O Ministério da Ciência e Tecnologia divulgou o resultado do edital que selecionou seis projetos de instituições de ensino que receberão investimentos para aplicação de pesquisas em inteligência artificial. Uma delas é o projeto da Universidade de São Paulo (USP) de São Carlos em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), que tem Canaã dos Carajás como cidade piloto.
De acordo com o edital, pesquisadores e startups receberão recursos para testar produtos e soluções que possam ser aplicadas no dia a dia do cidadão e dar suporte às políticas públicas do município. São cerca de R$ 8 milhões destinados à iniciativa, sendo R$ 1 milhão de recursos públicos e o restante investido pela iniciativa privada.
Canaã dos Carajás
Coordenado pelo professor da USP de São Carlos, André de Carvalho, o Centro de Pesquisa Aplicada em Inteligência Artificial Recriando Ambientes (CPA IARA) – contemplado no edital – tem o objetivo de estimular a criação de cidades inclusivas e sustentáveis.
Segundo o professor, que é vice-presidente da Sociedade Brasileira de Computação (SBC), o IARA funcionará como uma rede, agregando pesquisadores de todas as regiões do Brasil, organizados em subsedes, localizados em diversas instituições de ciência, tecnologia e inovação.
Na Amazônia, o projeto tem como ponto de partida o município de Canaã, que tem convênio assinado com a Universidade Federal do Pará (UFPA). Com recursos do Fundo Municipal de Desenvolvimento, Canaã planeja investir na implantação de uma infraestrutura de cidade inteligente, contando, por exemplo, com um Data Center, e com Internet das Coisas (IOTs) dando suporte ao poder público em vários pontos do município.
Por meio do projeto será possível, por exemplo, monitorar possíveis focos de dengue, zika, chikungunya e leishmaniose, a partir de imagens de drone, ou, por meio de sensores e câmeras, detectar aglomerações de pessoas em meio à pandemia.
O projeto prevê também, além do desenvolvimento da infraestrutura inteligente para a cidade, a oferta de cursos que possibilitem que pessoas da região possam criar aplicativos e soluções para diversas áreas que melhorem o dia a dia da cidade, como turismo, meio ambiente, educação e segurança pública. Um desses cursos, de iniciação à programação em Phyton, já foi realizado.
“Queremos tornar Canaã um laboratório para que os desenvolvedores, pesquisadores e startups possam desenvolver e testar no município. Isso vai atrair para Canaã um ambiente de mercado de trabalho forte, que crie renda e traga benefícios sociais”, destacou a prefeita de Canaã, Josemira Gadelha.
Nossa ideia é criar a mesma estrutura embrionária do Centro Digital do Recife e, porque não, do Vale do Silício”, completou o técnico da Secretaria de Governo, Jorge Tomasi, referindo-se à região dos Estados Unidos que abriga a maior parte das empresas de tecnologia.
Autores dos projetos contemplados
André Carvalho da Universidade de São Paulo (USP); Virgílio Almeida da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); João Romano da Unicamp; Antônio José da Silva Neto, do Senai Cimatec, na Bahia; Jeferson de Oliveira Gomes do Instituto Paulista (IPT); e José Andrade Júnior da Universidade Federal do Ceará (UFC).