Cidade com 111 anos de existência, Marabá tem, também, uma grande quantidade de cemitérios. São cinco públicos e um privado, os quais estão sendo bastante concorridos neste 2 de novembro, Dia de Finados.
Estão localizados na zona urbana o Cemitério São Miguel (mais antigo), Cemitério da Saudade, Jardim da Saudade, Parque Marabá, Cemitério de Murumuru, além do cemitério particular Parque das Flores. Em todos eles, milhares de pessoas se fizeram presentes para prestar homenagem a quem se foi.
Católicos, evangélicos e espíritas se movimentaram nas entradas do campo santo desde as primeiras horas do dia para receber quem ia visitar as sepulturas de entes queridos, e para falar sobre sua compressão da morte de forma a confortar as pessoas.
A estimativa é de que cerca de 30 mil pessoas visitaram túmulos, rezaram, cantaram e acenderam velas. Bom, também, para quem foi comercializar produtos como coroas, que faturou um bom dinheiro. É o caso do vendedor Carlos Ibanez Costa, 37 anos, que posicionou-se em local estratégico no Cemitério da Saudade, na Folha 29, desde as 5h da manhã, para alcançar os que foram visitar parentes e amigos.
Helena Maria Cristina Dias, de 66 anos, fez uma visita aos jazigos de seus pais, que estão sepultados lado a lado. Contudo, essa não é a única ocasião em que se reúne novamente com os pais. “Venho todos os anos, sempre no Dia de Finados, mas também aos sábados e domingos, não apenas no aniversário de nascimento e de morte. Eles estão presentes todos os dias,” afirma.
Roberto Luz Araújo foi ao mesmo cemitério acompanhado de sua mãe e irmão para prestar homenagem à memória de seu pai, que faleceu neste ano. Menos de um mês após visita em seu aniversário, o filho retornou ao local. “Voltei hoje pra conversar e homenageá-lo. Ele está em um lugar melhor,” avalia.
A lápide do empresário Leonildo Rocha, do Grupo Leolar, é uma das procuradas no Cemitério da Saudade. Além de ser muito querido, ele fazia caridades para muitas famílias por várias décadas. Admirador de Leo da Leolar desde 1994, quando chegou a Marabá, Marcio Roberto Cariani, 62, também sente apreço por outros benfeitores da cidade.
“Seu Leo era uma pessoa que abraçava rico e pobre. Meu pai, minha mãe e meus irmãos gostavam. Todos os anos, enquanto Deus me der vida, sempre vou passar aqui,” garante.
A experiência de sentir a morte de alguém amado traz consigo a possibilidade de olhar para as próprias compreensões sobre a vida e seu fim.
Para o católico Francisco de Assis, de 55 anos, bombeiro aposentado, o Dia de Finados mobiliza reflexões sobre o legado de quem se foi e dos exemplos que foram deixados. “Esta data significa muito pra mim. Neste dia, há incontáveis anos, sempre venho ao cemitério nos túmulos dos parentes e amigos e, principalmente, no de meus pais. Aqui, eu faço minhas orações, minhas saudades, choro ao pensar na ausência sentida dos que se foram e que tanto eu amava,” conta.
No final da tarde desta quinta-feira, padres rezam missas em memória dos fiéis que partiram e como forma de fortalecer a fé dos vivos.