Donos de lan houses informais são vulneráveis a chantagens

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O negócio lan house ainda é discriminado pela sociedade em várias regiões do País; empresários do segmento contam até casos de pagamento de suborno para continuar funcionando

Empresários e empreendedores que se encontram na informalidade estão sujeitos a serem pressionados de inúmeras formas. No segmento de lan houses, há casos relatados de proprietários que sofrem discriminação e chegam a pagar propinas a maus policiais e servidores públicos para continuar funcionando. A desinformação sobre o negócio gera esse tipo de situação, que é um dos temas do Encontro de Lan Houses na Feira do Empreendedor em Belém (PA), nesta sexta-feira (28).

Falta reconhecimento da sociedade ao empresário do segmento, segundo João de Deus Amaral Jr., gerente de Comércio e Serviços do Sebrae no Pará. É comum donos de lan houses não se identificarem como empresários. "Alguns empreendedores investiram nesse negócio para gerar uma segunda fonte de renda e não o administram como empresa. Nesse caso, eles também não têm visão do papel social que podem exercer na comunidade", acrescenta o gerente.

Uma grande rede varejista de Manaus fez parceria com as lan houses para oferecer até trinta minutos de navegação gratuita para que consumidores possam pesquisar preços de equipamentos domésticos no mercado local. Se o cliente concluir a compra, a lan house recebe uma comissão. O exemplo empresarial e de inserção social é relatado por João de Deus.

Francisco de Assis Machado Filho, dono da SIS Cyber em Ananindeua, diz que seu negócio proporciona oportunidades para a comunidade se informar e conectar o mundo virtual. "Perdi o emprego, sou professor de informática e resolvi quebrar uma parede em casa e fazer uma sala, onde coloquei três computadores em 2006. Hoje tenho dez máquinas e sou legalizado junto ao Departamento de Polícia Administrativa".

Francisco vai sair da Feira do Empreendedor formalizado. "Só faltava ter CNPJ", informa, orgulhoso. O Sebrae Pará está estudando a possibilidade de se tornar parceiro das lan houses no estado, para que se transformem em pontos de formalização de negócios via internet e também para oferecer cursos de educação a distância. Francisco está muito interessado nisso.

O projeto que apóia as lan houses no Pará, desenvolvido pelo Sebrae, atende atualmente 40 empresas em Marabá e Parauapebas. A maioria se formalizou como Empreendedor Individual, pois a renda anual do negócio situa-se, quase sempre, no limite de R$ 36 mil, conforme exige a legislação. Duas caravanas de empreendedores dos dois municípios, totalizando 30 pessoas, vieram a Belém para participar do encontro.

Adilson Alves de Oliveira, um dos convidados da instituição, não é do segmento, mas está interessado. Ele é membro da Associação de Mini e Pequenos Produtores de Leite de Água Azul do Norte (Aprodan). "Estamos pensando em montar uma lan house na associação. Lá não temos computador e internet e a comunidade precisa disso", relata Adilson.

Ainda nesta sexta-feira (28), o Código de Conduta das Lan Houses, elaborado pelo Comitê de Democratização da Informática (CDI), será tema de palestra no encontro. "Sebrae e CDI são parceiros e estão empenhados em orientar os empresários sobre os cuidados que devem ter ao oferecer os serviços de informática e conexão à comunidade, evitando crimes digitais e materiais ilegais e proibidos", explica João de Deus. Cada lan house reflete seu proprietário e ele deve garantir um ambiente seguro e saudável para toda a clientela, desde crianças até idosos, observa o gerente.

O nome lan house também está na mira do Sebrae, diz o gerente. "Precisamos encontrar outra expressão ou palavra para identificar esse segmento", sugere. Lan significa jogo na língua coreana. As lan houses no Brasil não são apenas ‘casas de jogo’, que é a tradução literal da expressão, argumenta João de Deus. Francisco, de Ananindeua concorda. "Hoje vendo crédito para celular, fotocópias, serviços de manutenção de computador e lanches. Agora quero me tornar um ponto do Sebrae.”

Fonte: Administradores.com

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7 comentários em “Donos de lan houses informais são vulneráveis a chantagens

  1. Vicente Reis Responder

    As Lan-Houses sempre foram discriminadas principalmente pelo forte atrativo que exercem entre os adolescentes, que vivem “matando” aula para ir às Lan-Houses jogar. Mas vale lembrar que elas também são responsáveis por mais da metade dos acessos à Internet no país, sendo assim, verdadeiros instrumentos de democratização da informação, posto que a maioria das pessoas não tem ainda condições de dispor de Internet residencial.

