Por Eleutério Gomes – de Marabá
Para o presidente da Associação Comercial e Industrial de Marabá (Acim), Ítalo Ipojucan Costa, é um absurdo que Marabá fique “refém de políticas combinadas das poucas companhias nacionais”. Ele suspeita, inclusive, que esteja havendo uma cartelização do setor, “prejudicando sobremaneira toda a população da região”.
Ítalo afirma que o número de embarques e desembarques em Marabá se mantém estável e isso define a cidade como o principal destino da região. “A Latam saiu da rota Marabá-Belém-Marabá. Agora somos surpreendidos com a Gol indisponibilizando mesmo trecho no seu site a partir de julho”, lamenta o presidente da Acim, acrescentando que as alternativas para Brasília também ficaram reduzidas.
“De imediato vamos voltar a ter os preços mais caros do país”, prevê Ítalo Ipojucan, conclamando os dirigentes de outras categorias a encontrar uma saída: “Temos de encontrar aliados para esse enfrentamento”.
Para o diretor-técnico do Sindicato do Comércio de Marabá (Sindicom), Raimundo Gomes Neto, o encerramento das atividades da Gol em Marabá não passa de um retrocesso, na medida em que a cidade é um polo regional servido pelos modais rodoviário, ferroviário e, em breve, hidroviário e que oferece um aeroporto de muito boa qualidade.
“Perder o voo entre Marabá e Belém é andar para trás. Já vínhamos sentindo isso com a suspensão dos voos de quarta-feira e sábado”, salienta Neto, prevendo que “daqui a pouco a Latam também retira o único voo que mantém em Marabá”, ficando só a Azul cujos aviões são de pequeno porte, obrigando as pessoas a viajarem de ônibus para a capital. “Isso significa maior tempo nas viagens. E tempo, como se sabe, é dinheiro”, adverte o diretor do Sindicom.
Segundo a agente de viagens e turismo, Nilva Resplandes, proprietária de uma das maiores empresas do setor em Marabá, a saída da Gol representa uma perda muito grande e “já começou a gerar muita reclamação de clientes”. “Isso vai dificultar os negócios. Espero que a Acim possa encabeçar uma ação e reverta esse quadro”, declarou ela.
Em nota sucinta enviada ao blog, a empresa diz que “a malha da Gol é dinâmica e constantemente revisada para melhor atender à demanda de seus clientes e movimentos do mercado. A partir de julho de 2017, a rota Marabá-Belém, será descontinuada”.
E finaliza dizendo que a “companhia reforça que os clientes poderão fazer este trecho, a partir de julho, com escala no aeroporto de Brasília”.
Ou seja, nada explica nem mostra números que possam fundamentar a decisão que vai prejudicar não só os usuários de Marabá, mas os de outras cidades no entorno do município.
2 comentários em “Dirigentes empresariais repudiam fim dos voos da Gol em Marabá”
Temos que ter de volta as empresas regionais, saudades da TABA.
Retrocesso atrás de retrocesso. Em 2010 a revista Veja publicou um especial com as 20 metrópoles brasileiras, O especial de veja destacava Marabá no quadro “Aonde o futuro já chegou”. Marabá estava classificada como “O tigre da Amazônia que segundo a revista crescia a um ritmo mais rápido que o dos chamados tigres asiáticos. O que mudou??