Notícia-crime, assinada pelos deputados Joaquim Passarinho (PL-PA), Deltan Dallagnol (Podemos-PR), Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), Luiz Lima (PL-RJ), Maurício Marcon (Podemos-RS) e Pedro Aihara (Patriota-MG), pede à Justiça que a Polícia Federal faça uma investigação sobre supostas doações ao PT feitas em nome do novo juiz da Lava Jato, Eduardo Fernando Appio. Os parlamentares pedem que sejam investigados supostos crimes eleitorais, de lavagem de dinheiro e de falsidade ideológica.
No site de prestação de contas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está registrada uma doação de R$ 13,00 para a campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), datada de setembro do ano passado; consta também uma doação de R$ 40,00 para a deputada estadual Ana Júlia Pires Ribeiro (PT), do Paraná. Appio se defende, nega que tenha feito qualquer depósito para candidatos na eleição passada e garante que seus dados bancários comprovam sua afirmação.
“Caso as afirmações do juiz federal sejam verdadeiras, isso indicaria a existência de possível prática criminosa, constituindo prova de doação eleitoral fraudulenta realizada em nome de terceiros, sem seu consentimento. O fato pode revelar um possível esquema de utilização de interpostas pessoas (laranjas) para financiamento coletivo de campanhas eleitorais em benefício de candidatos do Partido dos Trabalhadores”, afirma Deltan, em nota.
Deltan Dallagnol criticou as declarações do novo juiz responsável pelos casos envolvendo a operação Lava Jato.
Eduardo Appio assumiu a 13ª Vara Federal de Curitiba, após Luiz Antonio Bonat ser eleito desembargador federal e deixar a primeira instância.
Para o ex-coordenador da força-tarefa do Ministério Público Federal, Appio não teria neutralidade para criticar o que aconteceu com a operação Lava Jato, já que teria demonstrado desprezo por integrantes do MPF e pelo ex-juiz Sergio Moro.
Em entrevista a um site, o magistrado reconheceu que condução da ação penal contra o presidente Lula (PT) teve problemas jurídicos graves. Appio disse ainda que pretende colocar um fim a espetacularização do processo e resgatar a credibilidade e neutralidade político-partidária quanto aos processos em trâmite sob seu comando.
Deltan questiona a parcialidade do atual juiz da Lava Jato em Curitiba, justificando que Appio teria feito uma doação de 13 reais para a campanha do atual presidente, razão da apresentação da notícia-crime. “Ele invoca buscar neutralidade, mas a neutralidade alegada com palavras é desmentida pelos fatos”, disse Deltan.
O ex-procurador ainda citou que o pai do magistrado, o ex-deputado federal Francisco Appio, falecido em outubro, foi mencionado por delatores da operação.
“Ele [Eduardo Appio] é alguém que participou de um programa de caráter nitidamente ideológico, de esquerda, se aliando a pessoas que atacaram a Lava Jato nos últimos anos”, acusa Deltan.
O deputado se referiu à participação de Appio em um programa que debatia sobre temas jurídicos do jornalista Luís Nassif, cujo tema era a Lava Jato.
Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.