Outro assunto que sempre causa dúvidas e preocupação entre as mulheres são as dores nas mamas; no meio médico esta dor é chamada mastalgia. A dor na mama é um dos sintomas mais comuns em mulheres, podendo aparecer em qualquer fase da vida e se apresentando como um leve desconforto ou até dores severas, que interferem no seu dia a dia. A principal preocupação dessas pacientes é o medo do câncer, mas, na maioria das vezes, o câncer de mama não dói. O câncer, quando em estágio avançado, aparece como um caroço duro que não dói, mas o ideal é que esse diagnóstico seja feito quando ele só aparece na mamografia, não sendo palpável por ninguém nessa fase – médico ou paciente – e sendo identificado somente pelo exame.
Mas voltando a falar sobre o assunto dor nas mamas, é preciso primeiro saber se a dor é na mama ou é uma dor extra-mamária. A dor extra-mamária é referida na mama, porém, é de origem muscular que pode ter acontecido por uma pancada, início na academia, dor na costela. Então, uma vez confirmado que a dor é na mama, esta dor é dividida em cíclica, quando tem relação com o ciclo menstrual, ou acíclica, quando não tem relação com a menstruação.
Quando tais dores ocorrem próximas ao ao período menstrual, geralmente tem como causas as alterações hormonais e, ao entender que a dor não está relacionada a processo maligno, nem eleva o risco para o câncer, a mulher passa a encarar o sintoma com naturalidade, tornando-o suportável. Já as dores acíclicas têm várias outras causas que vão desde alimentação errada, falta de atividade física, sutiã errado e o estresse emocional, sendo menos comum que a cíclica. Então, quando uma paciente entra no consultório e menciona dor na mama, o primeiro passo a tomar é tranquilizá-la, mostrando que a dor raramente possui relação com o câncer de mama.
Se a paciente examinada tiver mais de 40 anos, e nada for encontrado na mama, pede-se uma mamografia para checar por lesões na mama. O risco de câncer subclínico, após exame físico e mamografia normais, é estimado em apenas 0,5%. Pacientes com menos de 40 anos devem fazer ultrassonografia da mama, com a qual alterações muito pequenas, que não seriam detectadas durante palpação, podem ser identificadas.
É necessário instruir pacientes sobre a ação que alguns alimentos podem ter na mama, os quais deveriam ser evitados em períodos de maior incômodo, tais como: xantinas e metilxantinas, encontradas nos chocolates e achocolatados, refrigerantes (principalmente aqueles feitos na base de coca), chás (preto e mate), ginseng, coco e no café; sal e açúcar refinados, pois aumentam a retenção de líquido; recomenda-se ainda a redução a quantidade de gordura da alimentação. Além disso, práticas que devem ser adotadas incluem: o uso de um sutiã confortável, de tamanho adequado, que promova contenção e sustentação das mamas, diminuindo a mobilidade mamária; redução nas doses dos hormônios, seja para menopausa ou anticoncepcionais; atividade física regular, para a liberação de endorfinas, substâncias “analgésicas e anti-inflamatórias” produzidas pelo corpo; além da manutenção do peso correto para sua altura.
Se, apesar de todas essas práticas, a dor persistir, será iniciado o uso de medicamentos, podendo eles ser à base de hormônios, analgésicos, anti-inflamatórios, dentre outros. Em suma, o tratamento de dor mamária pode ser explicado em três passos: excluir a possibilidade de câncer; orientação e tranquilização da paciente; e medicar ao mínimo.