der ecoturismo da Amazônia
Conheço todos os estados da Amazônia Legal e não tenho dúvida de que os vales dos rios Tapajós, Trombetas e Nhamundá compõem o que há de mais belo na região. Aqui, graças a Deus, a natureza caprichou.
Por essas – e por muitas outras – é que o separatismo vai perder.
E feio!
Eu mesmo fui um que ficou rouco de tanto vaiar.
Na Passeata do Sim aqui em Belém por onde a Carreata passou foi cobertas por vaias das pessoas na almirante barroso, na praça da republica o que se via era vaias e mais vaias o pessoal que faz o programa do Sim teve problemas para gravar a passeata por que não se sabia o que gravar se era a passeata ou as vaias do povo e gritos e insultos.
É uma pena o pessoal de Belém não fazer um debate técnico e analítico como merece a situação. Suas justificativas esquartejadoras são tão insanas quanto a violencia que impera em Belém. Se querem um Estado(País) grande mas ser eternamente pobre, que o seja, mas DIGO QUE ENGROSSAREMOS AS MANISFESTAÇÕES E REIVINDICAÇÕES SOCIAIS que se farão após o plebiscito, apoiando ações do MST ou de qualquer outro MOVIMENTO SOCIAL QUE SEJA JUSTO E REAL, que FATALMENTE se revelarão necessárias face ao descaso da classe politica seja de direita ou de esquerda. Não aceitaremos trabalhar diuturnamente para não termos sáude, educação e infra estrutura mínima. Eu, como cidadão engrossarei essas manisfestações seja atraves das redes sociais ou mesmo de corpo presente, sem medo de ser feliz. Fafá, vem chorar junto com a gente, vem! o choro será mais real do que a realidade que voces não querem enxergar por puro capricho. Tenho dito. Tenho vergonha de voce.
Apenas uma correção. O minério, os rios e as florestas nunca melhoraram a vida do POVO PARAENSE, mas deve ter melhorado a vida dos endinheirados daqui de Belém ou a resistência não seria tão grande.
Pelo que entendi, alguns comentaristas estão preocupados com o aumento das despesas da União com a criação dos novos estados.
A mim, parece perfeitamente justo que a União arque com os custos dos novos estados, já este é o único jeito de atrair recursos do Governo Federal, que até o momento nunca se preocupou sequer em fazer manutenção nas estradas federais do Carajás e Tapajós, quase sempre intransitáveis, embora no período eleitoral sempre apareçam por ali dizendo que vão concluir a transamazônica e que irão retomar a Cuiabá-Santarém.
A União também não demonstra preocupação com os brasileiros do norte, nem com a situação caótica em que se encontra a saúde, educação e segurança pública por aqui.
A ÚNICA COISA que me faria mudar de opinião sobre a divisão, seria as Frentes Contrárias dizerem de forma OBJETIVA como pretendem atender ao estado inteiro, porque até agora se limitaram a atacar virulentamente os divisionistas como se fossem criminosos apenas por exigir o que lhes é garantido na Constituição e a fazer projeções aleatórias baseadas nas riquezas minerais, rios, florestas, que já estamos carecas de saber que nunca melhoraram a vida de ninguém.
Pelo que entendi do comentário do NETO
Impressionante como para manter as tais riquezas que nunca renderam nada, a população do Novo pará concorda até mesmo em continuar sendo um zero à esquerda na política nacional, sem força sequer para exigir a construção de uma estrada iniciada há 40 anos.
Fazem a alegria do pessoal do Sul e Sudeste que, da sua maravilhosa zona de conforto, ditam as regras para a sofrida população do Norte. O pessoal do Sudeste não vê problema algum em sustentar os 70 deputados federais de São Paulo, ou os 53 de Minas Gerais, mas se for para aumentar míseros 16 deputados na região Norte, aí dizem que os cofres públicos não irão suportar.
Sul e Sudeste fazem com a Região Norte o que os Estados Unidos fizeram com o Brasil durante muitos e muitos anos, boicotando nossas tentativas de desenvolvimento, com medo que o “gigante adormecido” acordasse e não permanecesse, como os norte-americanos queriam, “deitado ETERNAMENTE em berço esplêndido”.
O Brasil conseguiu desenvolver-se quando os EUA começaram a quebrar e seu poder de interferir diminuiu.
No caso da região Norte, não vejo possibilidade nenhuma no horizonte, porque é desejo da população do Novo Pará permanecer colônia extrativa do resto do país.
Que tristeza!!!!!!
O Congresso criou uma impossibilidade matemática e jogou a solução no colo da Justiça eleitoral: como transformar uma bancada de 17 em 24 sem aumentar o total de 513 deputados federais? Parece piada. Não é.
Um dos argumentos dos defensores da divisão do Pará em três Estados é que não haveria aumento da representação paraense na Câmara. Do mesmo modo, seria mantido o teto global de 513 deputados federais. A conta não fecha.
