A Pará.grafo Editora, do Pará, está com uma campanha de financiamento coletivo para recolocar no mercado obras do escritor paraense Dalcídio Jurandir (1909-1979). Considerado um dos grandes autores brasileiros do século 20 por nomes como Benedito Nunes, Ignácio de Loyola Brandão e Antonio Olinto, Jurandir recebeu o Prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras em 1972 pelo conjunto da obra.
A campanha pretende reeditar os livros Três Casos e um Rio e Os Habitantes, fora de circulação há décadas (uma edição chega a custar R$250 na Estante Virtual).
Jurandir nasceu na Ilha de Marajó, no Pará, em 1909, e publicou seu primeiro romance em 1940, depois de trabalhar como garçom, professor, revisor e jornalista em Belém, no Rio de Janeiro e na própria Ilha. Comunista declarado, enfrentou perseguição política e foi preso nos anos 1930.
Segundo a Enciclopédia Itaú Cultural, a obra de Dalcídio se destaca pela “complexa construção interior de seus personagens, individualizando a trama e valorizando as transformações pessoais em seus romances”.
A Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, é sede do Instituto Dalcídio Jurandir, com todo o seu acervo particular, com mais de 750 livros de sua biblioteca, além de suas correspondências com Jorge Amado, Graciliano Ramos e com o pintor Cândido Portinari.
Três Casas e um Rio foi lançado em 1958, com capa de Portinari, e teve outras duas edições, sendo a última em 1994. É o terceiro livro do chamado Ciclo do Extremo-Norte, série de romances que acabou lhe rendendo o Prêmio Machado de Assis.
Os Habitantes, de 1976, nunca foi reeditado.