De Marabá, o advogado, poeta e jornalista Ademir Braz informa que :
A Procuradoria Geral do Município de Marabá (Progem) possui hoje nove procuradores concursados, estáveis e naturalmente aptos a tratar dos interesses da administração pública. Entre esses, Beto Salame, irmão do atual prefeito, João Salame Neto (PROS) e seu candidato à Câmara dos Deputados.
Isso, porém, não impediu que João Salame assinasse três contratos de prestação de consultoria e assessoria jurídica, no valor total de R$ 855.000,00 (1.180 salários mínimos), com dois escritórios de advocacia sediados em Belém.
Dois dos três contratos foram fechados com a banca de Inocêncio Coelho Jr.: um, no valor de R$ 240 mil pagos com recursos da manutenção da própria Progem à base de R$ 30 mil mensais, de maio a dezembro de 2013. O segundo, a partir de janeiro de 2014, no valor de R$ 375.000,00, pago com recursos de manutenção da Secretaria Municipal de Educação.
Inocêncio Coelho é o mesmo advogado particular de João Salame no processo em que o então deputado estadual foi condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral por crime de compra de voto na eleição de 2010 para a Assembleia Legislativa do Estado. Salame recebeu multa de 50 mil UFIRs e tornou-se inelegível por oito anos, a contar de 2010, tendo anulado seu diploma de prefeito eleito em 2012, o que resultaria consequentemente na perda do seu mandato.
Como houve recurso no Tribunal Superior Eleitoral, Salame mantém-se no cargo beneficiado por liminar do ministro Henrique Neves concedida em novembro de 2013, até julgamento do mérito.
O terceiro contrato foi celebrado em novembro de 2013 com o sócio gerente Marcus Vinicius Saavedra Guimarães de Souza, da banca Guimarães & Genu Advocacia Pública e Empresarial, no valor anual de R$ 240.000,00 pagos através da Secretaria Municipal de Gestão Fazendária (Segfaz). Marcus Vinícius é filho da Desembargadora Maria de Nazaré Saavedra Guimarães, Corregedora de Justiça das Comarcas do Interior.
Todos os contratos foram feitos sem licitação, como se a prestação do serviço contratado fosse uma singularidade fora da competência da Progem, onde todos ou quase todos os profissionais são especialistas em direito público.
Operadores do Direito, ouvidos pelo jornalista, disseram que tais contratos são um desperdício de dinheiro público. “Melhor aplicação teria em merenda escolar, medicamentos nos postos de saúde”, disse um deles.
7 comentários em “Dinheiro público: Salame paga 1.180 salários mínimos para advogados particulares”
Lamentável essa matéria. Sempre gostei do trabalho politico desenvolvido pelo ex deputado e agora prefeito João Salame. Deixou saudades no PPS. Mas vejo que se articulou com esses sevandijas da advocacia paraense. Longe de generalizar as qualidades dos advogados paraenses, esses dois citados na reportagem sempre estiveram envolvidos em esquemas. Esse Marcos Vinicius que também possui contrato com a Câmara Municipal de Canaã dos Carajás, já foi preso pela Polícia Federal, tem uma pena criminal para cumprir, é bom que se diga em grau de recurso, mas com condenação no primeiro grau. Vou ficar torcendo para que o J. Salame se distancie dessa gentalha e bote rumo na sua administração, afinal o povo de Marabá confia muito nele.
Caro Torres,
A sua informação a respeito de Marcus Vinicius é devastadora. No entanto, vamos seguir a máxima jurídica “in dubio pro reu” ( a doutrina nos faz relevar certos aspectos da presunção da inocência). No entanto, caro Torres, penso que aqui em Marabá, poucos sabem de tamanha complicação.
Vamos dar linha pro peixe e ver a dor no choque da fisgada.
Abraços,
Agenor Garcia
jornalista.
Diria Marx, tudo que é humano não me é estranho; então meu Caro…como dizia meu avô: “quem se mete com os porcos farelos come”, ou melhor, não adianta falar mal de ninguém, são todos da mesma gamela.
Caro Senna,
Na verdade, a fala é de Publio Terêncio Afro (185 aC – 159 aC). Marx apenas se abeberou deste grande pensador nascido em Cartago. E por ter escrito grande texto, ultrapassou os milênios e vem pousar com sua glória na coluna no nosso competente Zé Dudu.
Abraços,
Agenor Garcia
jornalista
MAIS UM PUXANDO SACO VCS PRECISAM DE VÊ A MAL QUALIDADE SOS SERVIÇOS QUE A PREFEITURA TA REALIZANDO AQUI EM MARABÁ AI VEM ESSE CARA PUXA SACO FALAR QUE O JOÃO E O MELHOR PARA DE PUXAR SACO
Caro Dudu,
João é meu colega de profissão. Já trabalhei no seu jornal.Entre nós, os jornalistas profissionais, com registro e tudo, João sempre foi bem avaliado. Bem articulado, jogo de cintura excepcional,ampla visão do mundo político, de esquerda, competente, enfim. Eleito deputado,ganhou o respeito dos colegas que cobriam a Assembléia. Como presidente da comissão pró-Carajás, demonstrou saber muito bem da matéria. Desmontou, com inteligência, todos os argumentos levantados pelos que defendiam o Não e Não. Eleito prefeito de Marabá, derrotando Tião Miranda, confirmou sua competência. Porém (ah!,porém)não soube escolher auxiliares. Sua administração não faz bem a Marabá. Maurino Magalhães, que eu encontrei outro dia, me disse que o governo de João vem sendo pior do que o dele. Que foi um grande desastre. Agora, vem essa matéria dos advogados.. É como dizem os colunistas em Belém:que tal?
Agenor Garcia
jornalista.
caro Agenor.
entendo sua ainda admiração pelo colega e suas competências,pois bem,fico com suas ultimes observações,é oa capacidade do prefeito que está em “xeque”e isso o joão tá mostrando que não tem!!! pena!!!já que foi eleito como a esperança para reparar as mazelas do seu antecessor,aí eu te digo,que tal?
o João hoje só é bem avaliado por quem tira proveito de sua desastrosa administração…
esse negócio que seus auxiliares são fracos,o que dizer de quem os escolheu?