A Constituição estabelece que “nenhuma das unidades da Federação tenha menos de 8 ou mais de 70 deputados”. Ou seja, os novos Estados de Carajás e Tapajós teriam, juntos, 16 deputados federais, e o que sobrar do Pará teria, no mínimo, outros 8, totalizando 24 representantes na Câmara. A atual bancada paraense é de 17 deputados. Faltam 7, portanto, para a conta fechar.
O limite máximo de 513 deputados federais é estabelecido por lei complementar. O limite mínimo de 8 deputados por Estado é fixado pela Constituição. Se diminuísse, 11 unidades da Federação perderiam cadeiras: Roraima, Amapá, Acre, Tocantins, Rondônia, Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Sergipe e Rio Grande do Norte.
Essas 11 UFs têm votos suficientes no Senado para barrar a mudança constitucional. Logo, se o Pará for mesmo dividido, o total de deputados deve subir para 520. As consequências disso são desastrosas, sob todos os sentidos.
Cada deputado custa, por baixo, R$ 27 milhões por legislatura. Os 7 novos sairiam pela bagatela de R$ 190 milhões. Mas a conta vai além: há as emendas parlamentares que implicam despesas no orçamento, a necessidade de construir anexos para abrigar os gabinetes dos novos parlamentares, mudanças para acomodá-los no plenário e por aí vai.
Somam-se as despesas com seis novos senadores, 48 novos deputados estaduais, a necessidade de construir edifícios para abrigar duas novas assembléias legislativas, dois novos governos estaduais, secretarias, tribunais de Justiça. E milhares de funcionários públicos para preencher esses prédios.
Além disso, as regiões a serem desmembradas não têm capacidade econômica para se sustentarem sozinhas. O economista Rogério Boueri, do Ipea, calculou para o site G1 que o governo federal teria que desembolsar R$ 2,2 bilhões por ano para cobrir as despesas de Carajás e Tapajós.
Esse é o custo financeiro direto. Mas há outras distorções embutidas nessa decisão tratada com indiferença pela Câmara. A principal delas é piorar ainda mais a representação da população brasileira no Congresso Nacional.
Com 9 Estados, a região Norte passaria a ser a mais forte politicamente no Senado, com 27 representantes, assim como o Nordeste. Mas cada senador nortista representaria menos de 600 mil pessoas, menos de um terço da representatividade de um senador nordestino, por exemplo.
Na Câmara, a bancada do Norte chegaria a 72 deputados federais. E, apesar de ter uma população só 13% maior do que o Centro-Oeste, teria 76% a mais de cadeiras (31 vagas) do que esta outra região.
Um dos riscos de retalhar o Pará é dar início a uma corrida para reequilibrar a distribuição de poder regional. Há propostas semelhantes para subdividir o Maranhão, o Piauí, a Bahia, o Mato Grosso, o Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, o Amazonas e Goiás.
Como ficou provado no caso paraense, as bancadas dos outros Estados tratam as propostas de subdivisão com um misto de desinteresse e leviandade, como se não houvesse implicações para a União nem para as outras unidades da Federação. Por isso, as proposições de plebiscito passam sem discussão.
Dessa maneira, a decisão final depende exclusivamente da “aprovação da população diretamente interessada”. Como sempre, o texto constitucional é dúbio. Qual é a população “diretamente interessada”? A da região de Carajás, a paraense ou a brasileira? Pelo tamanho da conta a ser paga, deveria ser a brasileira, mas o plebiscito deve se limitar ao Pará ou, até mais provável, apenas a Carajás/Tapajós.
A prevalecer essa interpretação e o descaso dos parlamentares com o tema, a multiplicação de novos Estados -como Gurguéia (PI), Pantanal e Mato Grosso do Norte- pode levar o Congresso Nacional a ganhar mais 36 deputados e 30 senadores.
E a conta é sua.
No próximo dia 11 de dezembro a população do Estado do Pará decidirá sobre a proposta de criação de mais dois Estados – Carajás e Tapajós – e a consequente diminuição da área territorial do Estado. Os debates já estão ocorrendo, e o clima é acalorado. Para grande parte da população paraense, os interesses que movem a proposta de divisão não aparecem. Os defensores da criação dos dois novos Estados alegam que o governo e a administração central concentrada em Belém são o fator principal dos graves e inúmeros problemas vividos pela população que reside nas regiões Sul e Oeste, e que a distribuição das riquezas produzidas no Estado beneficiam a população que reside nas cidades próximas à capital.
Na verdade, a proposta de divisão é movida por interesses de grandes mineradoras, madeireiras, latifundiários e de oligarquias políticas locais, cujo objetivo é a exploração dos minérios no rico subsolo paraense, do desmatamento das florestas, do cultivo em larga escala de soja e criação de gado e da implantação de empresas do agronegócio na região.
Atualmente o Pará é o segundo maior Estado da Federação, com 1,2 milhão de quilômetros quadrados e uma população de 7,5 milhões de habitantes. Esse contraste entre a extensão física e a população que o ocupa também é uma das alegações utilizadas para defender a partilha do Estado, já que, segundo os defensores da divisão, esta situação vem dificultando o aproveitamento das riquezas naturais da Amazônia e a maior integração econômica da região com o desenvolvimento do restante do país.
