Educadores de Marabá entram em greve por reajuste salarial e vale-alimentação

Reivindicações incluem pagamento de retroativos e melhorias nas condições de trabalho

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Servidores da educação de Marabá deflagraram greve geral e cobram vários direitos que estão sendo protelados pela Prefeitura Municipal. A categoria tomou a decisão em uma assembleia realizada na última quinta-feira (3) na Câmara de Vereadores, de realizar greve desta quarta-feira, 9, até sexta-feira, 11, pelo menos.

E no primeiro dia do ano, cerca de 300 trabalhadores da educação acamparam em frente à Secretaria Municipal de Obras. A intenção é tornar público a indignação da categoria. Entre as reivindicações: pagamento Imediato do Piso Magistério 2022, no percentual de 23,24% e o Piso Magistério 2023, no percentual de 14,95% e seus retroativos; pagamento dos retroativos das promoções horizontais e verticais de 2015, 2016, 2017, 2018, 2019, 2020, 2021, 2022 (auxiliar de educação e professores); jornada de trabalho com 1/3 de hora-atividade; correção do nível superior dos professores ativos; dobra-turno de 100% para os servidores do apoio; adicional de risco a vida dos servidores do convênio Seap e Fasepa.

O Sintepp (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará), subsede de Marabá, relata, em ofício destinado a diversos órgãos, que não houve nenhum indício de que as reivindicações sejam minimamente atendidas e até mesmo uma mesa de negociação foi desativada e assim não restou outra alternativa senão a greve geral.

Tatiana Alves, coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp), Subsede Marabá, diz os educadores apresentaram para o governo na sexta-feira (3), que a paralisação iniciaria nesta quarta.

Segundo ela informou, várias escolas serão totalmente paralisadas e em outras haverá um revezamento. “Mas não vai funcionar 100% enquanto o governo não sentar e apresentar uma proposta para os trabalhadores deste município, que merecem respeito”, avisou.

A grande motivação da greve é a omissão do prefeito Tião Miranda, quanto a um posicionamento sobre as pautas levantadas desde 2022. “Temos também a questão do retroativo de oito anos, que o governo ficou de negociar agora em maio, e recuou. Esse posicionamento do governo na mesa de negociações é muito ruim, porque abriu um precedente para o movimento no segundo semestre, proliferando ainda mais pautas nessa luta”, assegura Joyce Rebelo, também da coordenação do Sintepp.

Ela aponta que a expectativa do movimento é que a gestão se manifeste e apresente propostas que a classe considere razoáveis, para que o movimento de greve tenha fim. “A gente espera que a gestão entre em comunicação para começar a enxugar a pauta, fazendo uma negociação razoável”.

Algumas demandas abarcam profissionais de todas as classes, como o vale alimentação. “É uma pauta que é para todos os servidores do município de Marabá. Lembrando que ele (o vale alimentação) possui uma legislação que diz que o tópico tem que ser debatido no mês de dezembro, para que o valor seja implementado a partir de janeiro”, cita, dizendo que até agora, em agosto, nenhuma discussão e nem proposta foi realizada em relação ao reajuste do valor desse benefício.

VERSÃO DO GOVERNO

A Prefeitura divulgou nota sobre o assunto, informando o seguinte: “A prefeitura informa que tem mantido um diálogo constante com o sindicato, o qual resultou na formação de uma comissão permanente para discutir pautas da entidade. As pautas vêm sendo resolvidas de forma constante com base na realidade financeira da prefeitura. No caso da pauta em questão, sindicato e prefeitura estão em tratativa para uma solução desta situação pontual. O direito de greve é garantido por lei e não altera de forma negativa as negociações”.