Nos últimos cinco anos, o município de Parauapebas assistiu a uma explosão de matrículas no ensino superior, que fez o número de universitários praticamente triplicar, saltando de 5,8 mil em 2017 para 15,9 mil atualmente. Mas não se iluda: a chance de se deparar por aí com um “universitário raiz”, com mochila nas costas ou caderno no braço, é quase a mesma de acertar na loteria. Os estudantes de graduação na Capital do Minério são 70% deles da modalidade a distância ou semipresencial.
As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, que mergulhou nos microdados do Censo da Educação Superior recém-divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e referentes à contagem de universitários matriculados ao longo do ano passado.
Parauapebas deixou oficialmente a condição de município brasileiro com mais de 200 mil habitantes detentor do menor contingente de universitários, como era em 2017, para assumir a posição — também nada orgulhosa — de cidade com mais de 200 mil moradores que concentra a menor média de universitários em cursos públicos frente à esmagadora presença de faculdades privadas e cursos “online”.
Numericamente, são 14 mil estudantes matriculados em faculdades particulares, 11 mil dos quais na modalidade online, o equivalente a uma cidade do tamanho de Curionópolis. A urgência em obter um diploma de graduação impõe um cenário desafiador para o município, com a formação de mão de obra de qualidade duvidosa.
De acordo com o Inep, há 734 turmas de graduação espalhadas em algum lugar de Parauapebas, porém, em verdade, a maior parte delas inexiste fisicamente em qualquer lugar porque a maioria dos alunos faz as aulas atrás de um computador. Em 2021, apenas 4,3 mil parauapebenses tinham o compromisso de ir assistir aulas todos os dias ou ao menos em mais de três dias por semana, o que não chega sequer a um terço do total de estudantes de cursos superiores do município. Além disso, aulas presenciais mesmo só em 34 cursos, 4,6% dos 734 identificados pelo Inep.
Os “invisiversitários”
Parauapebas pode ser considerada a cidade brasileira com a maior quantidade de universitários invisíveis, isto é, que estudam na modalidade online, sem necessariamente serem vistos e percebidos nas ruas. A maior parte deles está alojada em cursos das áreas de educação e negócios, com Pedagogia e Administração, ambos os quais disputam o troféu do online. Entre os cursos presenciais, Direito e Enfermagem estão na dianteira.
Em números totais, considerando-se matrículas tanto em cursos presenciais como online, Administração lidera com 1.927 acadêmicos espalhados pela cidade, seguida de Enfermagem com 1.332, Pedagogia com 1.230, Direito com 1.065, Engenharia de Produção com 835, Educação Física com 795, Engenharia Mecânica com 722, Engenharia Civil com 577, Psicologia com 563, Serviço Social com 539 e Engenharia Elétrica com 538. Essas quantidades dão o tom de quão acirrados vão ser os futuros concursos municipais para essas carreiras no quadro da Prefeitura de Parauapebas.
3 comentários em “Desespero por diploma universitário leva 14 mil às particulares na Capital do Minério”
Tem uma certa diretora de escola municipal especialista em venda de certificados falsos… O blog poderia apurar isso… ela é bastante conhecida por ostentar roupas e calçados de grife com o dinheiro que ganha dos trambiques… Alô MP!!!
Diplomas falsos?? Acredito que o campeão são as especializações, tem pessoas que além de especialização quer o mestrado…
Tem até uma piada, porém ficarei devendo essa !!
Ainda os diplomas falsos!!
Não há lugar no mundo onde há mais diplomas falsos, isso inclui graduação, mestrado e doutorado.
Tem até diplomas internacionais que não vale uma nota de 3 reais.
Diplomas falsos estão por todos os lugares, área e profissão….