O território do Pará abriga em seu subsolo extensas jazidas minerais: é o maior exportador mundial de minério de ferro, o 3º maior produtor internacional de bauxita, significativo produtor de caulim (o de melhor qualidade do mercado para papéis especiais) e de alumínio, e possui crescente participação em cobre e níquel, além de ouro. Com a exploração desses recursos, o Pará se tornou o 2º Estado que mais fornece divisas ao Brasil, transformou-se no 5º maior produtor de energia (e o 3º maior exportador de energia bruta) do Brasil, o 2º maior minerador nacional e no 5º maior exportador geral do pais. De cada 10 dólares recolhidos pelo Banco Central, 70 centavos são provenientes do Pará.
Em compensação, essa riqueza não tem sido revertida para a melhoria das condições de vida de sua população, pois o estado é o 16º em desenvolvimento humano e o 21º em PIB/per capita, amargando o título de um dos mais pobres da federação. Em outras palavras, as riquezas produzidas pelo povo paraense beneficiam somente as mineradoras, o agronegócio, os latifundiários e os políticos corruptos, enquanto sua população sofre de doenças graves, de miséria e pobreza extremas, além de ser uma das regiões mais violentas do mundo. Essa situação não é vivida apenas por quem mora nas regiões Oeste e Sul do Estado, mas se apresenta nos grandes bolsões de miséria da Região Metropolitana de Belém e das cidades que têm na sua atividade principal a exploração de minérios, como Marabá e outras localizadas na região Sul do Estado.
Divisão pode aumentar devastação da Amazônia
Do ponto de vista ambiental os impactos poderão ser ainda maiores. A criação de um possível Estado do Tapajós acarretaria o fim da lei que determina a existência de unidades de conservação nas áreas de florestas virgens milenares, lei que atualmente vigora no Pará, proibindo as derrubadas e o desmatamento da floresta, garantindo a preservação da fauna e da flora, o equilíbrio e a diversidade da Amazônia.
O surgimento do novo Estado do Tapajós traria junto a discussão de promover o “desenvolvimento” numa região com pouca densidade demográfica e extensa área de florestas nativas. No lugar da floresta, plantação de soja e gado: essa seria a atividade econômica a ser desenvolvida no novo Estado. Além disso, Tapajós ficaria com a produção de energia, já que na região Oeste estão localizados extensos rios. Pela proposta de divisão do Pará, o Tapajós teria como sua principal base econômica o setor energético – que inclui a Usina de Belo Monte e o complexo hidrelétrico Tapajós.
Para derrotar o projeto de divisão, milhares de pessoas estão se mobilizando e se preparando para a campanha eleitoral. Os segmentos políticos da burguesia vêm promovendo uma campanha despolitizada, colocando como centro do debate o regionalismo e suas variantes. Até o momento, essas questões econômicas e os interesses das mineradoras, dos latifundiários e do agronegócio não entraram na pauta; cabe aos movimentos sociais e populares levantar esses temas e organizar mobilizações para defender um Pará com justiça social, em favor dos trabalhadores e contra a espoliação de mineradoras e latifundiários.
Fernando Alves –
Elton, se em Belém tá assim, imagina aqui em Altamira, a galera não quer dar o belo Monte pros santarenos. Aqui vai ser peia.
e aqui em Altamira o povo tá p da vida com o pessoal de santarém que incluiu a nossa região no estado deles. Os caras cresceram o olho na nossa hidrelétrica hein, mas voces vão ver a resposta do povo de Altamira.
Ja doei 30% do meu salário para a campanha do SIM.
vamos q vamos 77.
Att. Cidadão Carajaense !!
ILUDIDOS COM A SUJEIRA E AO PÃO E CIRCO ,DEPOIS DO DIA 11 DE DEZEMBRO INDEPENDENTE DO RESULTADO OS SEPARATISTAS NÃO VÃO PEGAR SEUS PANOS DE BUNDA E SUMIR NÃO,ESSES QUE VCS FALAM SÃO TRABALHADORES QUE VIVEM EM TERRAS E LOTES COMPRADOS A BASE DE MUITO SUOR,NÃO VIVEMOS DE VADIAGEM , DE SACANAGEM E ORGIAS,VIVEMOS DE TRABALHO E DE SONHOS QUE INDEPENDENTE DE BARREIRAS TERRITORIAIS SÃO E SERÃO VENCIDAS,VCS VIVEM NA MESMA POR CAUSA DE PREGUIÇA,SÓ SABEM GRITAR,VAIAR E OFENDER… EDUCAÇAO FAZ BEM MAS SABEMOS QUE NUNCA FOI DE INTERESSE DESSE GOVERNO ELEVAR SUA POPULAÇAO A TAL INDICE.
SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM 77 77 77 77 77 77 77 77 77 77 77 77 77 77 77 77 77 77 77
S I M B O R A LÁ, S I M B O R A L Á!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
rsrsrsrsrsrsrsrsrsrsr!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
So sei de Uma coisa o sim aqui em Belem tera muito pouco votos pq estou em Belem a duas semanas e pude ver que a mairia aqui e não o que é uma pena.
