A taxa de desocupação no Pará chegou a 10,9% no terceiro trimestre do ano, uma alta de 1,8 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior (9,1%). O número de desempregados atingiu 405 mil, ou seja, mais 81 mil desempregados entraram na fila em busca de um trabalho no estado.
O nível da ocupação (relação entre pessoas ocupadas e pessoas em idade de trabalhar) ficou em 48,9%, mostrando estabilidade na comparação com o trimestre anterior (48,1%), mas apresentando queda de 3,7 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado (52,5%). O número de ocupados foi 3,3 milhões, 155 mil pessoas a menos do que o registrado no mesmo trimestre de 2019. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) e referem-se ao trimestre de julho, agosto e setembro de 2020.
Entre os estados brasileiros, o Pará tem o segundo menor percentual de empregados do setor privado com carteira assinada (53,9%), perdendo apenas para o Maranhão (51,3%). A média brasileira é de 76,5% de empregados com carteira assinada, o que significa que no Pará a oferta por empregos formais é significativamente menor do que se observa no resto do Brasil.
A taxa de informalidade reafirma a realidade do estado: enquanto no Brasil a média é de 38,4% da população ocupada nessa condição, no Pará o índice sobe para 60,9%. Esse resultado coloca o Pará na posição de estado com maior número de trabalhadores informais do Brasil, registrando cerca de 2 milhões de pessoas nessa condição.
O percentual de trabalhadores por conta própria no Pará ficou 6 pontos percentuais acima da média brasileira, atingindo 32,4%.
Na comparação com o trimestre anterior (abril – maio-junho) os grupamentos de atividades que apresentaram crescimento na população ocupada foram Construção (com 21,4% de variação positiva) e Serviço Doméstico (aumento de 27,9%). Já a Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais teve declínio no número de ocupados (-11,5%). Os demais grupamentos mantiveram-se estáveis.
A taxa composta de subutilização da força de trabalho – que é o percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação à força de trabalho ampliada – foi de 30,8% no Pará. O número de pessoas desalentadas – aquelas que não procuraram trabalho, mas que gostariam de trabalhar e estavam disponíveis – totalizou 316 mil pessoas, ficando estável frente ao trimestre anterior, mas registrando 115 mil a mais do que no mesmo período de 2019 (variação de 57%).