Em continuidade às ações para conseguir liberação da madeira retirada pela Vale, em Carajás, foi realizada uma reunião nesta segunda-feira (5), em Belém, com a presença do Prefeito de Parauapebas, Darci Lermen, do representante do ICMbio, Frederico Drummond, do titular da Secretaria de Meio Ambiente do Estado (Semma), Luís Fernandes, de representantes da mineradora, do presidente da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), deputado Márcio Miranda e do deputado Gesmar Costa, intermediador da reunião.
O objetivo foi apresentar ao titular da pasta de Meio Ambiente o projeto de destinação da madeira legal retirada pela Vale para a realização do processo de extração mineral à uma cooperativa do polo moveleiro de Parauapebas, ação que pode gerar emprego e renda para a cidade, já que proporcionará aos pequenos empreendedores matéria-prima legalizada, uma das maiores dificuldades encontradas no segmento.
“É uma madeira legalizada, inibe assim a pressão contra a mata nativa. É considerado um resíduo pela Vale, pois o foco deles é extração do minérios, mas tem quem queira. Uma pequena cooperativa que terá condições de trabalhar, pois hoje encontra sua maior dificuldade na falta de matéria-prima legalizada”, destacou o presidente da Alepa.
“A estimativa é que esse projeto gere em torno de mil empregos em Parauapebas”, informou o deputado Gesmar Costa.
De acordo com os dados apresentados pelo ICMbio na reunião, há entre 15 e 20 mil metros cúbicos de madeira já cortadas, quantidade suficiente para abastecer a cooperativa de Parauapebas por anos. Todos os presentes concordaram que o caminho mais adequado é a doação, inclusive esse é um grande interesse da mineradora, que terá os espaços utilizados hoje para armazenar a madeira desocupados.
O responsável da Semma disse que será dado a maior celeridade possível ao processo e que todos os atores envolvidos deverão seguir o processo legal para realização da doação. O secretário solicitou também ao representante do ICMbio para que seja realizado um levantamento completo da quantidade e situação da madeira a ser doada.
“Tivemos o entendimento de que essa madeira deve ser doada. Agora é só a questão da legalidade burocrática, a gente acredita que essa semana resolva tudo isso”, finalizou o deputado Gesmar Costa.
Demanda antiga
Já faz algum tempo que a Cooperativa da Indústria Moveleira e Serradores de Parauapebas (Coopmasp) luta para conseguir essa madeira. Em julho do ano passado, conforme divulgado pela Agência Pará, foi realizada uma reunião com representante da cooperativa e o secretário de desenvolvimento do município da época, para tratar do assunto. A entidade está regularizada com toda a documentação exigida para o processo.
A demanda foi levantada na atual gestão pelo Executivo e Câmara Municipal. Algumas reuniões já foram realizadas e, no dia 29 de maio, representantes da Vale foram conhecer as instalações da Serraria do Polo Moveleiro, uma etapa necessária do processo para realização da doação da madeira para a Cooperativa.
Durante a visita o representante da Vale, Luiz Veloso, destacou o interesse da empresa em fazer a doação. “A Vale tem a intenção de fazer a doação, e aqui estamos cumprindo mais uma etapa. Precisamos ter a garantia de que as pessoas vão trabalhar com segurança. Sabemos a importância de fomentar a economia, mas para isso é fundamental, o cumprimento das exigências legais, dos trâmites internos e dos órgãos envolvidos”, explicou durante a reunião.
A doação dessas madeiras faz parte da execução do projeto Madeira Legal, da Coopmasp, que objetiva aumentar a produção das 92 unidades de movelaria, segmento que emprega e que mobilizam cerca de mil trabalhadores. “O projeto piloto prevê a doação de dois mil metros cúbicos de madeira, dos quais serão destinados 15 metros cúbicos para cada moveleiro”, informou o presidente da cooperativa, Sérgio Ferreira.