Engraçado, assisti às duas carreatas que passaram no domingo e, na verdade, a carreata do SIM estava maior do que a do NÃO. Percebi, inclusive, que famílias paraenses, que moram em Belém, participavam animados da carreata.
Para ser sincera, estou cansada de todos estes artigos dizendo que o problema não é o tamanho do território, mas de gestão dos recursos.
SE ESQUECEM DE QUE PARA MELHORAR A GESTÃO DOS RECURSOS É NECESSÁRIO QUE TAIS RECURSOS EXISTAM, o que não ocorre no caso do Estado do Pará, que já está no limite da arrecadação, recebe pouco do FPE e não conta com recursos do Governo Federal, que nunca esteve e nem está preocupado com o que acontece por aqui.
Para garantir políticas públicas básicas para o cidadão num estado gigantesco como o nosso, seria necessário uma montanha de dinheiro, que o Governo não tem e tampouco sabe de onde tirar.
A única região que arrecada um bom volume de recursos do ICMS, maior fonte de dinheiro além do FPE, é Belém, mas tais recursos são parcialmente desviados para atender, e muito mal, as outras regiões do Pará, que reclamam do Governo o tempo todo.
Com isso, Belém padece com problemas seríssimos, tais como, falta de médicos, de leitos nos hospitais, de professores bem remunerados e motivados, de policiais nas ruas para coibir barbáries como esta que ocorreu recentemente em Iocaraci.
Na minha opinião, se não são capazes de informar onde o Pará pode arrumar recursos para investir no Estado inteiro, estes mestres, doutores e professores poderiam, perfeitamente, fazer o favor de calar a boca e abandonar estes discurso bairrista e ultrapassado.
EU NÃO QUERO O PARÁ GRANDE. QUERO O PARÁ DESENVOLVIDO E COM BOA QUALIDADE DE VIDA PARA OS CIDADÃOS.
POR ISSO, VOU VOTAR 77 e 77.
kpnup mas qual o interesse nisso? O Desafio dele foi para beneficiar os professores, e o sul do PA com policiais? O Seu é para comprar votos? Acho que vc ta com algum problema.
QUE FALASTRÃO É ESSE DEPUTADO JOÃO SALAME. EU ENTÃO LANÇO UM DESAFIO AO “NOBRE DEPUTADO”: SE O “NOBRE DEPUTADO” ASSINAR UM DOCUMENTO, ELABORADO POR UM ADVOGADO COMPETENTE, NO QUAL SE COMPROMETE A NÃO MAIS INGRESSAR NA VIDA PÚBLICA-POLÍTICA (QUALQUER QUE SEJA O RAMO) E RENUNCIAR IMEDIATAMENTE O SEU MANDATO DE DEPUTADO, EU PASSO A FAZER CAMPANHA DO SIM E CONSEGUIREI TODOS OS VOTOS DE MEUS AMIGOS E FAMILIARES PARA O SIM. SE ELE NÃO ACEITAR ESTÁ PROVADO QUE O VERDADEIRO INTERESSE DELE NESSE PROCESSO TODO É SIMPLESMENTE SE DAR BEM COMO POLÍTICO, QUERENDO SER O PRÓXIMO SENADOR DE CARAJÁS. MAS POR ENQUANTO EU VOTO 55 E 55, NINGUÉM DIVIDE O PARÁ!
Ilustrissimos eleitores que votam no nao, mudem as ideias, vamos pensar grande. Vamos pensar em um Pará Grande, na distribuiçao de renda, na verdade, voces tem que saber que so tem a ganhar com a divisao. Nos ganharemos, todos ganharão. Peço amigos que votem 77, é o caminho. Niguem vai tirar o tacaca, ninguem vai tirar nada de voces. Voces continuarao em um lindo ESTADO cheio de cultura: ESTADO DE CARAJAS ainda esta para ser criado.
Sou morador de São Felix do Xingu e fico triste quando leio comentários e matérias de pessoas contra a divisão do estado do Pará, gostaria que me respondessem umas perguntas, quem sabe posso me convencer que vocês estão certos:
1º- Baseado em quais informações vocês são contra a criação de Carajás e Tapajós?
2º- Quem passa anos e anos no banco de uma faculdade, quer ter a oportunidade de passar em um concurso ou montar seu próprio negocio, a divisão do Pará vai proporciona uma das maiores oportunidades principalmente para quem mora em Belém, mesmo assim por que vocês são contra?
3º- Se o Pará grande está entre os últimos em desenvolvimento no Brasil, porque continua como esta?
4º- Antigamente os Senhores feudais oprimiam os menos favorecidos e escravizavam os que não tinham nada. A minha pergunta é: vocês só pensam em se dar bem? E nos aqui do sul não importa como estamos vivendo?
5º- As pesquisas indicam que mais de 80% da população daqui quer a criação do Carajás, porque a maioria que não quer é de Belém?
