Brasília – O projeto patrocinado pelo MEC (Ministério da Educação) para criar universidades e institutos federais a partir do desmembramento de campi já em funcionamento — notícia publicada em setembro no Blog do Zé Dudu —, foi vetada pela equipe do ministro da Economia.
A razão alegada pela área econômica à iniciativa alega aumento de gastos sem que houvesse previsão de novas vagas para alunos. Parlamentares da oposição aproveitaram a situação e acusam o plano abraçado pelo ministro da Educação, pastor Milton Ribeiro, de ter sido criado para atender interesses de políticos do centrão, aliados do governo.
A ideia inicial era criar cinco universidades e cinco institutos técnicos federais a partir de unidades que já existem, conforme minuta de projeto que vazou para a imprensa. Isso significaria a criação de 2.912 cargos para comandar essas instituições novas que, na prática, já funcionam.
Esse inchaço da máquina pública viria com um crescimento de gastos, que podem chegar a R$ 500 milhões por ano, segundo estimativas do Ministério da Economia. O MEC projetou um impacto menor, de R$ 147 milhões ao ano.
Nenhuma quantia, entretanto, está prevista no projeto de Orçamento de 2022 enviado ao Congresso, e a depender da equipe de Guedes não estará na versão final da lei.
Questionado, o Ministério da Economia diz que o assunto continua em discussão na pasta, mas a negativa ao projeto do MEC foi confirmada por integrantes da pasta envolvidos nessa análise. Além disso, o próprio ministro da Educação tem falado a congressistas sobre a negativa formal que recebeu da área econômica.
O MEC foi procurado e não respondeu.
Reportagem: Val-André Mutran – Correspondente do Blog do Zé Dudu em Brasília.