Brasília –O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), após ser acusado por filiados do PSDB, de todo o Brasil, de “traidor”, recuou, deixou do governo e manteteve a pré-candidatura à Presidência da República. Mas, já era tarde demais, o estrago no partido é tido como irremediável e o agora ex-governador pode ser, inclusive, preterido como o candidato da legenda na disputa, na convenção, preveem os dirigentes da sigla, mesmo ele tendo vencido as prévias da agremiação.
A decisão de João Doria o expos à ira da ala do partido que estava tentando negociar uma saída honrosa para o político. Mesmo voltando atrás, o apoio do tucanato ao paulista implodiu. O fogo amigo tende a ser mortal para qualquer pretensão de Doria.
O vice-governador, Rodrigo Garcia (PSDB), assumiu o cargo e disputará as eleições para o governo paulista. Mais cedo, ele havia pedido demissão da Secretaria de Governo. Doria chama Rodrigo Garcia de “CEO do governo”, devido sua experiência administrativa.
Após a lambança, Doria recorreu ao ziriguidum com direito a acompanhamento de bateria de escola de samba e um longo vídeo enaltecendo a imagem de “pai da vacina” Coronavac de Doria, entre outros pontos de seu governo. Toda a presepada midiática gerou ainda mais insatisfação na ala paulista do partido
O estrago deve aparecer na próxima pesquisa de opinião pública, e o PSDB chega destroçado para a convenção nacional do partido.
As convenções partidárias para a escolha dos candidatos poderão acontecer de forma presencial, virtual ou híbrida no período de 20 de julho a 5 de agosto. Vale ressaltar que as convenções das federações deverão ocorrer de maneira unificada, como a de um único partido.
A realização de convenção por meio virtual ou híbrido independe de previsão no estatuto da legenda, podendo o registro da ata do evento na Justiça Eleitoral (JE) ser feito diretamente no módulo externo do Sistema de Candidaturas (CandEx) ou, ainda, em livro de ata tradicional, que deverá ser rubricado pela JE.
Se o partido selar uma federação partidária a incógnita que surge é, com quem isso poderia ser feito e quem será o nome. Doria corre o risco de ser trocado pelo também agora ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que renunciou hoje ao cargo e perdeu para o colega paulista a disputa nas prévias.
Procurado pela reportagem para comentar os fatos, o deputado federal Nilson Pinto (PSDB-PA), presidente do partido no Pará, não retornou a ligação.
Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.