6º- Por ultimo gostaria de saber se quando sair o resultado dos que ficaram contra a divisão do Pará deve ser expulso do sul e sudeste pelo o que vocês estão dizendo é que vai expulsar quem é a favor da divisão, estamos vivendo a democracia ou a ditadura? Fique sabendo que a maioria dos Deputados Federais e Estaduais que foram eleitos com votos daqui é da região norte e nordeste do Pará.
Não sejam manipulados, tirem suas próprias conclusões…
POVO QUE MORA EM BELÉM E IMEDIAÇÕES, ACHAM QUE AÍ É O PARAÍSO????… PORQUE SERÁ QUE ALGUNS POLÍTICOS DAÍ NÃO QUEREM A DIVISÃO?….. SERÁ QUE É PORQUE ELES SÃO TODOS HONESTOS E TEM UM ENORME SENTIMENTO PELO PARÁ?….. KKKK…. VOCÊS ACREDITAM EM PAPAI NOEL NÃO É?
Nasci em Belém e tenho 35 anos, já visitei a região sul do Pará a procura de emprego e confesso que me surpreendi com tamanho descaso com á saúde publica e educação dessa região. Como mestre do ensino superior entendo que realmente a divisão caso fosse aplicada para classe menos favorecida seria muito bom, porém sabemos que existe uma jogada politica nesse meio, e é isso que me faz fica em duvida mesmo morando em marituba…
A verdade é que mesmo o ” SIM ” perdendo ainda assim a situação ficará do mesmo jeito, e só lamento, pois acredito que á melhor forma de todos crescerem é a divisão – social e politica…
Paulo Henrique
Cidadão Paraense e a favor da divisão…
Prezado Paulo Henrique, simplesmente porque não temos presença do Estado onde deveria existir, basta ver a situação do Tocantins (PIB menor que o do Pará com IDH muito a frente – 15º e o Pará – 26º).
Caro Eudes, esse desejo de expulsar do Estado os que querem a divisão é arrogância e ignorância, pois mais de 80% da população destas regiões desejam a emancipação. Peça aos belenenses que após o plebiscito mudem para o sul e oeste do Pará para lutarem pelo seu território e não simplesmente ficar na capital onde vcs têm acesso aos serviços públicos.
Parabéns ao deputado João Salame, não é todos que tem a coragem de fazer o que ele está fazendo. conte conosco pro que der e vier Deputado, a AGAM sempre confiou em Você.
e vamos forte em busca do SSSIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIMMMMMMMMMM!!!
Prezado Paulo Henrique, simplesmente é porque não temos presença de estado onde deveria existir. Falta tudo nesta região, basta compararmos com o Tocantins (que tem PIB menor que o Pará e IDH bem mais elevado – 15º). Portanto, procure esclarecer melhor sobre a divisão e conheça melhor o interior do Pará.
o que eu não consigo entender é porque tanta hostilidade por parte dos paraenses que são NÃO. Enquanto nós do SIM apontamos nossos objetivos, eles ficam só no PARÁ GRANDE sem nenhuma justificativa concreta a não ser o espaço territorial. Cade o amor e repeito pelos paraenses de todo o estado do Pará? Se não querem a divisão, conquistem-nos de maneira objetiva.
Em outras palavras: o problema do Pará não é o tamanho de seu território, mas de sua política. A tese de que porções menores de terras seriam mais “administráveis” que uma grande extensão territorial – ainda que individualmente mais pobres em escala produtiva – é o mesmo que confessar, de antemão, a incapacidade política de transformar essa imensa vantagem comparativa, que a natureza legou, em vantagem competitiva, imputada pelo conhecimento aplicado e pela ação política coordenada. Nenhum estadista, com visão de futuro, abriria mão de um grande e rico território, com tamanho potencial produtivo, pois saberia que abundância de riquezas naturais é um dos fatores privilegiados em qualquer equação do desenvolvimento.
Não será um número maior de governadores, deputados e senadores que garantirá a libertação de nossa histórica condição de colônia da nação. Trata-se de um mito! Fosse essa a solução, o Nordeste seria a região mais desenvolvida do país. Num contexto de populismo, coronelismo e patrimonialismo, persistente na cultura política nacional e regional – na essência, ainda não superamos a “República Velha” –, dividir o poder pode significar não um ato de modernidade e de avanço republicano, mas uma atitude de conservadorismo e de atraso.
O que carecemos não é de mais estados, mas de políticos com a estatura do Pará. Políticos que pensem o desafio paraense e regional à luz do conjunto dos problemas e dos desafios globais que se manifestam nas singularidades de cada setor e região, com suas carências e anseios sociais legítimos. Que reinventem o estado não a partir de Belém – numa leitura centrífuga equivocada e alienada da realidade –, mas numa perspectiva do todo para as partes, com obras e políticas públicas que estruturem o conjunto das regiões e municípios numa única unidade política, articulada, interdependente e progressista. Enfim, de uma política com “P” maiúsculo – do tamanho do Pará!
Sim, sem o tamanho do Pará – e, sobretudo, sem o tamanho correspondente da política – não haverá futuro nem saída para a servidão e o atraso seculares a que estamos atrelados. Não haverá salvação nem para paraenses, nem para “tapajônicos” ou “carajaenses”. Seguiremos ainda mais frágeis, atônitos, distantes entre nós, patinando na vala da história, alimentados pela mediocridade mental e pela ilusão das falsas autonomias.