    Quanto à relação escola x Lan-House, é absurdo o argumento de que as Lan-Houses estimulam o desinteresse dos alunos na escola, pois a primeira Lan-House abriu, no Brasil, em 1987 (Monkey, SP) e a famosa “gazeta”, existe desde que criaram as escolas. O que precisa é que a escola se torne interessante ao aluno, que prefere ir até a um velório do que ir pra aula!

    Por outro lado, os donos de Lan-House têm sua parcela de culpa, ao não cumprirem regras mínimas, como cadastro de todo e qualquer usuário (previsto em lei); não permitir menores fardados, etc..

    Eu não acredito que o projeto da Prefeitura, que tem um semelhante estadual e outro semelhante federal (interessante a convergência de interesses nesse caso), inviabilizará os negócios nessa área, pois um projeto responsável de democratização da informática, leva em conta os enpresários, que geram emprego e renda, ajudando assim, a economia do país.

    Uma Internet pública tem de ser limitada em seu uso, pelo simples conceito de uso responsável; tem de ser liberada para pesquisas e compras, por exemplo, mas bloqueada para downloads (muitos deles ilegais, como filmes e músicas), streamming de áudio e vídeo, conteúdo pornográfico, jogos, etc..

    Ou seja, ainda haverá muito o que fazer em uma Lan-House! ^^

    Obs: Em seu post vc (ou alguém) diz que Lan é a palavra coreana para jogo. Bom, eu não sei coreano, mas o Lan de Lan-House vem de Local Area Network, um tipo de topologia de rede, indicando uma rede local, com computadores fisicamente conectados entre si.

  2. Cearense indignado Responder

    Ei dono de lan house se o prefeito prometeu ou prometer tudo isso de graça levante as mãos ao ceu e agradeça a Deus porque não vai acontecer olha ai ao lado a contagem regressiva para internet banda larga chegar em nossa cidade , e não vai chegar mesmo o que esse prefeito prometeu e cumpriu me diga, o ramo de lan house poderia sim ser um instrumento de inclusão digital fortissimo se tivesse apoio do governo municipal mas esse governo que tem sua base formada por professores na se importa com a educação e muito menos o desenvolvimento.

  3. Dono de lan house Responder

    Gostaria de saber o que os proprietários de ciberes e lans house de Parauapebas ficarão diante dessa internet de “grátis”. Fico imaginando muita gente correndo às lojas para comprar seus micros, a longo prazo. E aí, o que os microempresários do segmento farão com esse negócio? Os micros, bancadas, centrais de ar, cadeiras…? É meio louco. Imagino também que alguns empregos diretos são gerados nesses ciberes e lans house, fora os indiretos.

    Como pode o município concorrer desleamente assim? Isso é legal? E se daqui a pouco o prefeito resolve dar espetinhos de graça, panelada de graça, cerveja de graça, roupa de graça, transporte coletivo de graça…? E as pessoas que subesistem dessa atividade, que meio procurarão em que o prefeito não possa dar de graça também?

    Coisa de louco o coisa de palanque.

  4. meire Responder

    espero que justiça seja feita ,e que este vagabundo possa pagar por esse crime tao cruel.pois trata se de seu filho tbem é desumano o que ele fez!!!que horror !!!!

  5. Dono de lan house Responder

    É verdade. Pagamos cerca de R$ 200,00 por trimestre para termos nosso estabelecimento funcionando. E quem tem CNPJ paga ao Alvará municipal, sendo que essa atividade não é regulamentada em lugar nenhum do país. Essa taxa é cobrada sobre quem trabalha com jogos eletrônicos. No caso de lan house não vejo nenhum jogo eletrônico. Os jogos disponíveis num micro são produzidos por empresas registradas, no Brasil e fora dele. Então deveria se proibir a produção e comercialização do mesmo, e não somente na ponta, já que é um jogo eletrônico. Eu entendo jogo eletrônico algo que se aposta e onde se tem um equipamento exclusivo para isso, não um micro.

    Mas como tendo dito, isso vai acabar logo. Vejo lan house como locadora. Tem ciclo de vida limitado. Tão logo a internet seja abundante e barata, muitos comprarão seus micros, que já estarão bem baratos, e dirão adeus às lans house. E a “taxinha” também vai junto.

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