* Professor e ex-reitor da UFPA; ex-membro do Conselho Nacional de Educação e do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República.
Não é de hoje que se debate separatismo neste estado. Há pelo menos 150 anos o tema tem sido alimentado por elites políticas locais, sob o argumento do abandono e do descaso do interior por parte do Governo sediado em Belém. Na atual propaganda política pelo “Sim”, às vésperas do plebiscito que decidirá pela divisão ou pela manutenção do atual território, a principal tese dos separatistas radica na idéia de que o Pará dividido seria mais lucrativo para todos, pois ampliaria proporcionalmente o montante dos recursos federais distribuídos pelo FPE, além de garantir melhor governança das regiões pela maior proximidade entre Governos e população. No centro do debate, a hipótese de que a causa de todo o mal residiria no tamanho do Pará.
Desde o século XVIII, com a publicação das obras clássicas A Riqueza das Nações, de Adam Smith, e A Origem das Desigualdades entre os Homens, de J. J. Rousseau, sabe-se que os fundamentos da riqueza e da pobreza não repousam, tanto, na natureza ou nas externalidades materiais do entorno e, sim, na capacidade produtiva (educação, trabalho, conhecimento) e de ação política de um povo. Basta observar a constelação do mundo contemporâneo para se certificar de que gigantes da economia são tanto países de grandes territórios (EEUU, China, Canadá) quanto de pequenos limites (Japão, Suíça, Coréia); da mesma forma, economias precárias se estampam seja em pequenas como em grandes territorialidades (El Salvador e Haiti, no primeiro caso; Sudão e Congo, no segundo). A mesma lógica vale para a federação brasileira: desenvolvidos são estados extensos, como Minas Gerais e São Paulo, e diminutos, como Rio de Janeiro e Santa Catarina; subdesenvolvidos são grandes unidades federativas, como Maranhão e Amazonas, como pequenas, a exemplo de Alagoas e Sergipe.
Portanto, não é o tamanho do território a causa do atraso do Pará, mas a baixa qualidade de sua educação, a ausência de quadros técnicos qualificados, o quase inexistente investimento em ciência e tecnologia e as condições ainda precárias de infra-estrutura e logística. Dividir esta carência, sem melhorar tais indicadores, é multiplicar a pobreza; pois, nessas condições, quanto menor o estado, maior a miséria.
A maior falácia da propaganda pró “Sim” é apostar numa maior distribuição dos recursos do Governo Federal, quando os políticos e as outras elites deveriam estar apostando, ao invés, na melhoria das condições da produção industrial do estado e na formação de seu pessoal, estes, sim, fatores não-dependentes de sustentabilidade econômica. Estados que apostam, pura e simplesmente, no aumento de arrecadação do ICMS e na distribuição do FPE estão condenados, a priori, a sobreviver das migalhas produzidas pelos outros e sujeitos a retrocessos, em contextos de crise econômica.
A força do Pará é o seu território. Do tamanho atual, pelas terras contínuas disponíveis, biodiversidade, fertilidade do solo, biomassa acumulada, força das águas, densidade populacional, o estado tende a se tornar, nos próximos anos, um dos principais pólos dos investimentos nacionais e internacionais, em solo verde-amarelo, com previsão de crescimento do PIB acima da média brasileira. Dividido, perde a sua grandiosidade geoeconômica e simbólica, a sua riqueza sócio-cultural, restando pequenos e frágeis territórios, sem maior representatividade ou peso político diante da Nação e no seio do Congresso.
Se a melhor parte vai ficar com o novo Pará, porque querem dividir, não entendo quem dividi alguma coisa para ficar com a pior parte, quer convercer que com isso.
uma coisa: depois do dia 11 de dezembro, com a vitória do povo do Pará por uma grande margem de diferença, que os separatistas peguem os seus panos de bunda e voltem para os seus estados de origem. Deputados separatistas, traidores do povo do Pará, que renunciem aos seus mandatos e se candidatem pelo Maranhão ou Piauí, já que eles acham que lá está melhor do que aqui, e deixem os paraenses em paz.
A pergunta que o João Linguiça não responde: de onde vai aparecer 5,9 bilhões com essa divisão?
O cara é muito sacana, nem ele sabe de onde poderia sair essa grana, uma vez que ele só papagueia o que o dublê de economista goiano Célio Costa inventa. O FPE não aumenta com a divisão de um estado, pelo contrário, se criar mais estados todos terão que dividir o valor que o estado original já ganhava simplesmente porque a lei não diz nada sobre aumento de FPE por causa de uma divisão. Parem de mentir pro povo do Pará se não vocês vão continuar sendo hostilizados todas as vezes que vierem a Belém fazer uma carreata fajuta.
simmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm7777777777777777777777777777777777777777777777777777777777777777777777777777
Caro Marcos,
Com certeza você não conhece a região Sul e Sudeste do Pará. Acho que Você é daqueles que nunca saiu da Capital do Estado. Tem vida boa, saúde e educação próximo de decasa e segurança pública. Porém meu caro, nós moradores da região que NÃO tem nada, estamos dando um grito de liberdade e querendo usufruir um pouco do que vocês egoistas usufruem e acham que todos tem acesso. Por isso meu caro, meu voto é SIM e SIM.
Marcos e Junior Leiam essa que os esquartejadores não divulgam: Meus amigos,
Muito boa a defesa do amigo Adnan Demack, Prefeito de Paragominas, sobre a divisão do nosso Estado.
Amigos de Paragominas,
Dia 11 decidiremos não os próximos 04 anos, mas o futuro do Para. Respeito o posicionamento de todos, afinal vivemos uma democracia plena. Tenho o dever de expor meu pensamento acerca do plebiscito. Voto NAO e NAO, pelos seguintes motivos:
1. Bilhões de reais deverão ser gastos nas novas estruturas de poder (governadores, assembleias legislativas, tribunais de justiça, tribunais de contas, etc). Esses recursos podem ser aplicados em educação, saúde, estradas, etc;
2. Quando Tocantins foi emancipado, estava-s e elaborando a Constituição Federal e os Constituintes inseriram o art. 234, perdoando a dívida do Estado Mãe – Goiás, e no mesmo dispositivo, PROIBIRAM novos perdões. Ou seja, o remanescente do Para (incluso Paragominas) ficaria somente com 17 por cento do atual território, perderia o minério do sul do Estado, perderia as riquezas florestais do Oeste do Estado, perderia a hidrelétrica de Tucurui, perderia a futura hidrelétrica de Belo Monte (de produtor passaria a importador de energia) e a atual dívida do Estado ficaria somente para o Para. Tapajós e Carajás não assumiriam sequer parte da atual dívida;
3. Passam pela midia, o sentimento de que a divisão do Estado e a solucao para todos os problemas do Interior. Sabemos que as regiões distantes não são lembradas como a capital. Paragominas também fica no interior, e talvez tenha sido um dos municípios mais esquecidos pelo governo do estado, no mandato anterior. Busquem os índices desse perí odo, avançamos em todos os índices. Claro que temos problemas, mas e inegável que avançamos muito. Isso porque, acreditamos que quem resolve nossas demandas somos nos, a sociedade local. Ninguém vem de fora, como salvador da pátria, resolver nossos problemas. Aqui, poder publico municipal pactuando com a sociedade civil, permitindo que pudéssemos avançar em todos os indicadores e na própria infraestrutura da cidade. Se vier algo de fora, ótimo. Mas não ficamos esperando em berço esplêndido;
4. Para resolver as demandas do Estado, não e a divisão que devemos buscar. Mas, devemos nos unir em torno da luta contra a Lei Kandir que impõe perdas ao Estado (também a Paragominas), já que a Lei zera o imposto sobre a exportação de minérios/madeira/ etc. Deveríamos sim, nos juntar para que o Para receba ICMS da energia elétrica que produz e hoje quem recebe não e o Estado que produz, mas o que distribui na ponta;
5. Com a divisão o nosso Para perderia receitas, mas continuaria com a maioria das despesas (e com a dívida) pois nele estaria também a maior parte da população paraense (64 por cento da população atual)
Por isso, amigos de Paragominas, reafirmo meu respeito as posições contrarias, contudo reitero meu posicionamento acreditando que a divisão não e a saída para a melhoria da qualidade de vida de todos os paraenses, muito menos para o que restaria do Para, incluindo-se ai a nossa Paragominas.
Voto NAO e NÃO.
O Tamanho do Pará.
Não é de hoje que se debate o separatismo neste Estado. Há pelo menos 150 anos o tema tem sido alimentado por elites políticas locais, sob o argumento do abandono e do descaso do interior por parte do governo sediado em Belém. Na atual propaganda política pelo “Sim”, às vésperas do plebiscito que decidirá pela divisão ou pela manutenção do atual território a principal tese dos separatistas radica na idéia de que o Pará dividido será mais lucrativo para todos, pois ampliaria proporcionalmente o montante dos recursos federais distribuídos pelo FPE, além de garantir melhor governança das regiões pela proximidade entre governo e população. No centro do debate, a hipótese de que a causa de todo o mal residiria no tamanho do Pará.
Desde o século XVIII com a publicação das obras clássicas A Riqueza das Nações, de Adam Smith e A Origem das desigualdades entre os Homens, de J. J. Rousseau, sabe-se que os fundamento da riqueza e da pobreza não repousam, tanto na natureza ou nas externalidades nmaterias do entorno e, sim, na capacidade produtiva(educação, trabalho e conhecimento) e da ação política de um povo. Basta observar a constelação do mundo contemporâneo para se certificar que gigantes da economia são tanto países de grande território (EEUA, China , Canadá)quanto de pequenos limites (Suíça, Japão, Coréia); da mesma forma economias precárias se estampam seja em pequenas como em grande territorialidade (El Salvador e Haiti, no primeiro caso; Sudão e Congo, no segundo). A mesma lógica vale para a federação brasileira: desenvolvidos são Estados extensos como Minas Gerais e São Paulo, e diminutos como Rio de Janeiro e Santa Catarina, subdesenvolvidos são grandes unidades federativas como Maranhão e Amazonas, como pequenas a exemplo Alagoas e Sergipe.
Portanto, não é o tamanho do território a causa do atraso do Pará, mas a baixa qualidade de sua educação, a ausência de quadros técnicos quase, o quase inexistente investimento em ciência e tecnologia e as condições ainda precárias de infra-estrutura e logística. Dividir essa carência, sem melhorar tais indicadores, é multiplicar a pobreza: pois, nessas condições, quanto menor o Estado, maior a miséria.
A maior falácia da propaganda do ‘sim’ é apostar numa maior distribuição dos recursos do Governo Federal, quando os políticos e outras elites deveriam estar apostando na melhoria das condições da produção industrial do Estado e na formação de seu pessoal, estes, sim, fatores não-dependentes de sustentabilidade econômica. Estados que apostam, pura e simplesmente, no aumento da arrecadação do ICMS e na distribuição do FPE estão condenados a priori, a sobreviver das migalhas produzidas pelos outros e sujeitos a retrocessos, em contexto de crise econômica.
A força do Pará é o seu território. Do tamanho atual, pelas terras contínuas disponíveis, biodiversidade, fertilidade do solo, biomassa acumulada, força das águas, densidade populacional, o Estado tende a se tornar, nos próximos anos, um dos principais pólos dos investimentos nacionais e internacionais, em solo verde-amarelo, com previsão do crescimento do PIB, acima da média brasileira. Dividido perde sua grandiosidade, geoeconômica e simbólica, a sua riqueza sociocultural, restando pequenos e frágeis territórios, sem maior representatividade ou peso político diante da nação e no seio do Congresso.
Em outras palavras: o problema do Pará não é o tamanho de seu território, mas de sua política. A tese de que porções menores de terra seriam”mais “administráveis” que uma grande extensão territorial – ainda que individualmente mais pobres em escala produtiva – é o mesmo que confessar, de ante mão, a incapacidade política de transformar essa imensa vantagem comparativa, que a natureza legou, em vantagem competitiva, imputada pelo conhecimento aplicado e pela ação política coordenada. Nenhum estadista, com visão de futuro, abriria mão de um grande e rico território, com tamanho potencial produtivo, pois saberia que abundância de riquezas naturais é dos fatores privilegiados em qualquer equação do desenvolvimento. Não será um numero maior de governadores, deputados e senadores que garantirá a libertação de nossa histórica condição de colônia da nação.
Trata-se de um mito! Fosse essa a solução, o Nordeste seria a região mais rica do país. Num contexto de populismo, coronelismo e patrimonialismo, persistente na cultura política nacional e regional – na essência, ainda não superamos a “Republica Velha” -, dividir o poder pode significar não um ato de modernidade e de avanço republicano, mais uma atitude de conservadorismo e atraso. O que carecemos não é de mais Estados, mas de políticos com a estatura do Pará. Políticos que pensem o desafio paraense e regional à luz do conjunto dos problemas e dos desafios globais que se manifestam na singularidade de cada setor e região, com suas carências e anseios locais legítimos.
Que reinventem o Estado não a partir de Belém – numa leitura centrífuga equivocada e alienada da realidade – mas numa perspectiva do todo para as partes, com obras e políticas públicas que estruturem o conjunto das regiões e municípios numa única unidade política, articulada, interdependente e progressista. Enfim, de uma política com “P”, maiúsculo do tamanho do Pará. Sim, sem o tamanho do Pará – e, sobretudo, sem o tamanho correspondente da política – não haverá futuro nem saída para a servidão e o atraso seculares que estamos atrelados. Não haverá salvação nem para paraenses, nem para “tapajônicas”, ou “carajaenses”. Seguiremos ainda mais frágeis, atônitos, distantes entre nós, patinando na vala da história, alimentados pela mediocridade mental e pela ilusão das falsas autonomias.
Alex Fiúza de Mello
Professor e ex Reitor da UFPA; ex membro do conselho nacional de Educação e do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da Republica.
Gostaria de saber esses esquartejadores do Estado do Pará, já se refizeram das vaias e insultos que levaram durante a carreata, feita com carros e motoristas alugados. Diz pra esses separatistas que a próxima vez eles vão saia tão sonzo que eu não sei se eles acharão o caminho de casa.
Se eles não sabem conheço pessoas que se infiltraram nessa armação de carreata e ninguém viu sequer um paraense que deu apoio aos separatistas, tudo que passa no programa eleitora é tal qual a entrevista do ventríloquo do PHA.
Mais a maior vaia vai ser mesmo dia 11/12. Aguarde.
Mais a maior vaia vai ser dia 11/12.
Aguardem.
Basta ler o estudo feito pelo IDESP(órgão do governo estadual) sobre a divisão, se o pessoal do contra tivesse um pouco de dicernimento não estariam lutando pelo Pará grande e pobre. O grande beneficiado com esta divisão será o novo Pará. Leiam o estudo do IDESP!